O número de mortos na Faixa de Gaza caiu de 7.954 para 3.764 na comparação entre períodos equivalentes de 11 semanas antes e depois do cessar-fogo firmado em 10 de outubro. A redução corresponde a uma queda de 52,7% no total de mortes registradas nos 2 intervalos analisados.
Apesar da desaceleração, o número acumulado de mortos no conflito já ultrapassa 70.000. Os números são dos panoramas do impacto relatado do Ocha (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários), baseados em dados do Ministério da Saúde de Gaza.

Desde o ataque do Hamas a civis israelenses, em 7 de outubro de 2023, a Ocha registra ao menos 72.137 mortes no conflito. Desse total, 70.937 são de palestinos, segundo os números disponíveis até 23 de dezembro de 2025. Dentro desse grupo, foi possível identificar o perfil demográfico de 67.173 vítimas, distribuídas da seguinte forma:
- 31.754 homens;
- 10.427 mulheres;
- 20.179 crianças;
- 4.813 idosos.
Do lado israelense, o conflito deixou mais de 1.200 mortos, incluindo 1.162 vítimas identificadas no ataque inicial do Hamas em 2023, além de aproximadamente 5.400 militares feridos desde o início das operações terrestres.
O levantamento do Poder360 foi feito com base em relatórios semanais da Ocha, considerando 11 semanas anteriores e 11 semanas posteriores ao cessar-fogo firmado em 10 de outubro. Os documentos apresentam números cumulativos de mortes, classificados por grupos populacionais, mas sem detalhamento das causas específicas das mortes.
CENÁRIO DE DEVASTAÇÃO
A queda na letalidade direta não elimina a crise humanitária no enclave. Segundo a Ocha, cerca de 81% das estruturas da Faixa de Gaza foram destruídas ou danificadas. Estima-se que 92% das unidades habitacionais –cerca de 430 mil moradias– tenham sido destruídas ou danificadas.
Desse total, 160 mil casas foram completamente arrasadas, deixando aproximadamente 1,5 milhão de pessoas em necessidade urgente de abrigo. Além das residências, os danos às estruturas essenciais incluem:
- 81% das edificações da Faixa de Gaza destruídas ou danificadas;
- mais de 2.308 instalações educacionais atingidas, de jardins de infância a universidades;
- 77% da rede rodoviária danificada;
- 89% dos ativos do setor de água e saneamento afetados (Wash).

FOME EM GAZA
A insegurança alimentar também atingiu níveis críticos, com a confirmação de fome generalizada (IPC Fase 5) na província de Gaza e mais de 1 milhão de crianças necessitando de apoio psicossocial urgente.

