A organização entrevistou 407 atletas de seleções nacionais femininas de 41 países sobre condições de trabalho e remuneração. A pesquisa foi realizada de agosto a outubro de 2025, abrangendo participantes dos principais campeonatos continentais deste ano. Os resultados mostram que, apesar de alguns avanços, a maioria das jogadoras ainda enfrenta instabilidade financeira. Eis a íntegra (PDF – 16 MB).
O levantamento focou em atletas que disputaram a Eurocopa Feminina da UEFA, Copa América Feminina, Copa Africana de Nações Feminina e Copa das Nações da OFC. O estudo repete uma pesquisa similar realizada em 2022, permitindo comparar a evolução do cenário no futebol feminino.
Os clubes constituem a principal fonte de renda para as atletas, seguidos pelos pagamentos das seleções nacionais. A pesquisa identificou que 25% das jogadoras mantêm empregos adicionais fora do futebol para complementar sua renda.
“Esta é uma repetição da pesquisa que realizamos em 2022 em todas as confederações e, embora alguns avanços notáveis tenham sido feitos, os dados indicam que mais progresso é necessário se quisermos permitir que as jogadoras, e o futebol feminino de forma mais ampla, maximizem seu potencial,” afirmou a Dra. Alex Culvin, Diretora de Futebol Feminino da FIFPRO.
A instabilidade também se reflete nos contratos de trabalho. Entre as jogadoras que assinaram contratos com clubes, 33% têm vínculos de 1 ano ou menos, enquanto 22% relataram não ter contrato algum.
“A estabilidade financeira é a pedra angular de qualquer carreira,” disse a Dra. Culvin. “Os dados são muito claros: a maioria das jogadoras está ganhando renda insuficiente para garantir carreiras seguras dentro do jogo. É um risco para a sustentabilidade do jogo porque as jogadoras serão inclinadas a deixar o futebol cedo para conseguir se sustentar.”
O estudo também apontou problemas relacionados ao descanso durante as competições. Das atletas entrevistadas, 58% consideram o tempo de recuperação antes das partidas insuficiente, enquanto 57% relataram que o período depois dos jogos também não é adequado.
Quanto às condições de viagem, 75% das jogadoras se deslocaram em classe econômica durante os torneios, com apenas 11% tendo acesso a classes premium ou executiva. A grande maioria (77%) utilizou transporte aéreo para pelo menos uma partida ou competição.
