Os petroleiros do Norte Fluminense decidiram encerrar a greve iniciada em 15 de dezembro, depois de 16 dias de paralisação. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta 3ª feira (30.dez.2025), quando a categoria aprovou a mais recente contraproposta apresentada pela Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho.
Apesar do retorno ao trabalho, os trabalhadores decidiram manter o estado de greve e a assembleia permanente, como forma de pressionar a empresa a cumprir os compromissos assumidos.
A deliberação seguiu o indicativo do Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense), entidade representativa da categoria e filiada à FUP (Federação Única dos Petroleiros).
Segundo o sindicato, a manutenção desses instrumentos assegura que a categoria permaneça mobilizada caso haja descumprimento das cartas-compromisso enviadas pela Petrobras durante as negociações.
Isso porque, na prática, o fim da greve significa o retorno imediato ao trabalho, mas o estado de greve funciona como um instrumento político e organizativo que mantém os trabalhadores em alerta, sinalizando que uma nova paralisação pode ser convocada rapidamente caso os compromissos assumidos pela empresa não sejam cumpridos.
Já a assembleia permanente assegura que a categoria permaneça em processo contínuo de deliberação, permitindo a convocação de novas assembleias a qualquer momento para avaliar o andamento das negociações e o cumprimento do acordo. A estratégia é adotada por sindicatos para preservar a capacidade de pressão, demonstrar disposição para o diálogo e assegurar respostas rápidas diante de eventuais impasses, sem a necessidade de reiniciar todo o processo formal de mobilização.
Entre os principais pontos considerados avanços pela categoria estão o compromisso da empresa em buscar soluções para os PEDs (Planos de Equacionamento de Déficit), a reavaliação de desimplantes considerados injustos, melhorias no processo de incorporação de trabalhadores da base de Cabiúnas e avanços na cláusula de folga suprimida.
Também foi acordado que não haverá punições, transferências ou mudanças de regime de trabalho para os empregados que participaram da greve. Além disso, a Petrobras se comprometeu a neutralizar os dias parados, pagar o dia de desembarque como hora extra, criar o Auxílio Mercado e complementar o Auxílio Deslocamento.
Durante a assembleia, os petroleiros aprovaram ainda um desconto assistencial ao sindicato correspondente a 1% do salário líquido, que será aplicado em 3 parcelas.
Para o coordenador-geral do Sindipetro-NF e diretor da FUP, Sérgio Borges, a decisão reflete uma avaliação do cenário político e econômico. Segundo ele, a mobilização resultou em conquistas concretas e fortaleceu a organização da categoria, mesmo com pontos ainda pendentes de negociação.
