O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli negou neste sábado (27.dez.2025) o recurso apresentado na véspera pelo BC (Banco Central), contrário à acareação do inquérito do Banco Master marcada para 3ª feira (30.dez.2025). A autoridade monetária queria saber de Toffoli, entre outros pontos, se seu diretor de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, seria ouvido como suspeito ou como testemunha.
A acareação determinada pelo ministro do STF pretende colocar frente a frente Santos, do BC, Daniel Vorcaro, fundador do Master, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB (banco estatal de Brasília). Antes, no mesmo dia, o magistrado vai ouvir os 3 separadamente sobre o processo de liquidação extrajudicial do banco privado.
O Poder360 apurou que o BC considera a acareação uma “armadilha processual”, com potencial de “constrangimento” para a autoridade monetária do país. O recurso com pedido de esclarecimentos, agora negado, tinha 4 dúvidas centrais:
- Quais são os pontos controversos a serem objeto da acareação?
- Em que condição o diretor está sendo intimado: como acusado ou como testemunha? Está sendo chamado como representante do BC ou em caráter pessoal?
- Se está sendo chamado em caráter institucional na condição de testemunha, pode ser acompanhado por colegas da área técnica, que ajudem a relatar o ocorrido?
- Qual o motivo de se considerar que a acareação é tão urgente que precisa ser realizada durante o recesso judicial, mal tendo começado a correr a investigação e antes mesmo de qualquer depoimento ter sido prestado?
Este jornal digital apurou que Toffoli quer saber que tipo de providência foi tomada por todos os envolvidos para que se chegasse ao estágio atual, em que o Banco Master teve de ser liquidado extrajudicialmente.
Em 28 de março, o BRB havia anunciado que compraria o Master e que a operação daria mais competitividade ao mercado bancário e solidez à instituição financeira estatal do governo de Brasília. O BRB pretendia comprar R$ 50 bilhões de ativos do Master (49% do capital votante e 58% do capital total).
A operação foi vetada pelo Banco Central em 3 de setembro de 2025. Em 18 de novembro, o BC liquidou o Master. A decisão se deu no mesmo dia em que a PF deflagrou a operação Compliance Zero e prendeu o fundador do Master, Daniel Vorcaro, e outros dirigentes da instituição privada.
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