O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) arrecadou R$ 77,55 bilhões de janeiro a novembro de 2025 com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A alta real (descontada a inflação) foi de 19,9% na comparação com o mesmo período de 2024.
Trata-se do maior valor para o período na série histórica, iniciada em 1995. A Receita Federal divulgou os dados nesta 2ª feira (22.dez.2025). Leia as íntegras da apresentação (PDF – 605 kB) e do relatório (PDF – 1 MB).
Leia o infográfico abaixo:

A arrecadação com o IOF no acumulado de janeiro a novembro de 2025 também supera o que foi obtido em todo ano de 2024, quando atingiu R$ 71,51 bilhões –a considerar a correção pela inflação no período. O Fisco informa que o valor recorde se deu, sobretudo, pelo aumento da cobrança do imposto a partir de decreto de Lula.
O órgão cita como justificativa as “operações relativas à saída de moeda estrangeira, a crédito destinado a pessoas jurídicas e referentes a títulos ou valores mobiliários”.
Só em novembro, a arrecadação com IOF foi de R$ 8,61 bilhões. A alta real foi de 39,95% ante o mesmo mês de 2024.
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IDAS E VINDAS
Depois de vai-e-vem de alíquotas do tributo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um acordo com o Congresso para recalibrar o aumento da carga tributária. Apesar de ter votado atrás em parte das ações, as taxas do IOF ficaram mais onerosas.
O governo anunciou o aumento do tributo em 22 de maio, mas voltou atrás em parte do decreto no dia seguinte. Depois de críticas, o Congresso derrubou o decreto presidencial em junho, e o caso foi parar no STF (Supremo Tribunal Federal).
A Corte impôs derrota aos deputados e senadores ao decidir pela volta dos efeitos do decreto presidencial. Haddad fez um acordo com os congressistas para derrubar parte do aumento das alíquotas. Em compensação, publicou uma MP (Medida Provisória) que aumenta outros tributos que atingem:
- títulos isentos de investimentos;
- casas de apostas;
- fintechs.
A MP de Haddad estimava R$ 31,4 bilhões ao governo em 2025 e em 2026. Mas em 8 de outubro, a Câmara derrubou a medida provisória, impondo uma derrota a Haddad e Lula.
NOVO FÔLEGO
Na 4ª feira (17.dez), o Congresso aprovou o PLP (Projeto de Lei Complementar) 128 de 2025, que reduz benefícios fiscais. O texto também eleva a tributação sobre JCP (Juros Sobre Capital Próprio), bets e fintechs.
O governo espera ter um espaço no Orçamento de ao menos R$ 22,4 bilhões em 2026 com a medida.

