O ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques foi entregue à Polícia Federal em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, horas depois de ser detido no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi. Ele havia tentado burlar os controles migratórios nesta 6ª feira (26.dez.2025).
Segundo as autoridades paraguaias, Vasques, condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 24 anos e 6 meses por tentativa de golpe de Estado, tentou ingressar no país com identidade de cidadão paraguaio sob o nome Julio Eduardo. A irregularidade foi identificada durante a inspeção inicial realizada por agentes migratórios, que acionaram um procedimento de controle secundário.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão preventiva do ex-diretor da PRF nesta 6ª feira (26.dez). Leia a íntegra (PDF – 156 kB).
A decisão foi tomada depois de a PF (Polícia Federal) informar o rompimento da tornozeleira eletrônica usada por Vasques e o descumprimento de outras medidas cautelares impostas pelo STF. O equipamento ficou sem sinal de GPS na madrugada de 25 de dezembro e, horas depois, também perdeu a comunicação por GPRS (General Packet Radio Service).
Policiais federais fizeram diligências no endereço do ex-diretor, em São José (SC), mas não o encontraram. Segundo o relatório, Vasques deixou o prédio na noite de 24 de dezembro, carregando um carro alugado com bolsas, objetos pessoais e um cachorro, e não retornou. O apartamento estava trancado no momento da verificação.
Para Moraes, os elementos reunidos indicam fuga e tentativa de se furtar à aplicação da lei penal. O ministro afirmou que o descumprimento das medidas cautelares, sem justificativa, autoriza a conversão das restrições em prisão preventiva, conforme a jurisprudência do STF.
O ex-diretor da PRF foi condenado em 16 de dezembro pela 1ª Turma do STF por tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Planalto depois da derrota nas eleições de 2022. A decisão também determinou o pagamento de R$ 30 milhões por danos morais coletivos, a perda do cargo público e a comunicação ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para fins de inelegibilidade.
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