MARACAJU (MATO GROSSO DO SUL) – Os campos extensos, a pecuária forte, o cheiro da terra depois da chuva. Maracaju, no coração de Mato Grosso do Sul, sempre foi lembrada por essas imagens. Mas um peixe de 95 centímetros e 15 quilos sugere que a cidade pode ser conhecida também por algo diferente: a pesca esportiva.
O feito aconteceu na última quinta-feira (6), no Rio Vacaria, quando o guia de pesca Roberto Aparecido Borges, mais conhecido como Betinho, comandava uma pescaria entre pai e filho. O dourado apareceu, brigou, foi fotografado e depois voltou para a água – uma cena que, aos poucos, tem se tornado cada vez mais comum na região.
Um novo destino para pescadores
Historicamente, os grandes destinos de pesca no estado sempre foram os rios do Pantanal, como o Paraguai e o Miranda. Mas os últimos anos vêm revelando outros pontos promissores, e Maracaju está entrando nessa conversa.
Betinho sabe bem disso. Ele passa os dias nas águas do Rio Vacaria e já virou referência local. Segundo Sirlei Borges, sua esposa, esse não foi o primeiro gigante fisgado por ali. Só no ano passado, foram pelo menos quatro dourados de peso.
E o segredo? O guia costuma repetir a frase que virou quase um bordão entre seus clientes: “Mais tarde haverá sinais” – uma forma otimista de dizer que os peixes sempre aparecem, basta paciência e técnica.
O crescimento da pesca esportiva
Os dourados do Rio Vacaria são apenas um dos sinais de que a pesca esportiva está crescendo longe dos roteiros tradicionais. A prática do pesque e solte, essencial para a preservação das espécies, tem sido cada vez mais valorizada. O peixe volta para o rio, o turismo cresce e o ciclo se mantém sustentável.
A pescaria na região tem atraído gente que antes nem imaginava encontrar esses exemplares tão perto de casa. “Antes, muita gente achava que para pegar um peixe desses era preciso viajar para longe”, comenta Sirlei. Agora, Maracaju está no mapa da pesca.
Mais do que uma briga na linha, uma experiência
A pesca esportiva não é só sobre pegar peixes – é sobre a espera, a paciência, o silêncio da água, o momento do ataque e a emoção do peixe na linha. E quando um dourado de quase um metro decide brigar, tudo isso fica ainda mais intenso.
Se antes Maracaju era lembrada apenas pela soja e pelo boi, agora tem um novo motivo para atrair visitantes. O Rio Vacaria já mostrou que tem peixes grandes – e que eles continuam ali, esperando o próximo pescador.
Você concorda com a expressão de que “as coisas só começam a funcionar no Brasil após o Carnaval”?
