O enviado especial dos Estados Unidos para as negociações sobre a guerra na Ucrânia, Steve Witkoff, afirmou que a Rússia está “plenamente comprometida em alcançar a paz”. A declaração foi feita depois de reuniões em Miami entre representantes dos EUA, da Ucrânia e da Europa e, em encontro separado, com representantes do governo russo.
De acordo com Witkoff, as conversas com o emissário russo foram “produtivas e construtivas” e indicaram disposição de Moscou para avançar em uma solução diplomática para a guerra, que já dura quase 4 anos. O enviado norte-americano afirmou que a Rússia “valoriza altamente” o papel dos Estados Unidos como mediadores e demonstrou interesse em manter o diálogo aberto, segundo a Reuters.
As negociações fazem parte de uma iniciativa liderada pelo governo de Donald Trump (Republicanos) para encerrar o conflito. Witkoff afirmou ainda que a abordagem adotada segue uma estratégia compartilhada entre Ucrânia, Estados Unidos e Europa.
Em publicação no X, feita no domingo (21.dez.2025), Witkoff declarou: “A Rússia valoriza muito os esforços e o apoio dos Estados Unidos para resolver o conflito ucraniano e restabelecer a segurança global”.

Eis a tradução do tweet:
“Nos últimos dois dias na Flórida, o enviado especial russo, Kirill Dmitriev, realizou reuniões produtivas e construtivas com a delegação americana para avançar o plano de paz do presidente Trump para a Ucrânia.
“A delegação americana incluiu o enviado especial Steve Witkoff, Jared Kushner e o membro da equipe da Casa Branca, Josh Gruenbaum.
“A Rússia permanece totalmente comprometida em alcançar a paz na Ucrânia. A Rússia valoriza muito os esforços e o apoio dos Estados Unidos para resolver o conflito ucraniano e restabelecer a segurança global.”
Segundo a BBC, o plano discutido inclui um cessar-fogo, a criação de garantias de segurança multilaterais para a Ucrânia e um pacote de medidas voltadas à reconstrução econômica do país. Witkoff disse que os encontros também buscaram alinhar posições entre Washington, Kiev e aliados europeus antes de qualquer avanço mais concreto.
Apesar do tom positivo adotado pelos negociadores, não houve anúncio de acordo. Persistem divergências centrais, sobretudo sobre o futuro dos territórios ocupados pela Rússia. O governo ucraniano rejeita qualquer cessão territorial, enquanto Moscou mantém exigências relacionadas às áreas sob seu controle desde o início da invasão.
A Al Jazeera destaca que, paralelamente às reuniões com Ucrânia e aliados europeus, Witkoff manteve canais diretos com representantes russos, reforçando a estratégia dos EUA de atuar como mediadores entre as partes. Segundo a emissora, autoridades ocidentais e avaliações de inteligência norte-americanas seguem cautelosas quanto às reais intenções do presidente russo, Vladimir Putin, apesar do discurso público de compromisso com a paz.
Kirill Dmitriev deve apresentar um relatório das conversas ao Kremlin antes de qualquer posicionamento oficial de Moscou. Witkoff afirmou que, mesmo sem avanços imediatos, a manutenção do diálogo é fundamental para criar as bases de uma eventual interrupção das hostilidades e de uma paz duradoura.
