“Até o 1º trimestre do ano, o mercado projetava 5,6% de inflação. Ao mesmo tempo, tivemos o tarifaço, o que nos obrigou a analisar o efeito desse evento”, afirmou. Apesar das tarifas, Mello disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu retomar o curso.
“O mercado projetava inflação muito maior e menos crescimento do PIB [Produto Interno Bruto]”, declarou o secretário de Política Econômica. “A nossa interpretação prevaleceu”, afirmou.
A Secretaria de Política Econômica anunciou nesta 5ª feira (13.nov) que revisou para baixo a expectativa de inflação, projetando IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,6% em 2025, ante 4,8% estimados anteriormente.
O movimento é reflexo direto da desaceleração nos preços de alimentos e bens industriais, segundo o boletim macrofiscal. A taxa já caiu de 5,1% em agosto para 4,7% em outubro, com destaque para o recuo dos preços de carnes, café e leite.
Ao longo de 2025, o Brasil conseguiu segurar a inflação, especialmente a de alimentos, por meio de medidas articuladas entre ministérios e controle fiscal.
“Nós mergulhamos no tema inflação de alimentos, junto com outros ministérios, tomamos medidas para mitigar o aumento dos preços ao longo do ano. Ao final, vemos que o nosso cenário mais benigno se confirmou. O resultado de inflação foi até mais positivo do que esperávamos inicialmente”, disse Mello.
O IPCA subjacente também foi revisto para baixo, agora em 4,7%. A secretaria aponta que contribui para o cenário o real mais apreciado, além do excesso de oferta mundial de bens após mudanças no comércio internacional.
Para 2026, a inflação estimada recuou de 3,6% para 3,5%. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para 2025 agora está em 4,5%, e o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), em 1,4%.
Se a bandeira tarifária de energia elétrica for verde em dezembro, o IPCA pode ficar ainda mais próximo da meta, reforçando a tendência de alívio nos preços. O boletim destaca que o desaquecimento na economia e no mercado de trabalho contribui para segurar a inflação.
