A partir de 2025/26, o crédito rural passou a exigir Zarc em mais contratos. A regra muda acesso a financiamento, Proagro e seguro, e exige atenção às janelas de plantio. Entenda como consultar e evitar erros agora.

Quem vive do campo sabe que “data de plantio” nunca foi só calendário: é risco. A novidade é que, na safra 2025/26, essa lógica entrou de vez no balcão do banco. O crédito rural de custeio agrícola passou a exigir a observância das recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).

O Ministério da Agricultura e Pecuária informa que, em 2025, a observância do Zarc se tornou obrigatória para operações acima de R$ 200 mil no Pronaf e também para contratos em que o Proagro não é exigido, com exceção apenas quando não houver zoneamento disponível para o município ou para a cultura financiada. Também houve ajustes que consideram perdas climáticas na renegociação.
O que é Zarc e por que ele pesa no bolso
O Zarc indica janelas de plantio com níveis de risco de perda por eventos climáticos (comumente apresentados como 20%, 30% e 40%) para cada cultura e município, considerando variáveis como tipo de solo e ciclo da cultivar.
Essa regra não nasceu agora. O Zarc já era requisito em programas de proteção ao produtor: notas técnicas do Mapa registram a obrigatoriedade de observar o Zarc para enquadramento no Proagro, conforme o Manual de Crédito Rural do Banco Central, que restringe o custeio agrícola às condições do Zarc publicadas para o município. A mudança de 2025/26 amplia essa lógica e tenta reduzir crédito liberado fora da época recomendada.
Como consultar e evitar dor de cabeça no contrato
A consulta é pública e direta. O Mapa mantém o Painel de Indicação de Riscos do Zarc, onde dá para filtrar safra, cultura, UF, município, solo e grupo/ciclo e visualizar as datas indicadas. Na prática, vale salvar o resultado (print ou PDF) para discutir com o técnico, a cooperativa e a instituição financeira antes de fechar o custeio.

Quem prefere celular pode usar o aplicativo Zarc-Plantio Certo, da Embrapa, que organiza as janelas de plantio e os níveis de risco de forma rápida.
Alguns erros comuns que travam enquadramento, geram pendência no banco ou complicam uma eventual comprovação de perdas são:
- informar município errado no contrato;
- consultar uma janela sem considerar solo/ciclo;
- plantar fora do período indicado “só alguns dias”;
- ficar sem evidência clara da data e da área plantada.
O que muda em 2026 na prática do produtor
O recado do Plano Safra 2025/26 é que crédito, seguro e clima estão mais conectados do que nunca. O Mapa também destaca o início do Zarc em Níveis de Manejo (ZarcNM) no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), em projeto-piloto com soja no Paraná, apontando uma tendência de diferenciar risco conforme práticas de manejo.
No dia a dia, o desafio é operacional: planejar com antecedência, manter cadastro correto e registrar o que foi feito, sem depender da “memória da safra”.
Plantar dentro da janela do Zarc deixa de ser só recomendação: vira parte do custo (ou da economia) do financiamento, e começa com a pergunta certa antes de semear: “minha área está dentro do Zarc?”
Referência da notícia
No ano da colheita, políticas de investimento em crédito rural, financiamento privado e comercialização marcaram o 2025 do Mapa. 15 de dezembro, 2025. MAPA.
