O governo do presidente americano Donald Trump (Partido Republicano) vai retirar dezenas de embaixadores nomeados durante a gestão do ex-presidente Joe Biden (Partido Democrata). A medida faz parte de uma reestruturação para alinhar o corpo diplomático dos Estados Unidos às prioridades de política externa do republicano. Os chefes de missão, em sua maioria diplomatas de carreira, foram informados de que devem deixar os postos até meados de janeiro de 2026.
De acordo com a AFSA (Associação Americana do Serviço Exterior), a troca atinge embaixadores em cerca de 30 países, com foco principal no continente africano. Embora seja comum que presidentes substituam embaixadores políticos –indicados por confiança–, a remoção em massa de funcionários de carreira antes do fim do mandato é considerada incomum na tradição diplomática norte-americana.
Um alto-funcionário do Departamento de Estado afirmou que a troca é um “processo padrão”. Segundo ele, o embaixador atua como representante pessoal do presidente e deve promover a agenda “America First”.
Sob o comando do secretário de Estado, Marco Rubio, o governo tem promovido uma reforma profunda na diplomacia. O foco está em combate à imigração ilegal, corte de ajuda externa e eliminação de políticas de diversidade. Desde que assumiu, Rubio já supervisionou a demissão de centenas de funcionários do Departamento de Estado.
A AFSA criticou a decisão em , afirmando que a remoção sem justa causa “envia um sinal preocupante ao corpo diplomático profissional” e compromete a imagem do país no exterior. O sindicado dos diplomatas ressaltou que não foram dadas explicações específicas para as demissões.
A reestruturação já causa incidentes diplomáticos. A Dinamarca convocou o embaixador dos EUA após Trump nomear um enviado especial para a Groenlândia, território autônomo dinamarquês que o presidente norte-americano já manifestou interesse em adquirir.
