Nos dias 18 e 20 de março, a Secretaria de Educação do Distrito Federal, por meio da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE), deu início à formação do Programa Nacional de Apoio ao Ensino Médio (PNAEM), uma iniciativa que visa alinhar as práticas docentes à Lei nº 14.945/2024. O objetivo é capacitar professores para orientar a construção dos Projetos de Vida dos estudantes, promovendo autoconhecimento, competências socioemocionais e uma formação integral que prepare os jovens para os desafios do futuro.
A formação, que terá uma carga horária total de 120 horas, está sendo realizada em formato híbrido, com encontros síncronos e assíncronos, e se estenderá até as apresentações dos trabalhos finais, que ocorrerão nos dias 1º e 3 de julho, de forma presencial, na sede da EAPE. Ao todo, 300 professores da rede pública do DF se inscreveram para participar da capacitação, que foi organizada em blocos temáticos focados nas necessidades do trabalho pedagógico e no impacto direto em sala de aula.
Foto: Focus Produção de Imagem
Segundo Viviane Carrijo, Chefe do Núcleo de Formação para as Etapas da Educação Básica, a EAPE tem assumido o desafio de implementar políticas públicas por meio da formação continuada. “Professores foram convidados a participar desse processo de implementação junto conosco e com a Diretoria de Ensino Médio. Juntos, caminharemos nessa jornada, e a formação continuada será um eixo fundamental”, destacou. Ela ressaltou ainda que os formadores partem do contexto real da sala de aula, e que os professores trarão suas experiências e práticas pedagógicas para, de forma coletiva, pensar em estratégias e caminhos para a implementação das políticas públicas.
Na abertura da aula inaugural da última terça-feira, 18, o professor Euclides Chacon, Diretor do Ensino Médio (DIEM), reforçou que a formação é fruto de um trabalho coletivo iniciado em dezembro do ano passado. “É um desafio muito grande porque a política nacional do Ensino Médio ainda está em processo de construção. Temos dois elementos principais: o currículo e a formação dos professores. Precisamos trabalhar e ajustar o processo em pleno voo, com muita agilidade e atenção às necessidades”, explicou.
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Já Simone Alves, Coordenadora do Projeto de Vida, destacou a importância da integração entre as práticas pedagógicas e as políticas públicas. “A EAPE precisa executar políticas públicas e também criá-las. É isso que é interessante: quando temos essa possibilidade, temos professores que entendem o processo e constroem ele conosco. Durante o curso, vamos focar no desenvolvimento de habilidades como pensamento criativo, capacidade de inovar, espírito empreendedor e muito mais. Essas competências são pilares para que os jovens possam traçar seus projetos de vida de forma mais consciente e preparada, tanto para os desafios profissionais quanto para as escolhas pessoais e é por esse motivo que nossos professores precisam estar preparados”, afirmou Simone, ressaltando que a formação continuada é um eixo central para a implementação das políticas públicas, e que os professores são peças-chave nesse processo, trazendo para a formação a realidade da sala de aula.
Experiências em sala de aula
Karen Almeida, professora de Projeto de Vida há cinco anos no Centro de Ensino Médio 01 de Brazlândia (CEM 01), falou sobre a gratificação de ver os resultados do trabalho. “Quando a gente chega no terceiro ano e vê que fez um bom trabalho, é muito gratificante. Por já estar há algum tempo, já trabalhei também com iniciativas em parceria com o Sebrae, como um projeto de impressão 3D para alunos com deficiências e transtornos e isso fez com que, na minha formação, eu pudesse compreender melhor cada aluno’’, ponderou.
Já Suzan Gonçalves, leciona espanhol e português também no CEM 01 e está no Projeto de Vida há três anos. Ela chegou à formação com sede de aprender e levar novos conhecimentos para a sala de aula. “Estou aqui para absorver o máximo possível e, assim, conseguir colocar meus alunos em movimento. Eu já compreendi que o Projeto de Vida é uma ferramenta para os estudantes explorarem habilidades que vão além do currículo tradicional. Nesta formação, nós aprendemos a estimular a imaginação, a buscar por soluções inovadoras, e a incentivar os alunos tomarem suas próprias decisões. Esses elementos são essenciais para que os jovens possam se sentir mais confiantes e preparados para construir um futuro alinhado aos seus sonhos e potencialidades’’, reforçou a docente.