O deputado federal cassado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta 4ª feira (24.dez.2025) que o episódio envolvendo o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o Banco Master expõe o que chamou de “estado degradado da moral no Brasil”. A declaração foi feita em publicação na rede social X (antigo Twitter).
Segundo o ex-congressista, é “escandaloso” que um caso de natureza financeira gere mais repercussão na imprensa do que prisões de mulheres que, segundo ele, estariam sendo tratadas como terroristas. “Vamos fazer deste limão uma limonada, mas isto mostra o estado degradado da moral no Brasil”, escreveu.
Eduardo Bolsonaro concluiu a mensagem afirmando que o debate não seria “sobre o que”, mas “sobre quem”. A postagem foi publicada às 10h54 e acumula visualizações, além de compartilhamentos e comentários.

A fala do deputado ocorre em meio à repercussão do caso que envolve Moraes e o Banco Master, que tem sido explorado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como exemplo de seletividade no tratamento dado a investigações e episódios envolvendo autoridades.
Entenda
O episódio citado tem como pano de fundo a divulgação de reuniões entre o ministro Alexandre de Moraes e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, além da relação do Banco Master com o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do magistrado. Após a repercussão das informações, Moraes divulgou duas notas oficiais nas quais negou qualquer atuação em favor do Banco Master ou interferência em processos envolvendo a instituição financeira.
Segundo o ministro, os encontros com Galípolo tiveram caráter estritamente institucional e trataram dos possíveis efeitos da aplicação da Lei Magnitsky no sistema financeiro brasileiro, sem relação com operações de compra, venda ou negociação de bancos. Moraes afirmou ainda que não manteve contatos telefônicos com o presidente do Banco Central sobre o Banco Master e que o escritório de advocacia de sua esposa não participou da operação de venda da instituição ao BRB.
O Banco Central confirmou a versão apresentada pelo ministro e informou que as reuniões tiveram como foco exclusivo aspectos técnicos e regulatórios relacionados à Lei Magnitsky, sem discussões sobre interesses privados ou casos específicos. Apesar das negativas, o episódio ganhou repercussão política e passou a ser explorado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que questionam a conduta do ministro, enquanto defensores de Moraes sustentam não haver indícios de irregularidade ou conflito de interesses.
