Por Vandré Kramer
04/03/2025 às 10:46
Ouça este conteúdo
O carro novo ficou 4,1% mais caro em 12 meses, em média, segundo a medição do IPCA-15, do IBGE. Já são cinco meses de aceleração no índice. Apesar disso, a tendência tem alguma chance de ser interrompida. Dois fatores principais podem influenciar esse cenário:
Montadoras temem que carros destinados aos EUA invadam o mercado nacional e também o latino-americano, importante destino da produção brasileira – em 2024, os latinos compraram 76,5% das exportações nacionais do setor. Essa situação poderia levar a uma queda nos preços dos veículos novos, apontam especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo.
VEJA TAMBÉM:
Marcelo Frateschi, líder automotivo e sócio de impostos da EY Brasil, observa que a queda nos preços também vai depender muito do comportamento da demanda. "Se esta não acompanhar a oferta, uma queda nos preços dos veículos é possível." Em 2024, foram emplacados 2,2 milhões de veículos novos no Brasil.
Uma redução nos preços dos carros novos para os consumidores no acumulado de 12 meses seria algo inédito desde dezembro de 2020, apontam dados do IBGE.
O aumento das importações e a redução das exportações de veículos têm o potencial de agravar o déficit na balança comercial da indústria automobilística e de autopeças. No ano passado, o saldo negativo chegou a US$ 11,2 bilhões, um crescimento de 87,3% em relação a 2023. O último superávit ocorreu em 2017. Somente em janeiro de 2025, o déficit foi de US$ 668,5 milhões.
As importações estão em alta. Em 2024, o Brasil registrou 466,5 mil emplacamentos de veículos importados, alta de 33% em relação ao ano anterior e o maior número em dez anos. O impulso foi dado pela chegada massiva de elétricos chineses.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defende a necessidade de reequilibrar exportações e importações para a indústria nacional. Além disso, enfatiza a importância de fortalecer as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
“Isto é essencial para proteger a indústria nacional, os empregos e os investimentos projetados para 2025”, afirma Márcio de Lima Leite, presidente da associação.
O aumento das tarifas no comércio internacional pode elevar os custos de importação de peças, reduzindo a competitividade das montadoras brasileiras. "Além disso, a incerteza nas relações comerciais pode levar à retração de investimentos no setor, afetando a inovação e a capacidade produtiva local", afirma Frateschi.
Por outro lado, ele aponta que a taxação elevada para veículos mexicanos e canadenses pode abrir oportunidades para as montadoras brasileiras ampliarem sua participação no mercado norte-americano.
Outro fator que pode afetar os preços é a alta na taxa de juros. A Selic está em 13,25% ao ano e o mercado projeta novos aumentos, podendo atingir 15% até dezembro, segundo as expectativas do mercado financeiro projetadas pelo boletim Focus do BC. “Isso pode retrair a demanda por aquisição de veículos novos”, ressalta Frateschi.
Em 2024, 46% dos emplacamentos de veículos leves foram financiados, um aumento de seis pontos percentuais em relação ao ano anterior. A taxa média de juros para financiamento de veículos também subiu: para empresas, passou de 1,3% ao mês em 2023 para 1,4% em 2024; para pessoas físicas, de 1,9% para 2,1%, de acordo com dados do BC.
Paulo Noman, presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), avalia que 2025 será um ano especialmente desafiador para o crédito automotivo, devido ao cenário de juros elevados.
Enquanto os Estados Unidos adotam medidas protecionistas, a indústria automobilística chinesa continua a expandir sua influência global, especialmente na América Latina, Caribe, África e Ásia. A China, maior fabricante e exportador de veículos do mundo, liderada por empresas como BYD e Geely, já supera Alemanha e Japão no mercado global, com forte presença no segmento de veículos elétricos.
Fabricantes tradicionais, como Volkswagen, BMW e Mercedes-Benz, enfrentam dificuldades devido à transição lenta para tecnologias sustentáveis e aos altos custos de produção. A previsão é que as montadoras chinesas dominem até um terço do mercado global ao fim da década.
Frateschi avalia que as tarifas impostas pelos EUA podem encarecer os veículos importados no mercado norte-americano, tornando-os menos competitivos em relação aos modelos fabricados localmente. No entanto, ele alerta que a sobretaxa sobre o aço importado, também implementada por Trump, pode aumentar os custos de produção para os fabricantes norte-americanos, reduzindo sua competitividade.
Deixe sua opinião
Encontrou algo errado na matéria?
Comunique erros
Use este espaço apenas para a comunicação de erros
Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade da Gazeta do Povo.
Aceito que meu nome seja creditado em possíveis erratas.
Tudo sobre:
Receba nossas notícias NO CELULAR
WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
Agência Brasil
Por Gabriel Sestrem
04/03/2025 às 10:18
Ouça este conteúdo
A China, principal importadora de carne bovina do Brasil, anunciou a suspensão temporária das compras de três frigoríficos brasileiros a partir desta segunda-feira (3). A medida também afeta duas empresas da Argentina, uma do Uruguai e uma da Mongólia.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), autoridades chinesas teriam realizado auditorias remotas nos frigoríficos e identificado “não conformidades em relação aos requisitos chineses para o registro de estabelecimentos estrangeiros”. Os frigoríficos em questão são a unidade da JBS em Mozarlândia-GO; da Frisa Frigorífico Rio Doce, em Nanuque-MG; e da Bon-Mart Frigorífico, em Presidente Prudente-SP.
A Abiec informou, em nota, que “em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), segue em diálogo com as autoridades competentes para garantir a rápida resolução da questão”. O comunicado também informa que as empresas envolvidas foram notificadas e estão adotando medidas para atender às exigências das autoridades chinesas.
“O Brasil reafirma sua confiança na robustez do controle sanitário nacional, conduzido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, e segue trabalhando ativamente para solucionar os questionamentos apresentados com celeridade, garantindo a segurança e qualidade da carne bovina exportada”, prossegue o comunicado da Abiec.
Segundo dados da associação, no ano passado a China respondeu por 46% das importações de carne bovina brasileira, totalizando 1,3 milhão de toneladas e um faturamento de US$ 6 bilhões. Após a China, os Estados Unidos são o segundo maior mercado para a carne bovina do Brasil, seguidos pelos Emirados Árabes Unidos, União Europeia, Chile e Hong Kong.
Deixe sua opinião
Encontrou algo errado na matéria?
Comunique erros
Use este espaço apenas para a comunicação de erros
Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade da Gazeta do Povo.
Aceito que meu nome seja creditado em possíveis erratas.
Tudo sobre:
Receba nossas notícias NO CELULAR
WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
compartilhe
A Associação de Delegados do Brasil (Adepol) pediu, no último dia 21, que Edson Fachin declare a inconstitucionalidade e acabe com a ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas. A ação limita operações policiais em favelas no Rio de Janeiro.
No início do mês, Fachin, relator da ação, propôs a homologação parcial do plano de redução de letalidade do governo do Rio de Janeiro, mas determinou uma série de medidas complementares.
Após a decisão, a Adepol afirmou que a ADPF das Favelas “facilitou” e “estimulou” o crescimento de facções criminosas no estado. A associação disse também que policiais são apontados de forma “irresponsável” como culpados “sem qualquer prova técnica, perícia, análise fática”.
Uma das medidas complementares determinadas por Fachin é, justamente, a independência e melhora na perícia técnica. O ministro determinou que o Ministério Público do Rio de Janeiro tome as providências necessárias para viabilizar uma perícia independente em colaboração com a Polícia Federal.
A ADPF das favelas teve seu julgamento paralisado no último dia 5 após o voto de Fachin. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, disse que, em razão da profundidade do voto e da complexidade do tema, seria necessário mais tempo para o colegiado buscar consensos sobre os diversos pontos.
Tópicos relacionados:
compartilhe
© Copyright 2025 Diários Associados Todos os direitos reservados.
Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,
Informe seus dados para criar uma conta:
Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:
de R$ 9,90 por apenas
R$ 1,90
nos 2 primeiros meses
Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você
Copyright © 2024 Revista Oeste. Todos os direitos reservados. CNPJ 19.608.677/0001-35
Como assinante você pode liberar
até 2 conteúdos
da revista por edição.
Utilize os botões abaixo para compartilhar:
ou copie e cole a url:
Ciência, tecnologia e atenção às exigências do mercado — esse tripé fez os agricultores do Brasil transformarem uma tragédia em oportunidade. A praga do bicudo-do-algodoeiro devastou a produção nacional de algodão na década de 1990, fazendo do país um grande importador desse produto. Porém, o agro nacional não ficou inerte e correu atrás do prejuízo.
Os agricultores buscaram soluções ao redor do mundo, o que fez as lavouras locais ganharem uma nova face, muito mais tecnológica. Em uma surpreendente virada de chave, o agro nacional se tornou um grande exportador da pluma — em fibra, quase igual àquele vendido nas farmácias.
Em 2024, o país liderou o mercado mundial, com embarque de 2,8 milhões de toneladas. O número superou, inclusive, os Estados Unidos — nação com a safra mais volumosa do planeta. É verdade, porém, que irregularidades climáticas atrapalharam o cultivo norte-americano neste ano. Entretanto, a agricultura brasileira fez a lição de casa, venceu desafios e se consolidou como umas das mais importantes fornecedoras mundiais da pluma.
O ritmo de crescimento acelerado deixou a indústria de tecidos para trás. As fábricas não conseguem ter a mesma competitividade do campo, fazendo o país vender para fora quase 75% da colheita.
O bicudo-do-algodoeiro é um besouro preto, e seu nome se dá em razão de sua cabeça prolongada em forma de bico. A reprodução do inseto ocorre por meio de larvas, que são depositadas justamente onde nascem as plumas e os caroços do algodão. Nessa fase, essas lagartas se alimentam da planta, devastando a produção.
Marcio Portocarrero, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), explica como essa história aconteceu. “Há 25 anos, os brasileiros resolveram reintroduzir o algodão no país”, diz o agricultor. “Eles saíram mundo afora, e foram ver na Austrália, nos Estados Unidos o que se fazia para ter estabilidade na produtividade, na produção e saber o que se estava usando de insumo.”
De acordo com Portocarrero, esse processo fez o setor mudar radicalmente. A colheita, por exemplo, passou de manual para mecanizada. O plantio deixou de ser feito em pequenas áreas, principalmente em São Paulo, para ocupar grandes áreas no Mato Grosso e na Bahia. E os agricultores ganharam uma aliada fundamental contra o bicudo: a transgenia — a tecnologia de adaptar as plantas geneticamente.
Atualmente, cerca de de 80% da safra nacional tem origem transgênica, tecnologia liberada no país a partir de 2005. A introdução da técnica contou com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Além de ajudar a combater a praga, seu uso trouxe um imenso ganho de produtividade, com a colheita passando de pouco mais de 1 tonelada por hectare para quase 2 nesta mesma porção de terra. Praticamente o dobro da média norte-americana. E com uma outra grande vantagem: a de consumir muito menos água que em outros países.
“Por volta de 98% do algodão brasileiro é obtido em área de sequeiro, sem irrigação”, relata o diretor da Abrapa. Nosso clima possibilita isso. Enquanto isso, 60% do algodão dos EUA é irrigado e, do australiano, 100% é irrigado. E aí entra em outro fator que é a preocupação do mundo com relação à água, com relação à destinação da água para alimentação animal e humana, e não para a agricultura. Hoje o Brasil é muito mais sustentável.”
Sustentabilidade é outra palavra-chave para o crescimento da lavoura de algodão no Brasil. O crescimento da produção depende de mercado para absorvê-la. O aumento da quantidade de clientes ocorreu conforme o atendimento a critérios ambientais e sociais impostos pelo mercado externo passou a ser certificado por órgãos internacionais.
Para isso, a Abrapa estabeleceu convênios com órgãos como a Better Cotton Initiative (BIC), com sede em Genebra, na Suíça. Essa instituição é mantida por grandes marcas com presença global, como Adidas, Nike e Calvin Klein. Hoje, cerca de 80% das fazendas do Brasil são certificadas e 45% de todo o algodão certificado que circula no mundo é produzido por elas. Além disso, por volta de 60% da colheita nacional é da pluma de alto padrão, capaz de atender os mercados mais exigentes.
Todavia, se por um lado o Brasil é o maior exportador de algodão do mundo, do outro a indústria brasileira enfrenta um grande desafio: transformar essa matéria-prima em tecido antes de vendê-lo no mercado externo. A mesma competitividade do campo não é vista na roça — e os motivos para isso estão dentro e fora de nossas fronteiras.
Para Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), essa deficiência se sustenta especialmente em dois pilares: o custo Brasil e a falta de competitividade sistêmica do país.
O custo Brasil chega a R$ 1,7 trilhão por ano, quase 20% do Produto Interno Bruto (PIB). O indicador, obtido pelo Movimento Brasil Competitivo, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, é resultado de um conjunto de entraves que oneram o ambiente de negócios nacional.
“Isso advém de insegurança jurídica, de infraestrutura ruim, taxa de juros e de uma série de elementos que oneram a produção brasileira e que têm feito do Brasil um país mais caro perante seus concorrentes”, destaca Pimentel.
Atualmente, a manufatura têxtil nacional compete principalmente com países como China, Paquistão, Bangladesh, Vietnã e Turquia. Pimentel reconhece a importância do empreendedorismo do agro brasileiro, mas defende a necessidade de que a indústria tenha um plano de investimentos, assim como é o Plano Safra para a agricultura.
“A agricultura tem tido um tratamento de política agrícola de muitos anos, com taxa de juros mais competitivas e com menor carga tributária”, afirma o executivo. “Nós não temos um Plano Indústria. Isso, sem dúvida nenhuma, é um elemento crítico para que a gente possa ter a indústria na sua centralidade, e a partir daí nós possamos ir desbastando esse Custo Brasil e abrir um ambiente melhor para investimentos. Nós temos uma crença de que isso é possível, mas é preciso a gente trabalhar rápido, porque o mundo não nos espera.”
O presidente da Abit destaca ainda que, lá fora, a China domina todos os níveis de tecnologia e já ocupa um espaço importante no mercado têxtil brasileiro. “Virou a fábrica do mundo”, comenta. Enquanto isso, os Estados Unidos tentam atrair parte dos segmentos industriais para voltar a produzir no país.
“O mundo está se reconfigurando, e a indústria têxtil do Brasil nessa agenda poderá ser um grande ator, porque nós temos matéria-prima, temos investimentos, temos empreendedorismo, temos o trabalhador e temos uma matriz energética limpa. Dizem que o agro é pop e eu digo que o têxtil MPB — Moderno, Produtivo e Brasileiro.”
No entanto, quando se fala em mercado asiático, especialmente em relação à indústria têxtil, é praticamente impossível não esbarrar nas condições às quais os trabalhadores são submetidos. As vantagens podem ir muito além de questões burocráticas, jurídicas e tributárias.
Enquanto o agronegócio brasileiro se esforça para oferecer condições exemplares aos trabalhadores, do outro lado do mundo, se espalham denúncias de trabalho análogo à escravidão na indústria. No noroeste da China, por exemplo, empresas do setor são acusadas de aproveitar o trabalho forçado de membros da minoria uigures, uma população perseguida no país. Os relatórios citam servidão, tráfico de seres humanos e genocídio. As fábricas teriam fornecido para marcas como Zara, Bershka e Massimo Dutti. Até mesmo Nike e Adidas, que se preocupam com as condições da produção no campo, também já foram acusadas de se beneficiar da exploração desse grupo étnico nas fábricas.
Leia também: “A lei morreu”, reportagem publicada na Edição 258 da Revista Oeste
Como assinante você pode liberar
até 2 conteúdos
da revista por edição.
Utilize os botões abaixo para compartilhar:
ou copie e cole a url:
Escreva um comentário
O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *
Você precisa de uma assinatura válida para enviar um comentário, faça um upgrade aqui.
Entre ou assine para enviar um comentário *
Ou cadastre-se gratuitamente
Reportagens e artigos exclusivos produzidos pela melhor
equipe de jornalistas do Brasil.
A Revista Oeste utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar sua experiência. Ao continuar navegando, você aceita as condições de nossa Política de privacidade
Seja o primeiro a saber sobre notícias, acontecimentos e eventos semanais no seu e-mail.
A primeira plataforma de conteúdo cem por cento comprometida com a defesa do capitalismo e do livre mercado. Jornalismo de excelência, focado no que é relevante, com clareza e objetividade.
Copyright © 2024 Revista Oeste. Todos os direitos reservados. CNPJ 19.608.677/0001-35
Seu navegador não suporta JavaScript ou está desativado. Para melhor visualização ative o recurso, ou utilize um navegador com suporte.
Ver todas Consultas Públicas
Ver todos Opine Aqui
Ver todas Audiências Públicas
ASSINE O
PODER MONITOR
Doença causou 45.310 mortes de 2010 a 2024; o Dia Mundial da Obesidade é lembrado em 4 de março
De 2010 a 2024, a obesidade foi responsável por 45.310 mortes no Brasil, um aumento de 75,3% no período, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2024. O ano com o maior número de óbitos foi 2021, com 4.561 registros. Desde então, houve uma redução de 19,35% nos casos. Leia na íntegra (PDF – 732 kB).
Nesta 3ª feira (4.mar), é celebrado o Dia Mundial da Obesidade, data dedicada à conscientização sobre essa doença crônica não transmissível.
Ao Poder360, o presidente da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) e cirurgião bariátrico, Juliano Canavarros, explicou que muitas dessas mortes não foram causadas diretamente pela obesidade. Segundo ele, os óbitos estão associados a comorbidades frequentes em pessoas obesas, como hipertensão e dislipidemia — condição caracterizada por níveis elevados de colesterol.
“O paciente pode desenvolver muitas doenças associadas à obesidade que vão aumentar a chance dele morrer. Inclusive, já é científico que obesos podem ter 30% a mais de chance de desenvolver câncer, que vai abreviar a vida desta pessoa”, disse.
A AMA (Associação Médica Americana, na sigla em inglês), maior associação de médicos e estudantes de medicina dos Estados Unidos, classificou a obesidade como uma doença crônica em 2013. Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera obesas as pessoas com IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 30 kg/m².
Além do aumento no número de mortes associadas à obesidade, o número de casos da doença entre brasileiros maiores de 18 anos cresceu 105,9% entre 2006 e 2023, segundo o Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). No último ano com dados disponíveis (2023), 24,3% dos adultos no país foram considerados obesos.
Para a psicóloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Levy, o aumento da obesidade entre os brasileiros está ligado a fatores como sedentarismo, desigualdade social, problemas de segurança pública e a ausência de políticas voltadas para a prevenção e o tratamento da doença.
“A gente não pode chegar para uma pessoa com obesidade, em uma situação de vulnerabilidade, que mora na periferia, e falar: ‘Vai caminhar no parque e compra comida saudável’. Comida saudável é hipertaxada, e a pessoa não tem tempo para cozinhar porque tem que trabalhar em 3 empregos. Esses são fatores socioeconômicos muito presentes na vida da população brasileira”, afirmou em entrevista ao Poder360.
A tendência é que o número de pessoas obesas no Brasil continue crescendo. Um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), da USP (Universidade de São Paulo) e de outras instituições projeta que, até 2030, 30% dos brasileiros com mais de 17 anos serão obesos — um aumento médio de 3,35% ao ano.
A cirurgia bariátrica é uma das opções de tratamento para a obesidade, mas ainda é pouco acessível. Nos últimos 5 anos, 89,25% dos procedimentos foram realizados na rede privada, enquanto apenas 10,75% ocorreram no SUS (Sistema Único de Saúde). Para o presidente da SBCBM, Juliano Canavarros, “falta um pouquinho mais de boa vontade do sistema público de saúde para estender a mão a esses pacientes que tanto precisam desse auxílio”.
Em 2024, foram realizadas 47.332 cirurgias de redução de estômago na rede privada, enquanto o sistema público registrou 11.223 procedimentos.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que “oferece assistência integral a pessoas com sobrepeso e obesidade por meio da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, na qual a obesidade é um dos eixos temáticos”.
Leia a íntegra da nota:
“O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece assistência integral a pessoas com sobrepeso e obesidade por meio da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, na qual a obesidade é um dos eixos temáticos.”
“As intervenções clínicas incluem orientações nutricionais, promoção de atividade física e, quando necessário, terapias farmacológicas. A cirurgia bariátrica é indicada para casos específicos, especialmente quando outras abordagens não resultaram em perda de peso significativa ou controle das comorbidades associadas.”
“O acesso à cirurgia bariátrica ocorre por meio dos serviços de saúde, com encaminhamento à atenção especializada, de acordo com critérios clínicos. O tratamento cirúrgico é indicado para indivíduos com IMC ≥ 50 kg/m² ou IMC ≥ 40 kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado na Atenção Básica e/ou Ambulatorial Especializada por, no mínimo, dois anos. Também são elegíveis pacientes com IMC ≥ 35 kg/m² e comorbidades como alto risco cardiovascular, diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial sistêmica de difícil controle, apneia do sono e doenças articulares degenerativas, desde que tenham seguido protocolos clínicos e passado pelo tratamento clínico longitudinal por, pelo menos, dois anos.”
Este texto foi produzido pela trainee de jornalismo Julia Amoêdo, sob a coordenação do editor Augusto Leite.
ASSINE O
PODER MONITOR
Falha na validação. Recarregue a página e tente novamente.
Falha na validação. Recarregue a página e tente novamente.
Falha na validação. Recarregue a página e tente novamente.
a) Para receber as informações solicitadas, você nos autoriza a usar o seu nome, endereço de e-mail e/ou telefone e assuntos de interesse (a depender da opção assinalada e do interesse indicado). Independentemente da sua escolha, note que o Poder360 poderá lhe contatar para assuntos regulares.
b) Caso não deseje oferecer o seu consentimento para as divulgações do Poder360, é possível seguir sem receber as informações assinaladas acima. Você poderá, a qualquer momento, se descadastrar de nossos contatos ou revogar o consentimento dado abaixo pelos nossos canais de atendimento.
c) O Poder360 garantirá o exercício de quaisquer direitos e prerrogativas de proteção de dados pessoais em conformidade com a Lei 13.709/2018.
Mais informações, leia nossa Política de Privacidade.
O Poder360 enviou um e-mail para você confirmar a inscrição. Clique no link enviado para o seu e-mail para concluir o cadastro.
Não chegou ainda? Dê uma olhada na caixa de spam se a mensagem não tiver aparecido em alguns minutos.
PUBLICIDADE
O CEO do Abu Dhabi Investment Group (ADIG), o xeque Zayed Bin Rashid Bin Aweidha Al Qubaisi, esteve no Brasil no fim do ano passado para uma série de reuniões com autoridades nacionais, como o presidente Lula, em Brasília, e o governador Cláudio Castro, no Rio de Janeiro.
Para Lula, foi apresentada a possibilidade de investimentos superando os R$ 100 bilhões. Esse valor incluiria aportes para a restauração de pastagens, desenvolvimento industrial, exportação de produtos agrícolas, projetos de infraestrutura e até em defesa. Essa promessa se materializou em um anúncio sobre a criação de um fundo com esse valor, feito no dia 15 de fevereiro, em Miami, e que envolve também o empresário Mário Garnero.
Para Castro, o xeque apresentou um plano de investimentos em transportes e reurbanização de favelas na Baixada Fluminense e São Gonçalo, expandindo a Linha 4 do Metrô. É um projeto que pode exigir investimentos de até US$ 19 bilhões (R$ 112 bilhões), numa estimativa preliminar, antes de estudos mais aprofundados serem feitos.
Se o renomado fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, já atua no metrô do Rio controlando a empresa concessionária da Linha 4, o grupo de investimentos ADIG pode expandir essa presença ao trazer sua expertise em desenvolvimento urbano para impulsionar o crescimento do entorno da capital carioca, fortalecendo ainda mais os investimentos do país no Estado.
Publicidade
O ADIG ainda prometeu investir US$ 500 milhões (R$ 2,87 bilhões) no projeto de supercana do empresário Eike Batista, que resulta na criação da empresa BRX, anunciada na terça-feira, 25, no Rio de Janeiro. O financiamento pode representar a recuperação para os negócios de Eike, que já foi o homem mais rico do Brasil.
O ADIG foi criado em 1958 pelo pai do atual CEO, Rashid Bin Aweidha Al Qubaisi, e acabou tendo papel de protagonismo em desenvolver o país de acordo com os planos do fundador dos Emirados Árabes Unidos, o xeque Zayed Bin Sultan Al Nahyan, que foi o primeiro presidente dessa nação hoje próspera do Oriente Médio.
Foi o grupo quem construiu o principal aeroporto, a base área Al Dhafra, o sistema financeiro do país, incluindo o seu primeiro banco, e grande parte da infraestrutura de Dubai e da capital Abu Dhabi, que até a década de 1960 não passava de uma cidadela com apenas um automóvel em circulação e apenas um prédio não assemelhado a cabanas pré-históricas.
Depois de ajudar a desenvolver o país, o grupo, dono atualmente de ativos superiores a US$ 350 bilhões, buscou projetos pelo mundo e fez parte do projeto que criou a nova capital administrativa da Malásia, Putrajaya, para onde se mudou o governo federal do país em 1999.
Publicidade
O xeque Al Qubaisi vê oportunidades em diversos setores no Brasil, além da infraestrutura. Entre as possibilidades de investimentos, estão as áreas de defesa e energia.
O investidor informou ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, e ao ministro da Defesa, José Múcio, a assinatura de um acordo estratégico com a Akaer, empresa brasileira do setor aeroespacial, com intermediação da Brasilinvest, de Garnero, e do Banco SEU. O Estadão revelou que um dos planos de salvamento da Avibras da falência envolve uma possível fusão com a Akaer.
Leia os principais trechos da entrevista com o Estadão.
Vemos oportunidades nos setores de infraestrutura, petróleo e gás, e em exportações. Para os Emirados Árabes Unidos, o Brasil também pode trazer uma boa cooperação para a segurança alimentar, com investimentos de outros grupos, não necessariamente do ADIG. Eu, particularmente, estive discutindo com o governador do Rio de Janeiro alguns investimentos para a cidade do Rio e os seus arredores.
Publicidade
Discuti a possibilidade de redesenvolvimento de áreas urbanas, com metrô e trens de alta velocidade, e prover casas alternativas para favelas. É possível levar estradas, metrôs e trens rápidos para redesenhar e conectar cidades próximas da capital carioca.
É algo que daria para ser feito muito rapidamente. Conseguimos reconstruir Putrajaya, a nova capital administrativa da Malásia, em quatro anos. Com o apoio do governo, pode ser feito muito rápido também no Rio. É algo que já vimos nos Emirados Árabes. Fizemos uma revolução em Abu Dhabi e Dubai, com o desenvolvimento muito rápido das cidades e com grandes mudanças. Para o Rio de Janeiro também não seria algo pequeno. Pode levar a região a outro patamar, com o potencial de ter um grande efeito em sua economia.
Poderia ser de até US$ 19 bilhões (R$ 112 bilhões), mas é um número que não podemos confirmar até haver um projeto mais aprofundado. O governo deve nos fornecer informações mais precisas, para podermos estimar a necessidade de recursos.
Publicidade
Apenas para os arredores da capital do Estado. Este outro projeto ainda estamos avaliando.
Ele tem 66 anos, e, além da atuação em petróleo e gás, desenvolveu todo o setor bancário nos Emirados. Proveu toda a estrutura de financiamento do país, não apenas por meio de bancos, mas também com fundos soberanos, e depois começou a atuar globalmente. A mãe do sheik Zayed Bin Sultan Al Nahyan era da minha família e foi dele que recebi o meu nome. Pelas relações próximas, estivemos sempre juntos no plano de construir a nação e desenvolver vários setores.
Fizemos grande parte da construção dos Emirados Árabes Unidos, incluindo as obras do Congresso do país, e o fundador do ADIG foi o chefe do Congresso. Construímos o aeroporto de Abu Dhabi e uma subsidiária administrou ele, até o governo assumir a gestão. A base aérea de Al Dhafra, onde os Estados Unidos operam os seus jatos, como o F-35, também foi feita pelo ADIG. Também a Cidade da Medicina Sheik Khalifa foi obra nossa. O ADIG teve um papel essencial para o país.
Publicidade
O Brasil é um país muito grande, com muitos recursos e muito potencial para mais desenvolvimento. Ele pode ser um dos mais importantes do mundo. Somos um país muito pequeno com grande produção. Apesar de termos uma população de 11 milhões de pessoas, o nosso PIB tem 25% do tamanho do brasileiro, com US$ 500 milhões. Nos anos 1960, Abu Dhabi era toda feita de casas construídas com palmeiras (mostra um vídeo no celular). Apenas um único prédio tinha uma construção mais robusta, e nem era de tijolos. E havia um único carro na cidade. As pessoas viviam no mesmo tipo de construção de 3 mil anos atrás. Eu já viajei para muitos países, e agora estamos mais avançados do que muitas grandes cidades desenvolvidas. Nossos hotéis e companhias aéreas estão entre os melhores do mundo.
É preciso de muitos esforços de educação, de muitas discussões sobre o país. Não é fácil culturalmente para se adaptar. Mas especialmente o grande desafio é político. Tentamos ajudar diversos países, não só na Ásia, mas também na África, onde queríamos ajudar implementar projetos de desenvolvimento. Não vou citar os nomes. Mas encontramos muitas pessoas com interesses próprios, que só iniciariam os projetos se fizessem as suas fortunas no primeiro passo desses projetos. Assim, não funciona. Para fazer como os Emirados é preciso muita dedicação. Algumas pessoas com superpoderes políticos não pensam no desenvolvimento de acordo com o interesse da sociedade. É impossível apenas uma pessoa ou um grupo político colher todos os benefícios. Espero que não seja o caso no Brasil. Quando há muitas interferências políticas tudo entra em colapso, e mesmo quem está no poder sofre com esse colapso.
O Brasil é uma democracia, de fato. Houve, infelizmente, esse caso do plano de sequestrar o presidente eleito. Isso seria muito negativo e levaria a problemas políticos e econômicos. Seria um sinal negativo para os investimentos internacionais. Deixaria os investidores preocupados e eles fugiriam do País. A estabilidade é a coisa mais importante para trazer desenvolvimento. Sem ela, todos deixam de investir, mesmo que não falem abertamente isso. Infelizmente, muitas pessoas com poder não entendem isso. Como se diz, o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. Mas, agora, está tudo indo na direção certa para o Brasil. Vamos ver o que vai acontecer. As ameaças para a estabilidade foram limpas.
Estamos avançando em tecnologia, em IA, estamos nos diversificando para muitos setores. O Brasil traz muitas oportunidades para nós. É um país muito estável e o mundo dos investimentos está acompanhando tudo.
Publicidade
Os comentários são exclusivos para cadastrados.
Institucional
Atendimento
Conexão Estadão
Hoje
Copyright © 1995 – 2025 Grupo Estado
Copyright © 1995 – 2025 Grupo Estado
Mais de 200 pessoas morreram de cólera em Angola, desde janeiro passado, num total de 5.749 casos registrados, segundo dados do Ministério da Saúde angolano.
De acordo com boletim epidemiológico divulgado na noite desse domingo (2), Angola já registra 204 mortes desde o início da doença e 97 novos casos, totalizando 5.749 casos. A província de Luanda lidera as ocorrências, com 2.963 casos.
Depois de Luanda, epicentro do surto, a província do Bengo totaliza 2.004 casos, Icolo e Bengo (642), Malanje (68), Cuanza Sul (29), Uíje (10), Huambo (10), Huíla (07), Cabinda (07), Zaire (05), Cuanza Norte (02), Cunene e Cubango com um caso cada.
A capital angolana também lidera com o número de óbitos, um total de 105, seguido do Bengo (74), Icolo e Bengo (19), Malanje (03), Cuanza Sul dois e Cabinda com um óbito.
Estão internadas nos hospitais de Angola 145 pessoas com cólera.
*É proibida a reprodução deste conteúdo.
Crédito, EPA
A Casa Branca confirmou nesta segunda-feira (03/03) que os Estados Unidos vão pausar a ajuda militar à Ucrânia, que há três anos está em guerra após invasão da Rússia.
"O Presidente deixou claro que está focado na paz. Precisamos que nossos parceiros também estejam comprometidos com esse objetivo. Estamos pausando e revisando nossa ajuda para garantir que ela esteja contribuindo para uma solução", afirmou uma fonte da Casa Branca à CBS, parceira da BBC nos EUA.
Segundo o portal Bloomberg, o primeiro a noticiar a suspensão, todo equipamento militar dos EUA que não esteja na Ucrânia ficaria inacessível, como armas em trânsito e armazenadas em depósitos na Polônia.
No primeiro comentário público de um membro do governo sobre a suspensão, o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que Trump é "o único líder no mundo hoje que tem uma chance de trazer um fim duradouro para a guerra na Ucrânia", disse Rubio em nota.
"Queremos levar os russos para a mesa de negociação. Queremos sondar se a paz é possível."
Fim do Matérias recomendadas
Mais cedo, Trump criticou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky por dizer que o fim da guerra com a Rússia está "muito, muito distante".
"O que eles estão pensando?", indagou Trump na rede Truth Social.
Em encontro na Casa Branca na última sexta-feira (28/2) para assinar um acordo relativo a minerais ucranianos, Trump e Zelensky bateram boca. O americano acusou o ucraniano de estar "jogando com a Terceira Guerra Mundial".
Na ocasião, Zelensky rebateu o vice-presidente dos EUA, JD Vance, em sua afirmação de que o "caminho para a paz" passava pela diplomacia.
Crédito, EPA
Uma tonelada de cocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
Episódios
Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa
O ucraniano apontou que o líder russo Vladimir Putin já havia quebrado acordos antes — ao que JD Vance respondeu que Zelensky estava sendo "desrespeitoso".
Zelensky disse que, embora os EUA estivessem protegidos da Rússia por um oceano, eles sentiriam os impactos da guerra "no futuro".
O presidente dos EUA rebateu dizendo a Zelensky que não deveria dizer aos americanos como se sentir, pois ele "não estava em posição de apontar isso"
Trump então ameaçou: "Ou vocês fazem um acordo, ou estamos fora"
Zelensky foi depois orientado a deixar a Casa Branca, e uma entrevista coletiva que havia sido planejada foi cancelada — assim como o acordo dos minerais.
O ex-diretor do Conselho de Segurança Nacional dos EUA Michael Carpenter, que ocupou o cargo durante o governo de Joe Biden, classificou a suspensão da ajuda militar como "espantoso".
"Nesta guerra, há um agressor e uma vítima muito claros. A Rússia é o agressor e a Ucrânia é a vítima, e estamos agindo como se fosse o inverso", disse Carpenter à BBC.
"Então, é pausar uma assistência que é essencialmente assistência defensiva, para permitir que os ucranianos defendam sua pátria de um ataque brutal, descarado e feio da Rússia. É espantoso que os Estados Unidos estejam fazendo isso."
Em seu segundo mandato, Trump vem surpreendendo ao buscar restabelecer relações com Moscou e Putin — e recusando-se a apontar a Rússia como responsável pela guerra na Ucrânia.
Para Nomia Iqbal, jornalista da BBC para a América do Norte, a suspensão é "claramente pensada" para pressionar Zelensky e forçá-lo a fazer concessões.
Iqbal aponta que, na verdade, o presidente ucraniano já sinalizou concessões — ele sugeriu aceitar que territórios ucranianos conquistados pela Rússia permanecessem assim, enquanto partes ocupadas do país poderiam ser filiadas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Em fevereiro, ele chegou a dizer que renunciaria em troca da filiação da Ucrânia à Otan.
"No entanto, o presidente Trump descartou a adesão de Kiev à aliança [Otan], alinhando-se com a visão de Moscou. Trump nunca disse quais concessões ele quer que a Rússia — que invadiu a Ucrânia — faça", aponta Nomia Iqbal.
© 2025 BBC. A BBC não se responsabiliza pelo conteúdo de sites externos. Leia sobre nossa política em relação a links externos.
Relatório aponta que STF tem “passado do limite” (Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
Estadão Conteúdoi Estadão Conteúdo https://istoedinheiro.com.br/autor/estadao-conteudo/
03/03/2025 – 19:49
O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.
No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado ‘democracia brasileira em risco’, o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a “passar do limite”.
O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma “ameaça direta à integridade do processo democrático” antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.
“Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral”, argumenta o texto. E acrescenta: “Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário”.
Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela “é mal garantida ou não é garantida”, porcentual que estaria acima da média regional de 45%.
Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.
A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da “suposta tentativa de golpe” em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.
“O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas”, afirma a pesquisa.
O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.
Copyright © 2025 – ISTOÉ PUBLICAÇÕES LTDA
Todos os direitos reservados.
A ISTOÉ PUBLICAÇÕES LTDA é um portal digital independente e sem vinculação editorial e societária com a EDITORA TRES COMÉRCIO DE PUBLICACÕES LTDA (recuperação judicial). Informamos também que não realizamos cobranças e que também não oferecemos cancelamento do contrato de assinatura da revista impressa de nome ISTOÉ, tampouco autorizamos terceiros a fazê-lo, nos responsabilizamos apenas pelo conteúdo digital “https://istoe.com.br” e seus respectivos sites.
PUBLICIDADE
Em um mundo cuja transformação digital está redefinindo a geopolítica, os negócios, as profissões, a gestão de dados e a inteligência artificial (IA) são peças centrais na estratégia de empresas e governos. Nesse contexto, o Brasil está em busca de um ambiente regulatório que estimule a inovação, garanta a segurança jurídica e proteja direitos sem impor barreiras ao crescimento econômico.
PUBLICIDADE
Essa discussão é fundamental para o País, já que a IA e a digitalização da economia têm impactos sobre a produtividade e refletem nos direitos e deveres de empresas e pessoas. O cenário atual, contudo, é complexo.
O Brasil e o mundo vivem em um quadro regulatório fragmentado, com influência de experiências díspares nas formas de fazer essa regulação. Basta ver as abordagens recentes dos EUA, União Europeia e China. Por aqui, os efeitos negativos de normas sobrepostas podem elevar custos de conformidade e dificultar a inovação.
É por isso que muitos setores da iniciativa privada defendem um alinhamento regulatório que garanta clareza, estimulando a competitividade, especialmente em áreas emergentes, como a cibersegurança, proteção de dados e a própria IA.
Publicidade
O fortalecimento da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) deve ser um dos pilares desse debate, reconhecendo o seu importante papel na proteção de dados pessoais e na promoção de um ambiente de negócios competitivo, regulamentando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) de forma ponderada e garantindo previsibilidade ao mercado.
É necessário também conscientizar as organizações de que a competitividade está diretamente ligada à gestão inteligente e ética de dados. Empresas que adotam boas práticas de governança de dados, cibersegurança e inovação responsável ganham vantagem competitiva e reduzem riscos, incluindo os riscos regulatórios.
A transformação digital exige das empresas, ainda, uma cultura de prevenção, resiliência e conformidade, garantindo que os usos dos dados e informações, da IA e das novas tecnologias ocorram de forma ética, segura e alinhada com as melhores práticas globais.
Ao transformar desafios regulatórios em oportunidades, o País tem condições de tornar o ambiente digital mais seguro e saudável para a prática de negócios.
Publicidade
Os próximos anos serão decisivos para definir a posição do Brasil na economia global. Empresas e governos devem agir agora para construir um ecossistema digital robusto e sustentável, que combine inovação com segurança jurídica. A produtividade das organizações brasileiras e a competitividade de setores estratégicos dependerão dessa importante frente.
Secretário-executivo do Fórum Empresarial e consultor da FecomercioSP
Presidente do Conselho de Economia Digital e Inovação da FecomercioSP e vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes)
Os comentários são exclusivos para cadastrados.
Institucional
Atendimento
Conexão Estadão
Hoje
Copyright © 1995 – 2025 Grupo Estado
Copyright © 1995 – 2025 Grupo Estado
Por Bruno Sznajderman
03/03/2025 às 19:38
Ouça este conteúdo
Na madrugada do dia 13 para 14 de março um eclipse lunar com uma "Lua de Sangue" poderá ser visto nos céus do Brasil e de toda América Latina. O fenômeno astronômico terá seu início às 2h09, alcançando seu ápice às 3h25 e se encerrando às 4h30. O último eclipse lunar total nos céus brasileiros ocorreu em maio de 2022 – este será o único a ser visto nas Américas em 2025 e poderá também ser contemplado em partes da África e Europa.
O eclipse lunar total é um fenômeno que ocorre quando a Terra fica perfeitamente alinhada entre o Sol e a Lua. Isso faz com que nosso planeta projete uma sombra sobre a Lua, bloqueando a luz solar que normalmente a ilumina.
A imagem acima ajuda a entender um eclipse lunar total. Isso ocorre quando há um alinhamento perfeito, em que a Lua fica com a luz solar “tapada” através da Terra. A penumbra é a região da sombra que recebe luz de alguns pontos da fonte, enquanto a umbra é a região da sombra que não recebe luz de nenhum ponto da fonte.
Mesmo com o bloqueio da iluminação solar, acontece uma dispersão da luz através da atmosfera da Terra, fazendo com que ondas de luz vermelha se propaguem e cheguem até a Lua. Com isso, a lua cheia fica com uma coloração avermelhada, conhecida por Lua de Sangue.
Embora o eclipse lunar da madrugada do dia 14 de março seja um eclipse lunar total, nem todos são assim. Além desse, existem o eclipse lunar parcial, que ocorre quando apenas uma parte da Lua entra na umbra da Terra; e o eclipse lunar penumbral, que acontece quando a Lua passa pela penumbra da Terra – parte mais clara e externa de sua sombra.
Diferentemente do eclipse solar, é totalmente seguro olhar para a Lua durante um eclipse lunar total, uma vez que o fenômeno não traz riscos aos olhos.
A Lua de Sangue acontece em fases:
Naelton Mendes de Araujo, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro, explica que o eclipse lunar dispensa instrumentos ópticos, mas os binóculos podem ser um bom recurso para melhor visão. “O mais importante: certifique-se de que a Lua vai estar visível durante todo o eclipse. Procure um lugar livre de obstáculos na direção do poente, pois o eclipse começa bem no alto do céu”, sugere.
Uma das imagens virais da última Lua de Sangue vista nos céus do Brasil há mais de dois anos foi registrada pelo fotógrafo amador Israel Block. Sua imagem (veja a seguir) rendeu milhões de visualizações nas redes sociais.
Israel explica que o processo para chegar ao clique perfeito começou na escolha do local – no seu caso, no Parque das Águas, no município de Pinhais, no Paraná. “Ao todo, foram 168 cliques. Fiquei das 21h30 até pouco depois das 2h da manhã, depois do ápice”, conta o fotógrafo, que teve como principal obstáculo as nuvens que encobriram parte do céu.
Após chegar em casa e ver as fotografias, Israel pensou em mostrar todas as fases do eclipse ao invés de apenas uma foto do seu ápice e decidiu fazer uma montagem da sequência de registros, que conquistou mais de três milhões de visualizações nas redes sociais. “Publiquei sem imaginar o tamanho do alcance. Até hoje é uma das imagens que eu mais gosto”, diz.
O fotógrafo cita três dicas para quem deseja registrar o eclipse lunar:
Em 2024, o Brasil contemplou quatro superluas consecutivas. Neste ano haverá três: a Lua do Caçador, em 7 de outubro, a Lua do Castor, em 5 de novembro, e a Lua Fria, em 4 de dezembro.
As superluas ocorrem quando a Lua está em seu ponto mais próximo da Terra, parecendo até 15% mais brilhante e 30% maior do que as luas cheias normais. Para ter uma boa visão, é preferível um céu limpo. O fenômeno pode ser visto a olho nu, mas telescópio ou binóculos podem ajudar.
Eclipses lunares totais, como o que acontecerá em março, só voltarão a ser vistos em terras brasileiras em 2029. “Sobre os eclipses solares, no Brasil poderemos ver um em 2027, parcial em todo o país, e outro em 2028, total no norte e parcial no restante do país”, explica Naelton Araujo.
VEJA TAMBÉM:
Deixe sua opinião
Encontrou algo errado na matéria?
Comunique erros
Use este espaço apenas para a comunicação de erros
Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade da Gazeta do Povo.
Aceito que meu nome seja creditado em possíveis erratas.
Receba nossas notícias NO CELULAR
WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta segunda-feira (3), por unanimidade, homologar o plano de trabalho para aumentar a transparência e a rastreabilidade das emendas parlamentares ao Orçamento da União. A medida foi elaborada em conjunto pelos poderes Legislativo e Executivo.
A decisão do ministro Flávio Dino foi referendada pelo plenário da Corte, em sessão virtual de julgamento, que começou na sexta-feira (28) e, mesmo com a votação de todos os ministros, segue aberta até quarta-feira (5).
O compromisso dos parlamentares foi enviado na terça-feira (25) ao ministro, que é relator dos processos que tratam das medidas de transparência determinadas pelo STF para o pagamento das emendas. Ao homologar o plano, Dino liberou o pagamento das emendas deste ano e dos anos anteriores suspensas por decisões da Corte.
Pelo plano de trabalho da Câmara e do Senado, a partir do exercício financeiro deste ano, não será mais possível empenhar emendas sem a identificação do deputado ou senador que fez a indicação e da entidade que vai receber os recursos.
Conforme a decisão de Dino, não entram na liberação:
O impasse sobre a liberação das emendas começou em dezembro de 2022, quando o STF entendeu que as emendas chamadas de RP8 e RP9 eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.
No entanto, o PSOL, partido que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continuava em descumprimento. Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original do caso, Flávio Dino assumiu a condução do caso.
Em agosto do ano passado, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também determinou que a CGU auditasse os repasses dos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.
No mês passado, Flávio Dino suspendeu emendas parlamentares para ONG devido à falta de transparência. Em dezembro, por exemplo, ele havia bloqueado as transferências de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.
O total previsto para emendas parlamentares no Orçamento de 2025, que ainda não foi aprovado, chega a R$ 52 bilhões, uma alta em relação a 2024, quando a cifra foi de R$ 49,2 bilhões. Há 10 anos, em 2014, esse valor era de R$ 6,1 bilhões.
Créditos: depositphotos.com / oleschwander
Um estudo recente da Surfshark revelou que quase um terço dos aplicativos de chatbots de inteligência artificial mais populares compartilham dados de usuários com terceiros. Essa prática levanta preocupações significativas sobre a privacidade e segurança dos usuários. As informações coletadas são frequentemente utilizadas para publicidade direcionada e outras finalidades comerciais.
Em média, as plataformas de inteligência artificial generativa coletam 11 dos 35 tipos possíveis de dados, incluindo histórico de navegação, detalhes de contato e o conteúdo gerado durante as interações. Além disso, 40% dos aplicativos analisados armazenam dados de localização, revelando movimentos e padrões comportamentais dos usuários.
Os chatbots de IA coletam uma variedade de dados dos usuários. O estudo destacou que o Google Gemini é um dos mais intensivos na coleta de informações, armazenando 22 tipos de dados, incluindo a localização precisa. A plataforma Poe, que integra diversas ferramentas de IA, aparece em segundo lugar, coletando cerca de 14 categorias de dados, enquanto o Claude está em terceiro.
Os dados coletados podem incluir desde informações básicas de contato até detalhes mais sensíveis, como localização exata e histórico de interações. Essa coleta extensiva de dados aumenta os riscos de violações de privacidade, especialmente em casos de vazamentos de dados, como o ocorrido com o Deepseek em janeiro, que expôs mais de 1 milhão de registros.
Para proteger suas informações ao utilizar chatbots de IA, é essencial escolher aplicativos que valorizem a segurança e a transparência no uso dos dados. Optar por plataformas com uma forte reputação como ChatGpt, Gemini e entre outros pode aumentar a proteção das suas informações pessoais. Além disso, é aconselhável evitar compartilhar detalhes pessoais durante as interações, pois as conversas podem ser armazenadas.
Outra medida importante é ajustar as configurações de privacidade dos aplicativos, caso essa opção esteja disponível. Muitos serviços permitem limitar o compartilhamento de dados, desativar o histórico de interação e a exibição de anúncios personalizados. Revisar as políticas de privacidade dos desenvolvedores também é crucial, pois esses documentos detalham como os dados são coletados, armazenados e compartilhados.
Revisar as políticas de privacidade dos aplicativos de chatbots de IA é uma prática fundamental para garantir a segurança dos dados pessoais. Esses documentos fornecem informações detalhadas sobre como os dados dos usuários são coletados, utilizados e compartilhados. Ao entender essas práticas, os usuários podem tomar decisões informadas sobre o uso dos serviços.
Além disso, a revisão das políticas de privacidade pode ajudar a identificar possíveis riscos e a adotar medidas preventivas para proteger as informações pessoais. Manter-se informado sobre as práticas de coleta de dados dos aplicativos é uma etapa essencial para garantir a segurança e a privacidade no uso de chatbots de IA.
O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *
o vice iraniano Mohammad Javad Zarif/ AFP
O vice-presidente para Assuntos Estratégicos do Irã, Mohamad Javad Zarif, ex-ministro das Relações Exteriores e arquiteto do acordo nuclear iraniano, apresentou sua renúncia que ainda não foi aceita, anunciou a agência oficial Irna.
A carta de renúncia do Sr. Zarif foi recebida pelo presidente Masud Pezeshkian, que ainda não respondeu”, disse no domingo a agência, sem explicar os motivos da renúncia.
Em agosto, Zarif já havia renunciado ao mesmo cargo, mas dias depois voltou ao governo. Naquela ocasião, justificou sua decisão por causa da pressão para que seus filhos renunciassem à nacionalidade americana.
“Durante os últimos seis meses, enfrentei insultos, calúnias e ameaças horríveis contra mim e contra minha família e passei pelo período mais amargo dos meus 40 anos de serviço”, escreveu no X nesta segunda-feira.
“Para evitar novas pressões sobre o governo, o chefe do Poder Judiciário me recomendou que renunciasse e (…) aceitei de imediato”, acrescentou.
© Agence France-Presse
Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.
Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.
Créditos: depositphotos.com / ruskpp
A empresa chinesa de satélites de órbita baixa, SpaceSail, anunciou sua entrada no mercado brasileiro, marcando um passo significativo em sua estratégia de expansão internacional. Durante a visita de Estado do presidente chinês Xi Jinping a Brasília, a SpaceSail assinou um memorando de entendimento com a estatal brasileira de telecomunicações Telebras. Este acordo visa fornecer serviços de comunicação via satélite e internet de banda larga ao Brasil, ampliando as opções de conectividade no país.
O acordo entre SpaceSail e Telebras é um dos muitos firmados durante os encontros de Xi com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, após a cúpula do G20 no Rio de Janeiro. A parceria busca oferecer alternativas de conectividade, especialmente em áreas remotas, onde o acesso à internet é limitado. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, destacou a importância de diversificar as opções de serviços essenciais para a população brasileira.
Os satélites de órbita baixa, operando entre 300 km e 2.000 km acima da superfície terrestre, têm ganhado destaque por sua eficiência e custo reduzido em comparação com satélites em órbitas mais altas. A SpaceSail, com sua constelação Thousand Sails, planeja oferecer serviços de comunicação baseados em um design de múltiplas camadas e frequências, visando competir com a Starlink de Elon Musk.
Atualmente, a China possui 1.059 satélites em órbita, dos quais 492 são comerciais. Empresas privadas e estatais chinesas, incluindo fabricantes de armas, estão lançando dezenas de satélites de órbita baixa, com o objetivo de criar mega-constelações que rivalizem com a Starlink. Essa corrida espacial comercial reflete a crescente demanda por conectividade global e a importância estratégica dos satélites de órbita baixa.
A entrada da SpaceSail no mercado brasileiro representa tanto desafios quanto oportunidades. A empresa precisa navegar pelas complexidades regulatórias e competitivas do setor de telecomunicações no Brasil. Além disso, a recente decisão do Supremo Tribunal Federal de congelar temporariamente as contas bancárias da Starlink no país, devido a uma disputa legal, pode influenciar o cenário competitivo.
No entanto, a parceria com a Telebras oferece à SpaceSail uma plataforma sólida para estabelecer sua presença no Brasil. A colaboração pode facilitar a implementação de infraestrutura necessária para atender à demanda crescente por serviços de internet em áreas rurais e remotas. Com o apoio do governo brasileiro, a SpaceSail tem a oportunidade de se posicionar como uma alternativa viável e confiável à Starlink.
A expansão da SpaceSail no Brasil é um reflexo de uma tendência mais ampla na América Latina, onde a demanda por conectividade de alta qualidade está em ascensão. À medida que mais empresas entram no mercado, os consumidores podem esperar uma maior diversidade de opções e potencialmente preços mais competitivos. A competição entre a SpaceSail e a Starlink pode estimular inovações tecnológicas e melhorias nos serviços oferecidos.
Com a crescente importância dos satélites de órbita baixa, a América Latina está se tornando um campo de batalha crucial para empresas de telecomunicações globais. O sucesso da SpaceSail no Brasil pode servir como um modelo para sua expansão em outros países da região, contribuindo para um futuro mais conectado e acessível para todos.
O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *
Dinheiro – Créditos: depositphotos.com / rmcarvalhobsb
Recentemente, o Google anunciou um aumento nos preços de sua assinatura Google One, afetando tanto os planos mensais quanto os anuais. Esta mudança, que impacta diversos países, incluindo o Brasil, foi comunicada pela gigante das buscas no dia 18 de fevereiro de 2025. Segundo a empresa, o reajuste é uma resposta às “alterações nas taxas de câmbio”. Apesar do aumento, os benefícios dos planos permanecerão inalterados.
Os assinantes brasileiros sentirão o impacto mais significativo no plano Premium, que oferece 2 TB de armazenamento. O custo mensal passará de R$ 38,99 para R$ 49,99, enquanto a cobrança anual aumentará de R$ 389,90 para R$ 499,90. Os planos Básico e Padrão também sofrerão ajustes, com novos valores de R$ 9,99 e R$ 14,99 mensais, respectivamente. Os pacotes Lite e AI Premium, por outro lado, não terão seus preços alterados.
Os novos preços do Google One já estão em vigor para novos assinantes nos mercados afetados. Para os usuários que já possuem uma assinatura, o aumento será aplicado a partir de 21 de março de 2025. Aqueles que assinam diretamente com o Google têm até 20 de março para cancelar, caso não desejem continuar com o serviço pelos novos valores.
Para assinantes que utilizam a App Store para gerenciar suas assinaturas, os novos preços entrarão em vigor um pouco antes, no dia 18 de março. Nesse caso, o cancelamento deve ser realizado até um dia antes da renovação para evitar a cobrança dos novos valores.
O Google justificou o aumento dos preços do Google One como uma resposta às mudanças nas taxas de câmbio. Este ajuste busca equilibrar os custos operacionais da empresa em diferentes mercados globais. Apesar do aumento, a empresa garantiu que os benefícios dos planos permanecerão os mesmos, oferecendo o mesmo nível de serviço e armazenamento aos usuários.
Além disso, a empresa continua a investir em melhorias e novas funcionalidades para seus serviços, como a recente adição da função “Pesquisa Profunda” no Google Gemini para Android. Essas inovações buscam agregar valor aos assinantes, justificando, em parte, os ajustes nos preços.
Os usuários que desejam gerenciar suas assinaturas do Google One têm algumas opções. Para aqueles que não concordam com o aumento, é possível cancelar a assinatura antes das datas de reajuste. O cancelamento pode ser feito diretamente através das configurações de conta do Google ou, no caso de assinaturas via App Store, através da própria plataforma da Apple.
Para aqueles que optarem por manter a assinatura, é importante estar ciente dos novos valores e planejar o orçamento pessoal de acordo. Além disso, os usuários podem explorar outras opções de armazenamento e serviços oferecidos pelo Google para maximizar o uso de suas assinaturas.
O aumento nos preços do Google One pode impactar os usuários de diferentes maneiras. Para alguns, o custo adicional pode ser justificado pelos benefícios e funcionalidades oferecidos pelo serviço. Para outros, pode ser necessário reavaliar a necessidade de armazenamento adicional ou considerar alternativas disponíveis no mercado.
Independentemente da decisão de cada usuário, é essencial que todos estejam informados sobre as mudanças e suas implicações. Manter-se atualizado sobre as políticas de preços e serviços é fundamental para tomar decisões informadas sobre assinaturas e gerenciamento de dados pessoais.
O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *
Créditos da imagem: Cena de O Último Azul
Filmes
O Oscar 2025 mal acabou e já podemos olhar para o horizonte, com o Oscar 2026 “virando a esquina”. Quais são os filmes brasileiros que podem concorrer no próximo ano?
Após a inédita vitória de Ainda Estou Aqui como Melhor Filme Internacional, é momento de dar atenção para outras produções brasileiras que chegarão pelos próximos meses, algumas já premiadas, inclusive.
Com O Último Azul, O Agente Secreto, Oeste Outra Vez e mais, confira a lista das produções que podem representar o Brasil no Oscar 2026.
O Agente Secreto é o próximo projeto de Kleber Mendonça Filho, diretor de Bacurau (2019), Aquarius (2016), Retratos Fantasmas (2023) e O Som Ao Redor (2012). O longa é estrelado por Wagner Moura, Gabriel Leone, Maria Fernanda Cândido, Udo Kier e outros grandes nomes.
O Agente Secreto já encerrou suas filmagens e está em pós-produção. A história se passa no fim dos anos 70, quando um especialista em tecnologia foge deum passado misterioso, mas não se dá bem ao buscar refúgio em sua própria cidade.
O longa ainda não tem previsão de estreia mas já causa algum burburinho pelos nomes envolvidos. É um possível candidato em categorias como Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Filme Internacional, repetindo o feito de Ainda Estou Aqui, além da possibilidade de Melhor Diretor.
O Último Azul é um filme de ficção científica e com elementos de rama. Ele é dirigido por Gabriel Mascaro e conta com Rodrigo Santoro no elenco principal, nome que já tem algum destaque no exterior.
A história se passa em um Brasil distópico, quando o governo decide mover idosos para uma colônia habitacional, para que vivam seus últimos anos. É neste lugar que vamos acompanhar a saga de Tereza, uma mulher de 77 anos que vai para a ilha, mas que, antes, decide viajar pelos rios da Amazônia, como um último desejo.
O Último Azul já foi exibido lá fora duranmte o Festival Internacional de Cinema de Berlim e levou o Urso de Prata, uma espécie de “segundo melhor filme”, na ocasião.
Ainda sem previsão de estreia no Brasil.
Rosebushpruning tem um elenco estelar: Riley Keough, Callum Turner, Pamela Anderson, Jamie Bell e Lukas Gage. A direção é do brasileiro Karim Aïnouz, natural de Fortaleza, que já trabalhou em produções como Madame Satã (2002), Praia do Futuro (2014) e O Céu de Suely (2006).
Trata-se de uma espécie de remake de De Punhos Cerrados, filme de 1965, do italiano Marco Bellocchio. Na produção original acompanhamos a história de um que jovem toma medidas drásticas para livrar sua família disfuncional de suas diversas aflições.
Para quem tiver curiosidade, a produção original está na MUBI. Já Rosebushpruning ainda não tem previsão de estreia.
Apocalipse nos Trópicos é um documentário dirigido e produzido por Petra Costa cineasta responsável por Democracia em Vertigem, documentário de 2019 que concorreu ao Oscar de Melhor Documentário em 2020.
A peça detalha a influência da religião evangélica na política brasileira, com foco em sua atuação na extrema-direita. A produção aborda bastante a reeleição do presidente Lula, em 2022, e a atuação de Jair Bolsonaro na mesma eleição.
O filme já estreou em alguns festivais no exterior e também foi exibido no Festival do Rio em 2024. A Netflix tem os direitos de exibição mas ainda não há previsão de estreia.
Oeste Outra Vez é um “western brasileiro” e uma produção do diretor Erico Rassi, estrelado por Babu Santana, Ângelo Antônio e Antonio Pitanga. A produção, inclusive, é a primeira da lista que os brasileiros vão poder conferir nos cinemas, com estreia marcada para 27 de março.
Na sinopse: “No sertão de Goiás, homens rudes e incapazes de lidar com suas próprias fragilidades são constantemente abandonados pelas mulheres que amam. Tristes e amargurados, eles se voltam violentamente uns contra os outros”.
O longa foi exibido no 52° Festival Internacional de Cinema de Gramado e venceu a premiação do festival como melhor filme brasileiro.
Filmes
Filmes
Filmes
Filmes
Filmes
Filmes
Empresas da
Omelete Company:
Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.
X
O governador de Goiás anunciou o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência para 4 de abril
Além da inelegibilidade declarada pela Justiça Eleitoral de Goiás, revés o qual ainda pode reverter em instâncias superiores, o governador Ronaldo Caiado (foto) ainda precisa superar um importante obstáculo para se lançar candidato à Presidência da República em 2026: convencer seu partido, o União Brasil.
Ao Estadão, o líder da legenda no Senado, Efraim Filho (PB), disse que o aval à candidatura depende de Caiado demonstrar a sua viabilidade.
“O União Brasil tem respeito pela posição dele e deu a ele a missão de percorrer o Brasil em 2025, se viabilizar na condição de pré-candidato à Presidência da República para que a gente possa tomar a decisão política em 2026. Tratei com [Antonio] Rueda, [Davi] Alcolumbre e ACM Neto sobre o assunto”, afirmou.
“Tivemos uma experiência em 2022 com a Soraya Thronicke, com uma candidatura própria, que teve uma participação muito residual no final das eleições. O União Brasil vai ficar atento e irá para a disputa com candidatura própria se tiver viabilidade. Isso é entendido pelo Caiado e pela direção do partido”, acrescentou.
Leia mais: Goianismo político-cultural
Pesquisa do Instituto Paraná, divulgada em 18 de fevereiro, apontou que o governador de Goiás ainda está distante da disputa pela Presidência.
Segundo o levantamento, Caiado tem 2,7% das intenções de voto em um cenário com Jair Bolsonaro (PL), 36%, que está inelegível, e Lula (PT), 33,8%.
As intenções de voto no governador de Goiás sobem para 4,7% se a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) assumir o lugar o marido na disputa e para 4,1% e o candidato da direita for o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ronaldo Caiado anunciou no sábado, 22, o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República para as eleições de 2026.
O evento, segundo afirmou, está marcado para 4 de abril, no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia. O vice da chapa ainda não foi definido.
“Conto com vocês nessa caminhada por um país mais justo, próspero, seguro e forte! Vamos juntos!”, escreveu Caiado nas redes sociais.
Leia também: Bons números para Tarcísio na pesquisa Genial/Quaest
Eleições 2026
Ronaldo Caiado
União Brasil
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Acervo Edição diária Edição Semanal
Redação SP
Av Paulista, 777 4º andar cj 41
Bela Vista, São Paulo-SP
CEP: 01311-914
Redação Brasília
SAFS Quadra 02, Bloco 1,
Ed. Alvoran Asa Sul. — Brasília (DF).
CEP 70070-600
Acervo Edição diária
Assine nossa newsletter
Inscreva-se e receba o conteúdo de Crusoé em primeira mão