Os médicos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmaram nesta 5ª feira (25.dez.2025) que avaliam a necessidade de realizar um procedimento anestésico para conter soluços, o “bloqueio anestésico do nervo frênico”, para a próxima 2ª feira (29.dez.2025).
“Por questão de precaução, otimizar o tratamento no clínico, melhorar a dieta, potencializar toda a medicação e observar, nesses próximos dias, a necessidade, ou não, desse procedimento. Provavelmente, nós o faremos lá por segunda-feira, que é o tempo bom para ele poder responder a essa medicação”, disse o cardiologista Brasil Ramos Caiado.
Inicialmente, os médicos tinham proposto um bloqueio do nervo, mas concluíram depois que os soluços podem ter relação com o trombo digestivo e uma esofagite severa, associada a gastrite e refluxo gastroesofágico. Portanto, como é um processo invasivo, optaram por esperar mais alguns dias para decidir se é necessário realizar o procedimento de bloqueio anestésico do nervo frênico.
“Toda vez que nós podemos ser menos invasivos na questão da proteção do paciente, de 70 anos. Se nós podemos resolver de forma clínica, para ele é mais seguro. Essa é a nossa preocupação agora. Nós vamos ver como é a evolução clínica dele, como está espaçado a redução do soluço”, disse o cardiologista.
O soluço é uma preocupação recorrente dos médicos porque produz muito cansaço no ex-presidente, prejudica o sono e a recuperação do pós-operatório. “Ele está sendo praticamente agredido por esse soluço”.
BOLSONARO SE RECUPERA DA CIRURGIA DE HÉRNIA
Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia eletiva de hérnia inguinal bilateral nesta 5ª feira (25.dez). O bloqueio anestésico do nervo frênico poderia ser feito na sequência.
A cirurgia da hérnia durou cerca de 3h30. Agora, o ex-presidente está acordado e se recupera em seu quarto. A recuperação deve durar cerca de 5 dias. “Ele precisa estar bem o suficiente para fazer o que a gente chama de autocuidado: tomar banho, se vestir, se movimentar e comer”.
Do lado esquerdo era uma hérnia ainda em uma fase inicial, mas que se não houvesse a cirurgia, daqui a alguns meses ele ia desenvolver o quadro clínico do mesmo jeito que desenvolve do lado direito, que apresentava piora. Então, já foi feita a correção de ambos os lados, com a técnica chamada de Wittgenstein.
A cirurgia de hérnia inguinal bilateral, como a realizada em Bolsonaro, foi feita por via aberta –técnica tradicional com cortes maiores que permite acesso direto aos órgãos– e não por videolaparoscopia, método menos invasivo que utiliza pequenos cortes, câmera e instrumentos cirúrgicos.
Embora a videolaparoscopia geralmente resulte em menos dor, recuperação mais rápida e cicatrizes menores, a via aberta é mais indicada em casos mais complexos que exigem maior campo de visão e manipulação, como quando há cirurgias anteriores, inflamações ou aderências, apesar de sua recuperação mais lenta e cicatrizes maiores.
