O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), enviou nesta 2ª feira (3.nov.2025) ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), um relatório para detalhar e justificar a ação policial contra o Comando Vermelho nos Complexos da Penha e do Alemão, que deixou 117 suspeitos e 4 policiais mortos, na última 3ª feira (28.out). Foi a operação mais letal da história do país.
No documento, Castro descreve uma série de práticas atribuídas ao Comando Vermelho nas comunidades do Estado. Segundo ele, os integrantes do CV “ocupam territórios, ameaçam gravemente a população civil, expulsam pessoas de suas casas, limitam a locomoção, extorquem e pilham comerciantes, impedem a prestação de serviços, agridem, estupram e torturam os moradores que resistem às suas práticas”.
O governador voltou a defender que o grupo pode ser “plenamente comparado a organizações narcoterroristas internacionais”, por combinar práticas criminosas violentas com o domínio de territórios e a intimidação da população.
Castro reforçou ainda que a ação “observou integralmente os parâmetros constitucionais e jurisprudenciais”, e o uso da força foi “compatível com a reação dos criminosos”. Castro reforça ainda que “não há notícias de óbitos referentes a indivíduos não pertencentes à organização narcoterrorista”, o que, segundo ele, “indica a limitação da atuação policial exclusivamente sobre o grupo”.
O documento foi encaminhado ao STF como resposta no âmbito da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, que estabelece parâmetros para operações policiais em comunidades do Rio.
Em relatório, a Sepol (Secretaria de Polícia Civil) também defendeu a legalidade da operação e alegou que o uso da força foi “proporcional à ameaça”, limitado a “armas padronizadas de uso policial”, e que a operação foi classificada como de nível tático máximo, necessária para “restabelecer a ordem e preservar vidas”.
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