O presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), sugeriu nesta 2ª feira (29.dez.2025) que tentará começar a 2ª fase do plano de paz para Gaza “o mais rápido possível”.
“Muito rapidamente, o mais rápido possível, mas tem de haver um desarmamento. Temos de desarmar o Hamas”, disse Trump.
A fala foi realizada ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Likud, direita), na Flórida, onde eles se reúnem nesta tarde. Os 2 conversaram por poucos minutos com jornalistas antes do encontro.
A 2ª fase do acordo inclui o desarmamento do Hamas, o início da reconstrução de Gaza e o estabelecimento de um governo pós-guerra. No centro do novo plano para administrar Gaza, está a criação de um “Conselho de Paz”, que será liderado por Trump e outros líderes mundiais.
O republicano afirmou que a reconstrução em Gaza deve começar “muito em breve”. Disse também que sem Netanyahu, Israel “talvez nem existisse agora”.
suspeita de corrupção de Netanyahu
Trump foi questionado sobre seu pedido para que as autoridades israelenses arquivem o processo de corrupção contra Netanyahu. “Ele é um primeiro-ministro em tempos de guerra. Fez um trabalho fenomenal”, respondeu o republicano.
Os processos contra o israelense começaram em 2019, quando foi indiciado em 3 casos distintos. Entre as acusações está o recebimento de presentes de empresários, avaliados em aproximadamente 700 mil shekels, equivalente a cerca de R$ 1,1 milhão, incluindo itens como champanhe e charutos.
O julgamento teve início em 2020, mas enfrentou diversas interrupções. Até o momento, a Justiça israelense não emitiu decisão sobre o caso.
Em outubro, Trump pediu ao presidente de Israel, Isaac Herzog, que perdoe Netanyahu. O republicano falou em “perseguição judicial” e minimizou as acusações: “Quem se importa com charutos e champanhe?”.
Irã
Trump também ameaçou apoiar outro ataque contra o Irã caso o país tente reconstruir seu programa de mísseis balísticos.
O republicano afirmou que apoiaria um ataque ao Irã “imediatamente” caso Teerã tente reativar seu programa nuclear. Trump aconselhou que o Irã busque um acordo com os EUA.
“Eles poderiam ter feito um acordo da última vez, antes de lançarmos um grande ataque contra eles”, afirmou Trump.
Israel e Irã travaram um conflito de 12 dias em junho, iniciado por ataques israelenses a instalações militares e nucleares iranianas, além de áreas civis. O confronto elevou a tensão regional e ampliou o risco de escalada no Oriente Médio.
A retórica mais dura de Teerã surge em meio a um reposicionamento da política externa dos Estados Unidos no Oriente Médio e a uma coordenação mais estreita entre Washington e Tel Aviv. O governo norte-americano reforçou sanções econômicas contra o Irã nos últimos meses e ampliou a pressão sobre aliados europeus para restringir canais financeiros com o país. Israel, por sua vez, intensificou ações de inteligência e operações militares indiretas contra alvos iranianos e grupos aliados na região.
O impasse em torno do programa nuclear iraniano segue sem avanços, com negociações paralisadas e alto grau de desconfiança entre as partes, mantendo o cenário regional sob elevada tensão política e militar.
“guerra declarada”
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou no sábado (27.dez.2025) que o país está engajado em uma “guerra declarada” contra Estados Unidos, Europa e Israel.
Pezeshkian disse que as Forças Armadas iranianas estão “mais preparadas do que nunca” e que responderão a qualquer nova agressão. Segundo ele, uma eventual ofensiva contra o país receberá reação mais dura.
“Se eles quiserem atacar, naturalmente enfrentarão uma resposta mais decisiva”, afirmou.
