O ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques foi preso nesta 6ª feira (26.dez.2025) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, ao tentar embarcar para El Salvador.
Silvinei rompeu a tornozeleira eletrônica que usava e deixou o Brasil sem autorização judicial. Depois de constatar a avaria no equipamento, autoridades brasileiras emitiram alertas às forças de segurança nas fronteiras, o que levou à localização e à prisão do ex-policial.
Natural de Ivaiporã (PR), Silvinei entrou na PRF em 1995 e construiu uma carreira de 27 anos. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), chegou ao cargo máximo do órgão, tornando-se diretor-geral. Aposentou-se voluntariamente com salário integral em dezembro de 2022.
Antes de se aposentar, na campanha de outubro daquele ano, Silvinei comandou blitze em estradas do Nordeste no dia da votação do 2º turno presidencial. Os eleitores da região são majoritariamente apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ato foi considerado pela Justiça uma tentativa de interferência eleitoral a favor de Bolsonaro.
Silvinei foi preso em agosto de 2023 por causa dessas blitze. Em agosto de 2024, o ministro do STF Alexandre de Moraes concedeu liberdade ao ex-diretor da PRF, com uso de tornozeleira eletrônica.
Em dezembro de 2024, o ex-policial passou então a ocupar o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação na Prefeitura Municipal de São José (Santa Catarina).
O ex-diretor da PRF foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 16 de dezembro de 2025 por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. A pena imposta foi de 24 anos e 6 meses de prisão, além do pagamento de 120 dias-multa.
A acusação da PGR (Procuradoria Geral da República) afirmou que Silvinei e os outros réus do núcleo 2 da trama golpista utilizaram a máquina pública e atuaram de forma coordenada para dar sustentação institucional e operacional ao plano de manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas.
No mesmo dia em que foi condenado pelo STF, Silvinei pediu exoneração da prefeitura catarinense.
