De acordo com os entrevistados, está cada vez mais difícil reconhecer quando uma música reproduzida em um serviço de streaming foi totalmente gerada por uma IA ou se pertence a um artista de verdade.
Além disso, a maioria do público concorda que tanto as plataformas quanto artistas precisam ser mais transparentes sobre o assunto, e que os músicos que tiveram os trabalhos usados em treinamentos dessas IAs merecem ao menos créditos e talvez até uma remuneração justa.
O panorama das músicas de IA no streaming
A pesquisa Deezer/Ipsos foi feita com 9 mil pessoas de oito regiões: Estados Unidos, Canadá, Brasil, Reino Unido, França, Países Baixos, Alemanha e Japão. O TecMundo separou alguns dos dados mais relevantes e curiosos do estudo:
- 97% dos entrevistados não conseguiram determinar se três músicas apresentadas a eles eram ou não totalmente geradas por IA;
- Desta grande parcela, 52% diz que ficou “desconfortável” ao não conseguir dizer a diferença entre as faixas;
- Há uma divisão na percepção sobre essa tecnologia na indústria: 64% dizem que IA pode levar a uma “perda de criatividade” na indústria e 51% cita o risco de “criação de músicas que soam genéricas e de baixa qualidade“;
- Por outro lado, o recurso pode ser usado para “ajudar a descobrir músicas” (46% dos entrevistados);
- A grande maioria (80%) concorda que músicas totalmente feitas por IA deviam receber algum tipo de selo de indicação nas plataformas. Além disso, 52% dizem que essas canções nem deveriam ser adicionadas em paradas de sucesso ao lado de criações feitas por humanos;
Remuneração para artistas
No estudo, o público também se mostrou favorável no geral a uma remuneração justa para artistas que tiveram o material copiado e usado (sem autorização ou pagamentos) no treinamento de IAs generativas de música.
Ao todo, 65% diz que esse tipo de conteúdo protegido por direitos autorais sequer deveria ser usado e 73% acham ser “antiético” gerar novas músicas sem a aprovação do artista original. Ações judiciais em andamento indicam que até conteúdo do YouTube foi usado no treinamento desses sistemas.
Por fim, 69% do público defende que o pagamento por músicas de IA seja menor do que aquele feito para humanos, além de uma parcela similar acreditar que esse tipo de criação “ameaça” o ganha-pão de músicos atuais e futuros.
Os dados completos do estudo e detalhes da metodologia adotada podem ser conferidos neste link.
Atualmente, gravadoras estão em negociação com plataformas como a Suno — e, ao mesmo tempo, com processos judiciais abertos contra as startups — para determinar como utilizar legalmente materiais protegidos por direitos autorais nessas IAs.
A própria OpenAI, dona do ChatGPT, estaria desenvolvendo um modelo de criação de músicas automaticamente. Conheça essa iniciativa nesta matéria!
