A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), respondeu nesta 4ª feira (31.dez.2025) a um editorial da revista britânica Economist favorável à desistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da disputa pela reeleição em 2026. Segundo ela, o incômodo da publicação não está na idade do presidente, mas no rumo econômico do governo.
O editorial afirma que Lula, que completou 80 anos em outubro, deveria abrir espaço para um novo nome da centro-esquerda. Gleisi contestou essa avaliação e afirmou que o argumento etário serve apenas como pretexto político.
De acordo com a ministra, a preocupação da revista é a continuidade das políticas implementadas pelo atual governo: “O verdadeiro risco que a reeleição do presidente Lula representa para a ‘The Economist’ nunca foi a idade de um líder cheio de vitalidade e que cuida muito bem da saúde”.
Para Gleisi, a publicação defende a retomada de políticas orientadas pelo mercado em detrimento de programas sociais. A petista declarou que a revista expressa interesses do sistema financeiro internacional.
“O que eles temem é a continuidade de um governo que retomou o crescimento do Brasil e enfrenta a injustiça tributária e social”, afirmou.

Preferência por Tarcísio
No editorial, a Economist citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o nome mais proeminente da direita para enfrentar Lula em 2026.
A ministra rebateu a avaliação. “Não é para o bem do Brasil que preferem Tarcísio; é por interesses que não são os do país nem os do povo brasileiro”, escreveu.
O governador, porém, já declarou que não concorrerá ao Planalto. Em 18 de dezembro, manifestou apoio à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A revista também fez críticas ao senador. Classificou Flávio como “impopular e ineficaz” e sugeriu que a direita abandone seu nome em favor de um candidato de centro-direita capaz de superar a polarização política.
Segundo o editorial, o Brasil “merece escolhas melhores” em 2026. A publicação defende que Lula “poliria seu legado” ao não disputar a reeleição, abrindo espaço para a renovação no campo da centro-esquerda.
