O julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado foi o termo de política mais pesquisado por brasileiros no Google durante o ano de 2025.
Segundo o relatório anual de pesquisas do buscador on-line, os usuários se interessaram por temas relacionados à democracia e a processos judiciais, como a Lei Magnitsky, a anistia e a PEC da Blindagem.
Eis os 5 termos políticos mais buscados no ano no Google:
- Julgamento de Jair Bolsonaro;
- Votação da anistia;
- Lei Magnitsky;
- PEC da Blindagem;
- COP30.
O ranking consolida tendências a partir de picos de interesse e mostra como crises, eleições e tecnologia moldaram o debate público no ano.
Relembre os termos
- Julgamento de Bolsonaro
Por maioria, a 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou no dia 11 de setembro de 2025 o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a tentativa de golpe de Estado em 2022. A pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado e Bolsonaro também deverá pagar 124 dias-multa, no valor de dois salários mínimos por dia.
Além de Bolsonaro, leia as penas dos demais réus:
- Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência): 16 anos, 1 mês e 15 dias; inicialmente, sob regime fechado.
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha: 24 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça: 24 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
- Augusto Heleno, ex-ministro de Segurança Institucional: 21 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência: 2 anos, em regime aberto, com restituição de bens apreendidos – recebeu os benefícios da delação premiada.
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa: 19 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil: 26 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
- Votação da anistia
Por 291 votos a 148, a Câmara dos Deputados aprovou, após 3 horas de discussão na madrugada de 10 de dezembro, o chamado PL da Dosimetria –alternativa ao PL da Anistia, que reduz a pena de todos os condenados pelos atos de vandalismo do 8 de janeiro e também daqueles que foram condenados pela tentativa de golpe de Estado.
Uma semana depois, o Senado repetiu o movimento da casa ao lado ao aprovar o texto. No entanto, uma emenda foi aprovada limitando a aplicação aos “fatos relacionados ao dia 8 de janeiro de 2023”, citando a data da invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes por bolsonaristas que queriam uma intervenção militar.
- Lei Magnitisky
No fim de julho, o governo dos Estados Unidos, chefiado por Donald Trump (Republicano), incluiu o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky, utilizada para impor sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos.
Segundo o texto, Moraes “usou seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão”. O comunicado cita uma fala do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent. “Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, declarou.
O Magnitsky Act, aprovado em 2012, autoriza o governo dos EUA a bloquear recursos financeiros e vetar a entrada de estrangeiros de qualquer nacionalidade. Em dezembro, os EUA retiraram Moraes e sua mulher, a advogada Viviane Barci de Moraes, das sanções.
- PEC da Blindagem
A Câmara dos Deputados aprovou em 16 de setembro o texto principal da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 3 de 2021, conhecida como “PEC da Blindagem”. A proposta tornava quase nulos os caminhos para punir judicialmente um congressista.
Depois de uma onda de protestos por todo o Brasil, deputados se arrependeram de votar a favor da proposta e a pressão para que o texto fosse derrubado recaiu para o Senado. Já na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) o relatório foi negado e arquivado, sem nem mesmo ir ao plenário.
- COP30
A 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima chegou ao fim em 22 de novembro, depois da aprovação do texto final da cúpula, denominado “Mutirão Global”. O balanço do evento foi aquém do que esperavam muitos governos, especialistas e cientistas. Mas o evento em Belém, no Pará, colecionou outros flops. Uma série de problemas logísticos e ausências importantes de líderes globais marcaram a realização da conferência.
