O Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirmou que precisa mobilizar 400 advogados para revisar 5,2 milhões de páginas de arquivos relacionados ao financista norte-americano Jeffrey Epstein (1953-2019), acusado de tráfico sexual, exploração e abuso sexual de menores.
A informação foi divulgada na 3ª feira (30.dez.2025), conforme documento governamental obtido pela Reuters. A análise ocorrerá de 5 a 23 de janeiro, ultrapassando o prazo de 19 de dezembro estabelecido pelo Congresso do país.
Profissionais da Divisão Criminal, da Divisão de Segurança Nacional, do FBI (Agência Federal de Investigação) e do escritório do procurador dos EUA em Manhattan participarão do processo. Os advogados deverão dedicar de 3 a 5 horas diárias para analisar cerca de 1.000 documentos por dia.
O volume de material relacionado a Epstein, morto em 2019, motivou a extensão do prazo. Na semana passada, o Departamento de Justiça identificou mais de 1 milhão de documentos adicionais potencialmente vinculados a Epstein.
A ordem para divulgar os arquivos foi emitida pelo governo do presidente Donald Trump (Partido Republicano), seguindo uma lei de transparência aprovada pelo Congresso em novembro. Essa legislação determina que todos os arquivos relacionados a Epstein sejam tornados públicos, apesar dos esforços anteriores de Trump para mantê-los em sigilo.
Os documentos estão ligados às investigações criminais sobre Epstein, que manteve amizade com Trump durante a década de 1990. O presidente dos EUA teve um convívio social com Epstein nos anos 1990 e início dos anos 2000, mas disse que a relação entre eles terminou em meados dos anos 2000 e que nunca teve conhecimento dos abusos sexuais cometidos pelo financista.
As divulgações realizadas até o momento contêm muitas partes censuradas, o que tem frustrado alguns republicanos e feito pouco para diminuir um escândalo que ameaça o partido antes das eleições de meio de mandato de 2026. Além de Trump, Michael Jackson, Mick Jagger, Bill Clinton e Diana Ross estão entre as pessoas públicas que aparecem em fotografias ao lado de Epstein.
A lei aprovada pelo Congresso com amplo apoio bipartidário determinava que todos os documentos fossem divulgados até 19 de dezembro, com redações para proteger as vítimas. O grande volume de material, no entanto, está atrasando o processo.
O CASO EPSTEIN
Epstein foi condenado na Flórida em 2008 por aliciar uma pessoa menor de 18 anos para prostituição.
O Departamento de Justiça o acusou de tráfico sexual em 2019. No mesmo ano, Epstein foi encontrado morto em uma prisão de Nova York, e sua morte foi considerada suicídio.
Em mensagem publicada na rede social X na semana passada, o Departamento de Justiça declarou: “Temos advogados trabalhando 24 horas por dia para revisar e fazer as redações legalmente exigidas para proteger as vítimas, e divulgaremos os documentos o mais rápido possível. Devido ao grande volume de material, esse processo pode levar mais algumas semanas”.

