Brasil

4 min read


Logo Agência Brasil

Os conflitos armados na Colômbia tiveram, em 2024, o pior ano desde 2016, quando foi assinado o Acordo de Paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs). O levantamento é do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e foi divulgado nesta quinta-feira (27).

“O uso de artefatos explosivos, deslocamento e confinamento, bem como a gravidade dos ataques aos cuidados de saúde, atingiram números não vistos no país há mais de oito anos”, resumiu o chefe da delegação do CICV na Colômbia, Patrick Hamilton.

Notícias relacionadas:

Ao todo, a organização não governamental (ONG) de ajuda humanitária registrou 382 casos de violações do direito humanitário internacional (DIH). 

“Destes, 44% foram atos cometidos fora das hostilidades, dirigidos contra a vida e a integridade física e mental de pessoas protegidas pelo DIH, como a população civil e aqueles que permaneceram fora dos combates”.

O CICV calculou ainda que mais de 88 mil pessoas sofreram com confinamento forçado em 12 departamentos do país, em 2024, devido aos oito conflitos armados não internacionais que o Comitê calcula que estejam ativos no país sul-americano.

“Em 2024, os confinamentos de comunidades na Colômbia atingiram seu ponto mais crítico dos últimos oito anos. Os eventos de confinamento aumentaram em 102% e a população afetada cresceu 89% em comparação ao ano anterior”, diz o informe.

O documento não levou em conta os conflitos registrados neste ano de 2025, na região do Catatumbo, após o Exército de Liberação Nacional (ELN) declarar guerra contra grupos dissidentes das Farc.

O conflito em Catatumbo, o maior dos últimos anos, levou à expulsão de cerca de 52 mil pessoas de suas casas, reduzindo as chances de “Paz Total” promovida pelo atual governo do país. Estima-se que 8,6 mil pessoas sofreram com confinamento em Catatumbo após os conflitos iniciados em janeiro de 2025.

A CICV explica que o confinamento forçado é quando as comunidades ficam com a locomoção restrita aos seus territórios, sem poder se locomover para outras áreas, em razão de ameaças diretas de grupos armados ou por estratégias das próprias comunidades para evitar riscos.

Deslocamentos forçados

Os conflitos armados colombianos, em 2024, fizeram com que mais de 158 mil pessoas abandonassem suas casas para fugir da violência. 

“Ou seja, em 2024, a cada três dias, em média, uma comunidade foi forçada a deixar suas casas para proteger a vida de seus membros”, destacou o documento.

A CICV avalia ainda que o número total de deslocamentos forçados é muito superior ao registrado, já que “muitas vítimas não denunciam os fatos no mesmo ano da ocorrência, por medo de represálias de atores armados ou por desconhecimento da rota de atendimento do Estado”.

Explosivos e desaparecimentos

O número de vítimas por explosivos na Colômbia cresceu 89% em 2024 em relação ao ano anterior, sendo o maior número dos últimos oito anos. Ao todo, 719 pessoas morreram ou ficaram feridas pela detonação de explosivos no ano passado. Desse total, 67% foram de civis, sendo ainda 163 integrantes das forças públicas de segurança e outras 74 pessoas ligadas aos grupos armados.

Já o número documentado pela organização internacional em 2024 de desaparecidos com alguma relação com conflitos chegou a 252 pessoas, aumento de 13% em relação a 2023.

“Na Colômbia, o desaparecimento de pessoas continua a ser uma tragédia sem fim. Milhares de famílias durante anos, e mesmo durante décadas, eles procuraram incansavelmente por seus entes queridos”, reportou a organização.

Origem da guerra

O início do conflito armado da Colômbia remonta a década de 1940, resultado da concentração de terras na mão de poucas pessoas, de um lado, e de massas de camponeses sem terra, do outro.

A luta pela terra detonou uma violência contra camponeses que se organizavam no país, segundo explicação do professor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), o colombiano Sebastian Henao.

“A luta pela terra foi se agravando em meio ao contexto da violência entre os partidos liberal e conservador e os grupos camponeses vão se armando para se proteger. Nas décadas de 1960 e 1970, no contexto da guerra fria, as organizações passam a adotar um projeto político para tomada do poder”, explicou.

O especialista diz que o crescimento da economia da cocaína levou essas guerrilhas a procurarem controlar a produção da droga para se financiarem.

“As guerrilhas tomam o negócio da droga para financiar a guerra e a resposta do Estado foi muito mais violenta, o que leva ao recrudescimento do conflito na década de 1990”, completou.

2 min read


Logo Agência Brasil

A cúpula Nutrition for Growth (Nutrição para o Crescimento) (N4G), que está sendo realizada em Paris, registrou, até o momento, 27,2 bilhões de dólares em compromissos financeiros. A iniciativa tem entre seus principais objetivos garantir que governos, empresas e doadores se comprometam política e financeiramente com a melhoria da qualidade da nutrição em todo o mundo.

O valor é semelhante ao anotado na cúpula anterior, em Tóquio, em 2021 (27 bilhões de dólares). O total final, a ser anunciado nesta sexta-feira (27), deve ser ainda maior, uma vez que podem ser feitos compromissos até junho deste ano.

Notícias relacionadas:

O governo francês, anfitrião e organizador da cúpula, se comprometeu com 810 milhões de dólares até 2030.

“No momento em que progredimos na luta contra a fome, esse combate demanda que continuemos a nos mobilizar por soluções de financiamento”, disse o presidente da França, Emmanuel Macron, em evento com instituições que fizeram compromissos financeiros de 1,5 bilhão de dólares durante o N4G, na tarde desta quinta-feira (27).

Recursos

A primeira-dama brasileira, Janja Lula da Silva (foto), também participou do evento com os doadores, realizado no prédio do Ministério de Assuntos Estrangeiros da França, em Paris.

“A mudança na postura dos grandes atores, o corte e a limitação no uso dos recursos para a cooperação humanitária e para o desenvolvimento afetam enormemente comunidades e populações vulneráveis por todo o mundo. A parceria entre esses diferentes atores públicos e privados é urgente e estratégica para diminuir a lacuna entre a necessidade e a disponibilidade de recursos”, disse Janja.

*O repórter viajou a convite da Embaixada da França no Brasil

2 min read


Logo Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 48 horas para a defesa de Leonardo Rodrigues de Jesus, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, esclarecer se o acusado fugiu para Argentina.

Léo Índio, como é conhecido, virou réu no Supremo pelo envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023,  após julgamento da denúncia no mês passado pela Primeira Turma da Corte.

Notícias relacionadas:

A decisão de Moraes foi tomada após a divulgação de notícias sobre a fuga do sobrinho de Bolsonaro. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (26) para a Rádio Massa FM, de Cascavel (PR), Leonardo disse que está no país vizinho há 20 dias porque está com medo de ser preso.

“Intimem-se os advogados regularmente constituídos por Leonardo Rodrigues de Jesus para que prestem esclarecimentos, no prazo de 48 horas, sobre as notícias de que o réu teria se evadido do país”, decidiu o ministro.

Conforme a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR), Léo Índio participou dos atos de 8 de janeiro e fez publicações nas redes sociais durante as invasões.

Com a decisão que o tornou réu, o sobrinho de Bolsonaro vai responder pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado da União.

Durante o julgamento da denúncia, a defesa negou que Léo Índio tenha cometido crimes e defendeu a rejeição da denúncia.

3 min read


Logo Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse hoje (27) que os possíveis impactos da medida que ampliou o crédito consignado para celetistas ainda não foram considerados nas projeções da autoridade monetária. A afirmação foi feita durante entrevista para apresentação do Relatório de Política Monetária do primeiro trimestre.

“A gente não considerou ainda, nas nossas projeções, o impacto do consignado privado. Temos visto, desde o lançamento, estimativas variadas de como será o impacto. Há muita dúvida sobre quanto isso representa um fluxo novo de crédito ou uma substituição de dívida antiga por nova, e sobre como isso vai se desdobrar no tempo”, disse.

Notícias relacionadas:

Criado por medida provisória no último dia 12, o Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho abrange empregados da iniciativa privada com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEI). 

A medida, segundo o governo, tem o potencial de oferecer crédito menos caro a até 47 milhões de pessoas.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, foram registradas 64.718.404 simulações e 8.704.759 pedidos de crédito. Até as 17h desta terça-feira (25), 48.170 pessoas contrataram R$ 340,3 milhões em empréstimos pela nova modalidade de crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada. O valor médio ficou em R$ 7.065,14 por trabalhador, com prazo médio de 21 meses divididos em parcelas de R$ 333,88.

Na avaliação do presidente do BC, a iniciativa tende a responder mais a uma questão estrutural da oferta de crédito, do que uma medida conjuntural, “tendo a ver como uma agenda mais antiga de substituir crédito de alto custo para baixo custo”, ressaltou.

Relatório

No documento divulgado nesta quinta-feira, o BC reduziu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,1% para 1,9% em 2025. Ainda de acordo com o BC, a projeção de inflação para o ano cai para 5,01%, ainda fora do intervalo da meta.

No documento, o BC cita o forte crescimento da economia em 2024, de 3,4%. Na avaliação do BC, a economia aquecida favorece a alta da inflação, dificultando a convergência para a meta. A inflação acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou de 4,87% em novembro para 5,06% em fevereiro.

A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)do BC é de 3%, podendo varia 1,5% para mais ou menos. O documento diz que as projeções de inflação se mantiveram acima da meta, tornando a “convergência para a meta desafiadora”. O BC sinalizou que só vê a inflação perto da meta no segundo semestre de 2027.

“O BC sabe que, no curto prazo, a gente vai conviver com uma inflação acima da meta”, afirmou Galípolo.

Na semana passada, o BC aumentou a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano.

Em comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que as incertezas externas, principalmente pela política comercial do país, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano).

Em relação ao Brasil, o texto informa que a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação no crescimento. Em relação às próximas reuniões, o Copom informou que elevará a Selic “em menor magnitude” na reunião de maio

“Você vai estar com uma taxa de juros caminhando para um patamar elevado e com uma inflação rodando acima da meta”, acrescentou o presidente do BC.

3 min read


Logo Agência Brasil

Apesar de ter mais incidência em crianças pequenas, a infecção por vírus sincicial respiratório (VSR) também pode ser grave em idosos, com maior risco de morte. De 2013 a 2023, a letalidade nesse grupo foi de quase 26%, de acordo com levantamento feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal de Santa Catarina, da farmacêutica GSK e da empresa de informação em saúde IQVIA.

Os dados da pesquisa mostram que 71,5% dos pacientes que morreram tinham pelo menos uma comorbidade, entre as quais as mais comuns foram as doenças cardiovasculares, seguidas pelo diabetes e pelas doenças pulmonares. A proporção foi semelhante à de todos idosos internados, independentemente do desfecho: 64,2% já tinham alguma condição cardíaca, 32% tinham diabetes e 26,5%, alguma pneumopatia.

Notícias relacionadas:

“Este é um vírus que causa um processo inflamatório intenso, e o paciente cardiopata tem dano direto. Um estudo com pacientes na Inglaterra revelou que pacientes saudáveis que se infectaram com o vírus tiveram miocardite, que é a inflamação do coração. Com o VSR, o paciente que já tem insuficiência cardíaca descompensa, o aporte de oxigênio diminui, e ele tem que fazer muito mais força pra bombear aquele coração, que já é doente. Pessoas com doença arterial coronariana, que têm risco de infartar, tiveram três vezes mais risco depois de uma infecção”, explica a infectologista da GSK Lessandra Michelini, uma das autoras do estudo.

Em números absolutos, a infecção por VSR em idosos parece um problema menor, já que apenas 3.348 internações nessa faixa etária foram registradas por unidades públicas ou privadas no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe, durante este período de dez anos. Lessandra explica que a testagem para o vírus sincicial só começou a ser feita de forma mais recorrente a partir de 2017, mas até hoje muitos adultos com a doença passam despercebidos.

“A criança tem uma carga viral em orofaringe maior, então é mais fácil o exame diagnosticar o vírus no swab. Já o adulto precisa estar muito no início da infecção para ter uma carga viral alta. E quando ele tem sintomas como febre, geralmente ele fica em casa por uns 3 ou 4 dias, esperando melhorar, antes de procurar o hospital. A não ser que ele já comece muito grave e precise se internar. Aí tem chance maior de fazer o exame”, complementa Lessandra.

Mesmo assim, a pesquisa mostrou que a taxa de hospitalização passou de 0.3 para 2.1 de 2013 a 2023, sete vezes maior. Além disso, 32.6% dos pacientes tiveram que ficar em unidade de terapia de intensiva e quase 70% precisaram de suporte respiratório.

Vacinação

O VSR pode ser prevenido com vacinação, mas por enquanto as duas opções autorizadas para uso em idosos no Brasil só estão disponíveis na rede privada: a Arexvy, produzida pela GSK, e a Abrysvo, da Pfizer.

O Ministério da Saúde anunciou a incorporação da Abrysvo no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do segundo semestre deste ano, mas apenas para gestantes, com o objetivo de proteger os recém-nascidos. À época do anúncio, o governo informou que está estudando ampliar a imunização também para grupos específicos de idosos, mas sem estimar prazo.

Estudo recente feito pela GSK para avaliar a eficácia da Arexvy ao longo de três temporadas de circulação do VSR identificou que a vacina teve cobertura de 82,6% contra infecções e de 94% contra casos graves no primeiro ano e que a proteção acumulada ao longo de 31 meses foi de 62,9%. 

Os dados provêm do acompanhamento de cerca de 25 mil idosos vacinados em 17 países. 

2 min read


Logo Agência Brasil

A maioria da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou para rejeitar recurso e confirmar a decisão que tornou réu Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio. Ele é primo dos três filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro

Até o momento, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino seguiram o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, formando maioria pela rejeição do recurso da defesa, que queria impedir a abertura de ação penal. O ministro Luiz Fux tem até o fim desta sexta-feira (28) para votar. 

Notícias relacionadas:

No recurso, a defesa de Léo índio insistiu que o Supremo não é a instância competente para processar o caso, uma vez que ele não tem foro privilegiado. Os ministros da Primeira Turma voltaram a rejeitar o argumento. 

Léo Índio foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por ter participado do ato antidemocrático de 8 de janeiro de 2023. Segundo a denúncia, ele próprio publicou imagens em suas redes sociais em meio à invasão de prédios públicos. 

Numa das publicações, ele aparece sobre o prédio principal do Congresso Nacional, onde ficam as cúpulas do edifício. Em outra, surge perto da sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Para a PGR, isso prova a participação dele na invasão e depredação dos edifícios. 

>>STF torna Léo Índio réu pelos atos de 8 de janeiro


Brasilia (DF) 08/01/2023 - Golpistas invadem prédios públicos na praça dos Três Poderes.  Na foto,  vândalos com as grades de ferro que protegiam o acesso ao prédio do STF.

Brasilia (DF) 08/01/2023 – Golpistas invadem prédios públicos na praça dos Três Poderes. Na foto, vândalos com as grades de ferro que protegiam o acesso ao prédio do STF. – Joedson Alves/Agencia Brasil

A PGR imputou cinco crimes a Léo Índio: tentativa de golpe de Estado; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; associação criminosa; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União; deterioração de patrimônio tombado da União.

Por unanimidade, a denúncia contra Léo Índio foi recebida em fevereiro pela Primeira Turma. Com a decisão, ele se torna réu. Com a rejeição do recurso, o Supremo deve agora abrir uma ação penal, em que defesa e acusação poderão apresentar testemunhas e pedir a produção de provas. Somente ao final da instrução processual que os ministros devem decidir se condenam ou absolvem o acusado. 

Em um vídeo divulgado na quarta-feira (26) pela rádio Massa FM, do interior do Paraná, Léo Índio disse ter ido para a Argentina há mais de 20 dias, pouco depois da denúncia ser aceita pelo Supremo, para escapar do chamou de “perseguição política” contra ele. 

3 min read


Logo Agência Brasil

A participação social na estratégia para adaptar o país à emergência causada pelas mudanças climáticas entrou em uma nova etapa. Até o dia 25 de abril, a população pode opinar sobre o detalhamento do Plano Clima por setor da economia.

A proposta traz estratégias, indicadores e responsabilidades para a adaptação de sistemas humanos e naturais em planos setoriais, que tratam das áreas econômicas, e planos temáticos, com medidas transversais.

Notícias relacionadas:

As sugestões podem ser feitas pela plataforma Brasil Participativo, em que a população pode contribuir em cada um dos 16 temas: Agricultura e Pecuária, Agricultura Familiar, Biodiversidade, Cidades, Redução e Gestão de Riscos e de Desastres, Indústria e Mineração, Energia, Igualdade Racial e Combate ao Racismo, Povos e Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas, Recursos Hídricos, Saúde, Segurança Alimentar e Nutricional, Oceano e Zona Costeira, Transportes, Turismo.

Para contribuir, é preciso criar um perfil de usuário, com senha, e ter uma conta na plataforma gov.br. Em cada capítulo, é possível adicionar sugestões e comentários, por parágrafo.

Entenda

O Plano Clima é a política nacional que vai orientar o país no enfrentamento à mudança climática até 2035. É dividido em dois componentes: a Estratégia Nacional de Mitigação, para a redução das emissões de gases de efeito estufa do país, e a Estratégia Nacional de Adaptação, para promover mudanças necessárias, com desenvolvimento sustentável e justiça social.

O componente de mitigação foi dividido em sete planos setoriais e o de adaptação, em 16 planos setoriais.

Ambiente digital

Desde o lançamento da plataforma Brasil Participativo, em maio de 2024, foram encerradas duas etapas de consultas públicas. Uma que tratou do envio e votação de propostas gerais para o Plano Clima, ocorrida entre junho e setembro de 2024, e outra (), concluída em novembro de 2024, que recebeu sugestões para a Estratégia Nacional de Adaptação.

Nesta terceira etapa, está em debate a integração das ações de adaptação com cada setor da economia. Novas etapas permitirão a participação social na construção da Estratégia Nacional de Mitigação.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, além do ambiente digital, o Plano Clima tem um amplo processo participativo por meio de espaços presenciais de discussão e deliberação em seminários, oficinas, diálogos e reuniões.

Todo o processo de construção da política pública é coordenado pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), que tem a participação de representantes de 22 ministérios, além de integrantes da Rede Clima e do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima.

O plano integrará a Política Nacional sobre Mudança do Clima, prevista para ser lançada na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém, capital do Pará.

2 min read


Logo Agência Brasil

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, entregou, nesta quinta-feira (27), 156 novas ambulâncias para a frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 192 (Samu), o serviço gratuito para assistência de urgência e emergência em saúde. Com investimento total de R$ 50,4 milhões, os veículos vão fortalecer o atendimento em 114 municípios de 15 estados, com capacidade de atender dois milhões de pessoas.

Do total de cidades, 94 vão receber uma ambulância pela primeira vez, como Cavalcante (GO) e São Lourenço do Piauí (PI).

Notícias relacionadas:

Em evento em Brasília (DF), Alckmin, que é médico, lembrou que existe a chamada “hora de ouro” no atendimento de emergência. “Os primeiros 60 minutos fazem toda a diferença. Um atendimento rápido e com equipe treinada salva vidas, diminui sequelas e faz uma diferença”, disse, lembrando os três princípios do Sistema Único de Saúde (SUS): oferecer um atendimento igualitário para todas as pessoas, com universalidade, chegando a todos os lugares, e olhando para a integralidade da saúde do cidadão.

O objetivo do governo é renovar toda a frota e universalizar o acesso ao serviço do Samu até o fim de 2026, por meio de recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A meta é que, em 2025, só estejam em operação veículos com até cinco anos de uso.

Cobertura

Com a entrega de hoje, a cobertura populacional do Samu chega a quase 90%, segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, o serviço conta com mais de 4,3 mil veículos em circulação e chega a 188,6 milhões de brasileiros em 4.143 dos 5.570 municípios do país.

Mais ambulâncias devem ser entregues ainda no primeiro semestre: 45 em Sete Lagoas (MG) em abril; e 193 em Lauro de Freitas (BA) em maio.

Além disso, está aberto edital do PAC Seleções, destinado a atender demandas específicas de prefeituras e estados para a distribuição de mais 1,5 mil ambulâncias do Samu, seja para renovação ou ampliação da frota. Gestores têm até 31 de março para fazer o pedido. O orçamento é de R$ 525 milhões.

O Samu é um dos componentes da Política Nacional de Atenção às Urgências do Ministério da Saúde e faz parte da Rede Assistencial Pré-Hospitalar Móvel de atendimento às urgências. O serviço gratuito pode ser acessado pelo número de telefone 192, que oferece orientações à população e envia veículos tripulados por equipes especializadas.

3 min read


Logo Agência Brasil

A participação social na estratégia para adaptar o país à emergência causada pelas mudanças climáticas entrou em uma nova etapa. Até o dia 25 de abril, a população pode opinar sobre o detalhamento do Plano Clima por setor da economia.

A proposta traz estratégias, indicadores e responsabilidades para a adaptação de sistemas humanos e naturais em planos setoriais, que tratam das áreas econômicas, e planos temáticos, com medidas transversais.

Notícias relacionadas:

As sugestões podem ser feitas pela plataforma Brasil Participativo, em que a população pode contribuir em cada um dos 16 temas: Agricultura e Pecuária, Agricultura Familiar, Biodiversidade, Cidades, Redução e Gestão de Riscos e de Desastres, Indústria e Mineração, Energia, Igualdade Racial e Combate ao Racismo, Povos e Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas, Recursos Hídricos, Saúde, Segurança Alimentar e Nutricional, Oceano e Zona Costeira, Transportes, Turismo.

Para contribuir, é preciso criar um perfil de usuário, com senha, e ter uma conta na plataforma gov.br. Em cada capítulo, é possível adicionar sugestões e comentários, por parágrafo.

Entenda

O Plano Clima é a política nacional que vai orientar o país no enfrentamento à mudança climática até 2035. É dividido em dois componentes: a Estratégia Nacional de Mitigação, para a redução das emissões de gases de efeito estufa do país, e a Estratégia Nacional de Adaptação, para promover mudanças necessárias, com desenvolvimento sustentável e justiça social.

O componente de mitigação foi dividido em sete planos setoriais e o de adaptação, em 16 planos setoriais.

Ambiente digital

Desde o lançamento da plataforma Brasil Participativo, em maio de 2024, foram encerradas duas etapas de consultas públicas. Uma que tratou do envio e votação de propostas gerais para o Plano Clima, ocorrida entre junho e setembro de 2024, e outra (), concluída em novembro de 2024, que recebeu sugestões para a Estratégia Nacional de Adaptação.

Nesta terceira etapa, está em debate a integração das ações de adaptação com cada setor da economia. Novas etapas permitirão a participação social na construção da Estratégia Nacional de Mitigação.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, além do ambiente digital, o Plano Clima tem um amplo processo participativo por meio de espaços presenciais de discussão e deliberação em seminários, oficinas, diálogos e reuniões.

Todo o processo de construção da política pública é coordenado pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), que tem a participação de representantes de 22 ministérios, além de integrantes da Rede Clima e do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima.

O plano integrará a Política Nacional sobre Mudança do Clima, prevista para ser lançada na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém, capital do Pará.

3 min read


Logo Agência Brasil

A participação social na estratégia para adaptar o país à emergência causada pelas mudanças climáticas entrou em uma nova etapa. Até o dia 25 de abril, a população pode opinar sobre o detalhamento do Plano Clima por setor da economia.

A proposta traz estratégias, indicadores e responsabilidades para a adaptação de sistemas humanos e naturais em planos setoriais, que tratam das áreas econômicas, e planos temáticos, com medidas transversais.

Notícias relacionadas:

As sugestões podem ser feitas pela plataforma Brasil Participativo, em que a população pode contribuir em cada um dos 16 temas: Agricultura e Pecuária, Agricultura Familiar, Biodiversidade, Cidades, Redução e Gestão de Riscos e de Desastres, Indústria e Mineração, Energia, Igualdade Racial e Combate ao Racismo, Povos e Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas, Recursos Hídricos, Saúde, Segurança Alimentar e Nutricional, Oceano e Zona Costeira, Transportes, Turismo.

Para contribuir, é preciso criar um perfil de usuário, com senha, e ter uma conta na plataforma gov.br. Em cada capítulo, é possível adicionar sugestões e comentários, por parágrafo.

Entenda

O Plano Clima é a política nacional que vai orientar o país no enfrentamento à mudança climática até 2035. É dividido em dois componentes: a Estratégia Nacional de Mitigação, para a redução das emissões de gases de efeito estufa do país, e a Estratégia Nacional de Adaptação, para promover mudanças necessárias, com desenvolvimento sustentável e justiça social.

O componente de mitigação foi dividido em sete planos setoriais e o de adaptação, em 16 planos setoriais.

Ambiente digital

Desde o lançamento da plataforma Brasil Participativo, em maio de 2024, foram encerradas duas etapas de consultas públicas. Uma que tratou do envio e votação de propostas gerais para o Plano Clima, ocorrida entre junho e setembro de 2024, e outra (), concluída em novembro de 2024, que recebeu sugestões para a Estratégia Nacional de Adaptação.

Nesta terceira etapa, está em debate a integração das ações de adaptação com cada setor da economia. Novas etapas permitirão a participação social na construção da Estratégia Nacional de Mitigação.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, além do ambiente digital, o Plano Clima tem um amplo processo participativo por meio de espaços presenciais de discussão e deliberação em seminários, oficinas, diálogos e reuniões.

Todo o processo de construção da política pública é coordenado pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), que tem a participação de representantes de 22 ministérios, além de integrantes da Rede Clima e do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima.

O plano integrará a Política Nacional sobre Mudança do Clima, prevista para ser lançada na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém, capital do Pará.

2 min read


Logo Agência Brasil

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, entregou, nesta quinta-feira (27), 156 novas ambulâncias para a frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 192 (Samu), o serviço gratuito para assistência de urgência e emergência em saúde. Com investimento total de R$ 50,4 milhões, os veículos vão fortalecer o atendimento em 114 municípios de 15 estados, com capacidade de atender dois milhões de pessoas.

Do total de cidades, 94 vão receber uma ambulância pela primeira vez, como Cavalcante (GO) e São Lourenço do Piauí (PI).

Notícias relacionadas:

Em evento em Brasília (DF), Alckmin, que é médico, lembrou que existe a chamada “hora de ouro” no atendimento de emergência. “Os primeiros 60 minutos fazem toda a diferença. Um atendimento rápido e com equipe treinada salva vidas, diminui sequelas e faz uma diferença”, disse, lembrando os três princípios do Sistema Único de Saúde (SUS): oferecer um atendimento igualitário para todas as pessoas, com universalidade, chegando a todos os lugares, e olhando para a integralidade da saúde do cidadão.

O objetivo do governo é renovar toda a frota e universalizar o acesso ao serviço do Samu até o fim de 2026, por meio de recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A meta é que, em 2025, só estejam em operação veículos com até cinco anos de uso.

Cobertura

Com a entrega de hoje, a cobertura populacional do Samu chega a quase 90%, segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, o serviço conta com mais de 4,3 mil veículos em circulação e chega a 188,6 milhões de brasileiros em 4.143 dos 5.570 municípios do país.

Mais ambulâncias devem ser entregues ainda no primeiro semestre: 45 em Sete Lagoas (MG) em abril; e 193 em Lauro de Freitas (BA) em maio.

Além disso, está aberto edital do PAC Seleções, destinado a atender demandas específicas de prefeituras e estados para a distribuição de mais 1,5 mil ambulâncias do Samu, seja para renovação ou ampliação da frota. Gestores têm até 31 de março para fazer o pedido. O orçamento é de R$ 525 milhões.

O Samu é um dos componentes da Política Nacional de Atenção às Urgências do Ministério da Saúde e faz parte da Rede Assistencial Pré-Hospitalar Móvel de atendimento às urgências. O serviço gratuito pode ser acessado pelo número de telefone 192, que oferece orientações à população e envia veículos tripulados por equipes especializadas.

3 min read


Logo Agência Brasil

As seleções brasileiras feminina e masculina já sabem quem irão enfrentar na AmeriCup, a Copa América do basquete, após sorteio das chaves realizado pela Federação Internacional (Fiba) na última quarta-feira (26). Atuais campeãs (edição de 2023), as brasileiras caíram no Grupo A, junto com Canadá, Argentina, República Dominicana e El Salvador. Na competição masculina, o Brasil também caiu na Chave A, que tem ainda Estados Unidos, Uruguai e Bahamas.

A AmeriCup Feminina reunirá as 10 melhores equipes das Américas, divididas em dois grupos de cinco equipes cada um, entre 28 de junho e 2 de julho, em Santiago (Chile). Será a primeira competição das brasileiras, sob comando da técnica norte-americana Dana Pokey Chatman, que assumiu o posto no final do ano passado.

“O Canadá é sempre um dos favoritos ao título. Vem forte. A Argentina, uma rival do continente, cresce a cada ano. E a República Dominicana é uma equipe sempre muito forte fisicamente. Além disso, é preciso respeitar El Salvador. Vamos trabalhar muito para buscar nossos objetivos, um passo de cada vez”, ponderou Pokey Chatman após o sorteio das chaves.

Na primeira fase do torneio, as cinco equipes de cada grupo jogarão em si. As quatro melhores se classificam às quartas de final. Na sequência, quem ganhar avança às semifinais e depois as vencedoras disputarão o título.

Visando a preparação para a AmeriCup, as brasileiras farão dois amistosos nos Estados Unidos, contra o Indiana Fever e o Chicago Sky, times da WNBA -principal liga de basquete feminino norte-americano. As partidas serão nos dias 2 e 4 de maio.  

Já a seleção masculina vai em busca do quinto título edição da AmeriCup, em Manágua (Nicarágua), entre 22 e 31 de agosto. Na última edição (2022) do torneio o sonho do penta foi adiado, após o Brasil perder a final para a Argentina (75 a 73).

A chave do Brasil é considerada uma das mais difíceis do torneio, com um total de 12 equipes, divididas em três grupos.  

“É um grupo de muitas incógnitas. EUA é sempre competitivo, mas neste momento não sabemos com qual equipe vai jogar. Uruguai conhecemos nas Eliminatórias, tem um bom grupo e ainda faltaram alguns jogadores importantes. Bahamas também é uma incógnita, dependerá de quais jogadores da NBA estarão presentes. Acredito que jogarão completos. O grupo é muito competitivo, o que pode facilitar um pouco as coisas nas quartas de Final. Temos que estar bem preparados”, avaliou Aleksandar Petrovic, técnico da seleção masculina.

O formato do torneio masculino prevê que todas as equipes de um grupo joguem entre sim. As primeiras duas colocadas de cada chave e as duas melhores entre as terceiras colocadas avançarão às quartas de final. Depois, os vencedores vão à semifinais e às finais. 

5 min read


Logo Agência Brasil

A Argentina busca novo empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) – no valor de US$ 20 bilhões – para, segundo o governo de Javier Milei, reforçar as reservas do Banco Central (BC) do país. Para críticos, a medida busca evitar o crescimento da inflação por falta de dólares. Ao longo da sua história, a Argentina já realizou 23 empréstimos com o FMI.

“O montante que nós acordamos com o staff [equipe técnica do FMI], que o board [diretoria-executiva do Fundo] ainda precisa decidir se aprova ou não, é de US$ 20 bilhões. É muito superior ao montante que se vem escutando de algumas pessoas”, afirmou o ministro da Economia, Luis Caputo, nesta quinta-feira (27), durante evento do setor de seguros latino-americanos.


15/12/2023 - O ministro da Economia Argentina, Luis Caputo, durante anúncio. Foto: Frame/Ministério de Economia/AR

O ministro da Economia Argentina, Luis Caputo, durante anúncio. Foto: Frame/Ministério de Economia/AR

Notícias relacionadas:

Não há informações ainda sobre as exigências do FMI para o novo empréstimo. O chefe da política econômica do governo argentino disse ainda que negocia outros empréstimos “de livre disponibilidade” com Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).

O anúncio do ministro ocorre dias após ele se negar a dar detalhes das negociações com o FMI. O diretor do Observatório da Dívida Pública Argentina, o historiador Alejandro Olmos Gaona, disse que Caputo buscou tranquilizar o mercado financeiro devido à pressão cambiária dos últimos dias, que seria um resultado de especulações sobre o acordo com o Fundo.  

“Em um mês, US$ 1,4 bilhão foi gasto para acalmar o mercado de câmbio, e agora o dólar continua subindo. Esta declaração do ministro certamente, como ele disse, visa acalmar um pouco a taxa de câmbio e os mercados”, afirmou o diretor à Agência Brasil.

Alejandro Olmos Gaona avalia que o empréstimo parte da necessidade do governo de manter um câmbio com valor artificialmente baixo por meio da venda de dólares no mercado.

“O governo precisa desesperadamente de dólares para fortalecer o Banco Central e seguir controlando a inflação [por meio da injeção de dólares na economia], porque esse é o único elemento que tem dado muito apoio ao presidente Milei. O que não se sabe é quanto vão mandar, que condições vão impor e o que vão fazer, depois, com esse dinheiro”, comentou o especialista.

A inflação na Argentina, devido a recessão que o país viveu, caiu de 287% ao ano, em março de 2024, para 66% ao ano, em fevereiro de 2025, segundo os dados oficiais.

O diretor do Observatório da Dívida Argentina ressaltou que as reservas do BC têm caído constantemente. “Isso não permite ao governo seguir mantendo uma ficção de um dólar que não sobe”, disse.

A imprensa argentina tem repercutido que uma das exigências que o FMI pode fazer é a de reduzir, ou acabar, com os controles cambiários que existem no país, como a proibição das pessoas comprarem mais de U$S 200 por mês. A possibilidade de instituir um câmbio totalmente livre tem elevado a procura por dólares. 

Saneamento do Banco Central

A expectativa do governo de Javier Milei é fechar o acordo até metade de abril. Se confirmado, este será o terceiro empréstimo com o Fundo desde que o governo de Maurício Macri firmou o acordo, em 2018, para empréstimos de US$ 56 bilhões. 

O governo Milei argumenta que o objetivo é “sanear” as reservas do Banco Central (BC), que estão baseadas em títulos do Tesouro, trocando os títulos por dólares. Com isso, em vez de dever ao BC, o governo argentino passaria a dever ao FMI e o BC teria suas reservas em dólar, e não mais em títulos do Tesouro.

A operação, segundo o ministro da Economia, Luis Caputo, daria maior estabilidade à moeda local, o peso argentino, fortalecendo o controle inflacionário sem aumentar o total da dívida do país.  

“[O dinheiro] não é para financiar gastos, nem para financiar déficits, mas para recapitalizar o ativo do Banco Central. O que nós buscamos com este acordo é que a gente possa ficar tranquila que, finalmente, os pesos tenham respaldo no BC”, disse o ministro da Economia.

Caputo espera, com o empréstimo, elevar as reservas do BC argentino a US$ 50 bilhões. Atualmente, o banco tem reservas calculadas em US$ 26 bilhões. Para se ter uma ideia, o Banco Central do Brasil fechou 2024 com reservas na casa dos US$ 329,7 bilhões.

Dívida Pública

O diretor do Observatório da Dívida Pública da Argentina, o historiador Alejandro Olmos questiona o argumento de Caputo de que o novo empréstimo não traz riscos por não aumentar nominalmente a dívida do governo.

“Não é o mesmo dever ao BC, que é da estrutura do Estado, que não faz exigências, não pede ajustes. Além disso, a dívida com o BC pode ser refinanciada permanentemente. Já o FMI estabelece condições muito restritas, exige regulamentações econômicas, monitorando e controlando a economia do país”, ponderou.

Olmos destacou que, atualmente, a dívida argentina está na casa dos US$ 471 bilhões, exigindo um pagamento de juros anuais na casa dos US$ 22 bilhões. Ao contrário da Argentina, o Brasil tem sua dívida pública quase toda em reais, o que facilita o pagamento e refinanciamento dos passivos.

Para o especialista Alejandro Olmos, o novo empréstimo não é sustentável, e ele defende uma estratégia para resolver o problema da dívida pública.

“O problema é que o poder econômico, os economistas, os teóricos, insistem que a única via possível para o desenvolvimento de um país é por meio do endividamento. Entendem que a única solução é seguir se endividando e, lamentavelmente, a história da Argentina demonstra que todos esses acordos com FMI sempre fracassaram”, disse o historiador.

Por outro lado, existe a expectativa de que a exploração das reservas de petróleo e gás na região de Vaca Muerta traga receitas e dólares, o que pode permitir que a Argentina siga financiando suas dívidas.

“O que passa é que são políticas conjunturais, não há planificação do Estado para um desenvolvimento sustentável”, finalizou Olmos. 

3 min read


Logo Agência Brasil

O volume de chuvas no último verão, que terminou na última quinta-feira (20), não foi suficiente para repor o estoque de água no solo, provocando escassez que prejudica a produção agrícola. A constatação é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária.

“Os volumes apresentados não foram suficientes para recuperar o estoque hídrico do solo, maltratado pelas últimas secas e incêndios florestais que têm atingindo com mais frequência os biomas Amazônia, Cerrado e o Pantanal nos últimos dois anos”, afirma o Inmet, acrescentando que partes do país, como Amazonas, sudoeste do Pará, e áreas do Maranhão e do Piauí tiveram estação bastante chuvosa.

Notícias relacionadas:

Entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano, o déficit de chuva em relação à média foi de 200 milímetros (mm) na porção mais ao norte do Pantanal, norte do Mato Grosso, Rondônia, parte leste do Acre e o sudoeste do Pará. Essa quantidade equivale a 200 litros de água de chuva caindo em cada metro quadrado de solo.

>>> Saiba qual é a previsão do Inmet para o outono.

Ruim para a agricultura

O resultado dessa escassez hídrica neste último trimestre foi a perda de folhas nas áreas com florestas no oeste do Pará, leste do Amazonas, Rondônia e o Pantanal mato-grossense. Além disso, foi verificado pelo Inmet queda na produtividade de grãos devido à baixa umidade do solo.

O Inmet destaca que o déficit hídrico acontece justamente no período de semeadura, contribuindo para perdas de diversas culturas agrícolas.

A agrometeorologista do Inmet Lucietta Martorano aponta que os efeitos do regime de chuvas serão diversos no país.

“Grande parte do oeste da Amazônia vai ter oferta de água no solo, o que pode favorecer as culturas agrícolas, mas o Pantanal e praticamente todo o Brasil Central, mais o estado de Minas Gerais e as porções oeste de São Paulo até o Rio Grande do Sul, estão com oferta de chuva limitada, deixando o solo mais seco e trazendo prejuízos à recuperação hídrica”.

A produção agrícola é um dos fatores que mexem diretamente com a economia do país, uma vez que menos produtos à disposição se refletem em aumento de preços dos alimentos. 

A inflação dos alimentos tem sido atualmente uma das preocupações centrais do governo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como prévia da inflação, ficou em 0,64% em março. O dado divulgado nesta quinta-feira (27) revela que os alimentos foram o componente que mais pressionaou o índice. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no começo do mês acreditar que os preços dos itens alimentícios devem recuar em 2025, devido, principalmente, pela supersafra prevista para este ano.

Sexto verão mais quente

O verão 2024/2025 foi o sexto mais quente no país desde 1961. A temperatura média ficou em 25,81 graus Celsius (ºC), o que representa 0,34°C acima da média histórica do período entre 1991 e 2020 (25,47°C).

O recorde pertence ao verão 2023/2024, com temperatura média de 26,20°C.

2 min read


Logo Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fará uma consulta pública com o objetivo de revisar a regulamentação que trata de produtos derivados da cannabis, planta popularmente conhecida como maconha.

A consulta foi aprovada na quinta-feira (26) pela diretoria colegiada da agência. A expectativa é que ela seja publicada nos próximos dias, com um link online por meio do qual será possível, aos interessados, apresentarem suas contribuições.

Notícias relacionadas:

A minuta de resolução ficará aberta por 60 dias e, durante este período, qualquer interessado poderá fazer contribuições à proposta de atualização da regulamentação feita pela Anvisa”, informou em nota a agência.

Entre as atualizações em planejamento estão algumas relacionadas a questões como atendimento às boas práticas de fabricação, vias de administração, publicidade de produtos, validade da autorização sanitária, prescrição, dispensação, importação de insumos para produção nacional, rotulagem, entre outros.

Segundo o relator, Rômison Rodrigues Mota, a regularização é o único caminho possível para a “comprovação da qualidade mínima” necessária aos produtos de cannabis.

“No Brasil, os produtos contendo derivados de cannabis podem ser regularizados em duas categorias distintas: como medicamento, seguindo as normas de comprovação de eficácia e segurança de medicamentos, ou como produto de cannabis, que têm um processo simplificado. Existe hoje, no país, apenas um medicamento de cannabis aprovado e 36 produtos de cannabis regularizados”, diz a nota da Anvisa.

Os produtos derivados da cannabis são regulamentados pela Resolução da Diretoria Colegiada 327/2019 – regramento que define as regras para que esses produtos possam ser autorizados no país e vendidos no varejo farmacêutico.

Foi também aprovado a abertura de um processo regulatório para revisar a Resolução RDC 660/2022, que trata da importação excepcional de produtos de cannabis para uso pessoal.

5 min read
O aumento das receitas e queda das despesas, com o adiamento do pagamento de precatórios, fez o déficit primário cair em fevereiro de 2025. No mês passado, o Governo Central – Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social – registrou resultado negativo de R$ 31,7 bilhões, contra déficit primário de R$ 58,3 bilhões em fevereiro de 2024, queda real de 48,3%, já considerando a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período.

“Comparado a fevereiro de 2024, o resultado primário observado decorreu da combinação de um acréscimo real de 3,1% (R$ 4,4 bilhões) da receita líquida [após transferências a estados e municípios] e de um decréscimo de 12,6% (R$ 25,2 bilhões) das despesas totais”, informou o Tesouro Nacional, em seu relatório divulgado nesta quinta-feira (27).

 

O resultado de fevereiro passado veio melhor do que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Fazenda, os analistas de mercado esperavam resultado negativo de R$ 37,7 bilhões.

Nos dois primeiros meses do ano, o Governo Central registra superávit primário de R$ 53,2 bilhões, valor 136,5% maior que o obtido no mesmo período do ano passado, já considerando a inflação, com registro de R$ 21,2 bilhões. Além da queda do déficit em fevereiro, as contas do governo registram superávit em 2025 por causa do resultado positivo de R$ 84,9 bilhões em janeiro, recorde para o mês.

O resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. A projeção do Orçamento de 2025, aprovado pelo Congresso Nacional, é de superávit primário de R$ 15 bilhões nas contas públicas, excluídos dos cálculos os gastos com precatórios. O resultado cumpre o arcabouço fiscal que estabelece meta fiscal primária zero.

Como o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 ainda não foi sancionado, o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) não divulgou o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, previsto para o dia 22 de março, que traz informações sobre a execução do orçamento e a necessidade de bloqueio ou contingenciamento de recursos para cumprimento da meta fiscal. O próximo relatório será divulgado em maio.

Pela mesma razão, o governo editou decreto de execução provisória que permite empenhar, até novembro, somente o limite de um dezoito avos (1/18) por mês, do total previsto no PLOA. “Tal medida representa uma restrição na ordem de R$ 69,5 bilhões até novembro e de R$ 128,4 bilhões até maio, e objetiva adequar o ritmo de execução de despesas ao avanço do exercício e ciclo de avaliação e gestão fiscal do orçamento”, explicou o Tesouro.

 

Para o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o decreto tem um “rigor substancial”, prevendo uma execução orçamentária restritiva, o que dá conforto para a equipe econômica até a elaboração do relatório de maio, que demonstrará, de fato, se é necessário algum bloqueio e qual a dimensão dele.

Política fiscal

De acordo Ceron, o pagamento de precatórios nos primeiros meses de 2024 teve um efeito relevante nas despesas, de R$ 30,8 bilhões. Nesse ano, os pagamentos foram adiados de forma intencional para não adicionar um “estímulo fiscal” nesse início de ano, “para [a política fiscal, de controle das contas públicas] ser a mais contracionista possível”.

O objetivo, segundo o secretário, é colaborar com a política monetária do Banco Central (BC) para controlar a inflação no país. “Isso harmoniza a política fiscal com a política monetária, num momento de necessidade de ancoragem e retorno da inflação corrente e da expectativa para inflação no horizonte relevante”, disse em coletiva de imprensa para apresentar os resultados do Tesouro Nacional.

A limitação de 1/18 avos na execução do orçamento também tem esse papel contracionista no curto prazo, de acordo com Ceron.

O resultado das contas públicas, de controle de gastos, impacta as expectativas para a inflação no país. Essas expectativas são consideradas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na definição da Selic, a taxa básica de juros.

Copom eleva juros básicos da economia para 14,25% ao ano

Decisão era esperada pelo mercado e já havia sido anunciada pelo Banco Central. Alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global influenciaram na medida, que é o principal instrumento do BC para controle da inflação.

Receitas

No último mês, as receitas líquidas subiram 8,3% em valores nominais. Descontada a inflação pelo IPCA, a alta foi a 3,1%. O crescimento resultou, majoritariamente, da elevação real de 1,4% nas receitas administradas pela Receita Federal (R$ 1,8 bilhão) e de 7,5% (R$ 3,8 bilhões) na arrecadação líquida destinada à Previdência Social, parcialmente compensada pela retração real de 4,3% nas receitas não administradas, queda de R$ 959,2 milhões.

O principal destaque positivo nas receitas administradas (relativas ao pagamento de tributos) foi o crescimento de R$ 2,1 bilhões na arrecadação do Imposto de Importação, em razão do crescimento da quantidade de produtos importados. Em contrapartida, foi observado queda de R$ 2,2 bilhões no Imposto sobre a Renda e de R$ 1,8 bilhão na Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incide sobre o lucro das empresas.

Já o resultado negativo nas receitas não administradas se deve, principalmente, pela queda de R$ 1,2 bilhão no recebimento de dividendos e participações, explicado pela redução da distribuição de lucros do Banco do Brasil, além de demais receitas que caíram R$ 1,5 bilhão. Por outro lado, houve incremento de R$ 1,4 bilhão na receita da exploração de recursos naturais, impulsionada pela depreciação cambial, associada a uma maior arrecadação na área do pré-sal, mas que não foi suficiente para compensar as perdas.

Despesas

No mês passado, as despesas totais caíram 8,1% em valores nominais e 12,6% considerando a inflação.

O secretário Ceron reforçou que há um processo gradativo de redução das despesas discricionárias, mas o grande fator de variação em fevereiro foi o adiamento do pagamento de precatórios, que são as dívidas do governo a partir de sentenças judiciais. Essa conta apresentou queda de R$ 30,8 bilhões, refletindo essa diferença no cronograma.

Em contrapartida, houve aumento de R$ 1 bilhão no abatimento de dívidas dos estados junto à União, que faz parte da compensação da perda de arrecadação com o ICMS sobre combustíveis, definida em 2022. Despesas com benefícios previdenciários tiveram aumento de R$ 1,7 bilhão e com benefícios de Prestação Continuada (BPC), de R$ 1,1 bilhão, explicados pela expansão do número de pessoas atendidas e pelo reajuste do salário mínimo.

O aumento na despesa de equalização de empréstimos no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) também levou ao acréscimo de R$ 1,2 bilhão nas despesas com subsídios.

4 min read


Logo Agência Brasil

Os sistemas atuais de produção de alimentos – baseado na monocultura extensiva e uso contínuo de agrotóxicos e água – estão entre os principais responsáveis pelas mudanças climáticas e pela perda de biodiversidade terrestre, respondendo por um terço das emissões de gases do efeito estufa e por 70% do uso de água doce. Ao mesmo tempo, esse mesmo sistema é altamente vulnerável a eventos climáticos extremos provocados por essas alterações no clima.

Secas, ondas de calor e inundações são responsáveis por perdas de lavouras, aumento no preço dos alimentos e problemas na cadeia de suprimento. 

Notícias relacionadas:

Outro risco surgido com as mudanças climáticas é a redução da disponibilidade de alguns nutrientes importantes para a dieta humana, como ferro, zinco e até mesmo proteínas.

Estudos realizados por três pesquisadores da Universidade de Harvard, em 2017 e 2018, estimaram que o aumento das emissões de dióxido de carbono podem provocar reduções de 3% a 17% desses nutrientes em itens de alimentação básica. O resultado disso seriam, até 2050, 175 milhões de casos adicionais de deficiência de zinco e 122 milhões de pessoas com deficiência proteica. Estima-se também um aumento do risco de deficiência de ferro para 1,4 bilhão de mulheres e crianças.

As mudanças climáticas são um dos temas discutidos por representantes de governos e especialistas reunidos na cúpula Nutrition for Growth (N4G), ou seja, Nutrição para o Crescimento, que ocorre até sexta-feira (28), em Paris. 

Para Arlène Alpha, especialista do Cirad, órgão francês de pesquisa agronômica, o principal modelo de produção de alimentos hoje, baseado em grandes campos abertos de monoculturas, com processos padronizados e uso intensivo de agrotóxicos e de água, está fadado ao fracasso.

“Esse sistema de produção foi, na verdade, capaz de fornecer comida barata, mas o problema é o custo oculto disso. Os custos são muitos na nutrição e na saúde, mas também no meio ambiente, na perda de biodiversidade e nas mudanças climáticas”, explica a especialista.

Segundo ela, não há uma fórmula mágica para resolver o problema, mas há sistemas alternativos que têm bem menos impactos na saúde humana e no meio ambiente, e eles devem ser incentivados. Exemplos são técnicas de agroecologia e o uso de uma abordagem territorial, com o aproveitamento de recursos locais e conhecimentos indígenas.

“A agroecologia é uma alternativa ao sistema industrializado de produção de alimentos. Ela é baseada em práticas econômicas que são serviços ecológicos, mas não é só isso. É também sobre o empoderamento das mulheres, é sobre dar autonomia aos produtores acerca das sementes e ao direito de não usar produtos químicos. É também sobre conectar produtores e consumidores”, afirma Arlène.

A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, que participa da N4G, disse que o agronegócio, um setor forte no Brasil, tem sua importância, mas que é preciso também olhar para o seu impacto nas mudanças climáticas.

O mundo em que vivemos não vai mais suportar o modelo de grande produção de alimentos, por isso, o investimento nos médios e pequenos agricultores familiares, talvez, seja a forma mais sustentável de enfrentarmos as mudanças climáticas. O grande produtor continua a ter importância, mas eles também precisam entender que o comprometimento com o meio ambiente é importante”.
 


Horta comunitária/jardim comestível na cidade de Maricá. Foto: Prefeitura de Maricá/ Divulgação

Horta comunitária/jardim comestível na cidade de Maricá. Prefeitura de Maricá/ Divulgação

Inovação em favor do clima

País que já sofre com condições climáticas adversas para a produção de alimentos, devido às altas temperaturas, baixa qualidade do solo e escassez hídrica, os Emirados Árabes Unidos apostam na inovação e pesquisa, conta a ministra das Mudanças Climáticas, Amna Al Shamsi.

“Através da inovação e da pesquisa científica, podemos conseguir saltos na nossa produção agrícola e no nosso desenvolvimento, podemos implementar um modelo de agricultura mais sustentável. Um dos nossos principais indicadores de performance é reduzir o desperdício agrícola em 50% até 2030. Outro é adotar práticas mais inteligentes em termos de clima em 30% das nossas fazendas”, afirmou.

Com um trabalho voltado principalmente para fornecer comida a pessoas afetadas por crises, entre elas, desastres climáticos, o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) conta com o uso de dados e previsões climáticas para atuar em um futuro de eventos climáticos extremos mais frequentes.

“Em colaboração com a Organização Meteorológica Mundial, a Agência Espacial Europeia, a Nasa, Google e outros, nós usamos dados para prever quando haverá algum clima extremo, como secas ou enchentes, e agir antes que isso aconteça”, afirma Virginia Arribas, vice-diretora de Parcerias Privadas da WFP.

A N4G reúne representantes de governos, empresas e sociedade civil, de quatro em quatro anos, e é organizada desde 2013 por países que foram anfitriões das olimpíadas. A exceção foi o Brasil, já que a cúpula de 2017 foi em Milão. Entre os principais objetivos estão garantir compromissos políticos e financeiros do setor público, privado, de entidades filantrópicas, de organismos internacionais e de organizações não governamentais.

 

*O repórter viajou a convite da Embaixada da França em Brasília.

 

3 min read


Logo Agência Brasil

A grande final do Campeonato Paulista terá transmissão ao vivo na Rádio Nacional nesta quinta-feira (27). A jornada esportiva da emissora pública para o jogo entre Corinthians e Palmeiras começa às 21h15. 

O jogo no estádio Neo Química está marcado para às 21h30. A partida é atração para toda a rede, exceto Brasília, que segue com a programação normal.

Notícias relacionadas:

O clássico tem narração de André Luiz Mendes e comentários de Rodrigo Ricardo na faixa Show de Bola Nacional. As reportagens sobre o Derby Paulista são de Rodrigo Campos, que acompanha o Timão, e Bruno Mendes, com as notícias do Verdão. Já José Roberto Cerqueira lidera o plantão da informação.  

O ouvinte pode curtir a decisão pelo dial, no app Rádios EBC e por streaming no site da emissora.

Decisão

Depois da vitória do Corinthians por 1 x 0 sobre o Palmeiras no confronto de ida, como visitante, no Allianz Parque, em 16 de março, o time alvinegro está em vantagem para levantar a taça. O centroavante Yuri Alberto balançou as redes no segundo tempo da disputa e converteu o gol único do duelo.

O triunfo na casa do rival permite que o Corinthians conquiste a competição com um empate. Para levar o troféu, o Palmeiras precisa ganhar por dois ou mais gols. A vitória do alviverde por apenas um gol de diferença leva a definição do vencedor do Paulistão para as cobranças de pênaltis.

As quatro grandes equipes do estado disputaram as semifinais do campeonato. Para chegar à final, o Corinthians superou o Santos por 2 x 1 nas semifinais em jogo eliminatório. Já o Palmeiras passou pelo São Paulo por 1 x 0.

Cobertura esportiva da Nacional

O futebol é um dos destaques da programação da Rádio Nacional, emissora pública referência em transmissões de partidas no país há décadas. Os jogos das principais competições e as notícias mais importantes têm espaço nas jornadas esportivas diárias.

A Nacional apresenta, ao vivo, vários duelos de diversos campeonatos. Os torcedores podem acompanhar as disputas pelo rádio, site ou streaming. 

Antes e depois dos confrontos, o ouvinte se informa sobre a preparação das equipes e a repercussão do placar nas ondas da Nacional. 

A análise sobre os resultados da rodada ainda ganha janela diária para debate em produções consagradas no radiojornalismo esportivo. O tradicional programa No Mundo da Bola tem edições de segunda a sexta, ao vivo, às 18h, com 30 minutos.

Durante a programação da emissora pública, as atrações também trazem a participação do time de esportes com informações atualizadas. A ideia é oferecer ao público noticiário preciso, conteúdo relevante, comentários embasados e opinião fundamentada sobre o que acontece de mais recente no futebol do país e no exterior.

3 min read


Logo Agência Brasil

Os jornais mais influentes do mundo repercutiram o julgamento que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado e várias publicações relembraram o passado ditatorial do Brasil.

O New York Times (NYT), dos Estados Unidos (EUA), disse que a investigação revelou que o Brasil chegou perto de voltar à ditadura e o francês Le Figaro destacou que a decisão é histórica para um país ainda “assombrado pela memória da ditadura militar (1964-1985)”.  

Notícias relacionadas:

O NYT escreveu que “a investigação revelou o quão perto o Brasil chegou de retornar a uma ditadura militar quase quatro décadas depois de sua história como uma democracia moderna” e que “Bolsonaro também parece estar apostando no apoio do Sr. Trump”.

Já o jornal ligado ao mercado financeiro de Wall Street, o The Wall Street Journal, destacou que o julgamento desferiu “um golpe em um dos aliados mais próximos do presidente Trump na América Latina” 

O The Washington Post, principal jornal da capital dos EUA, destacou que a acusação afirma que os investigados “buscavam manter Bolsonaro no poder ‘a todo custo’, em um esquema de várias etapas que se acelerou depois que o político de extrema direita perdeu para o atual presidente”.

O jornal de Washington lembrou ainda que Bolsonaro era conhecido por “expressar nostalgia pela ditadura passada do país, desafiou abertamente o sistema judicial do Brasil durante seu mandato de 2019-2022”. 

Além disso, a publicação citou que Bolsonaro tem apelado à mobilização de apoiadores e ao projeto de lei da anistia no Congresso Nacional para tentar escapar da condenação.

>> Confira as acusações que levaram o Supremo a tornar Bolsonaro réu

América Latina
 


Brasília (DF) 26/03/2025 - O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados pela trama golpista vão se tornar réus na ação.
O caso será julgado pela Primeira Turma da Corte, colegiado formado por cinco dos 11 ministros que compõem o tribunal. 
Foto: Antonio Augusto/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados pela trama golpista. Foto: Antonio Augusto/STF

O jornal argentino Clarín também deu destaque ao julgamento que tornou Bolsonaro réu nessa quarta-feira (26).

“O juiz Alexandre de Moraes, responsável pelo caso do Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro e inimigo declarado do ex-presidente, foi o primeiro a votar a favor da abertura de um processo criminal, e um segundo juiz acompanhou seu voto”, disse o Clarín.

O mexicano El Universal fez uma reportagem para repercutir a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o julgamento, destacando ainda os argumentos de Moraes e do Bolsonaro sobre a trama golpista.

“O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou Jair Bolsonaro o primeiro ex-presidente a ser julgado por tentativa de golpe de Estado desde o retorno da democracia”, disse o El Universal

“Durante seu discurso, o juiz mostrou imagens dos eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando uma horda de apoiadores do líder de extrema direita destruiu as três sedes dos Poderes”, disse a publicação mexicana. 

Europa

O tradicional jornal inglês The Guardian destacou que a decisão que tornou Bolsonaro réu “deixa o populista de extrema direita, que governou o Brasil de 2019 até o final de 2022, enfrentando o esquecimento político e uma possível pena de prisão de mais de 40 anos”. 

Ainda segundo o Guardian, “enquanto muitos no Brasil se regozijam com a queda prevista do ex-presidente, outros temem quem pode seguir seus passos de extrema direita”. 

O jornal espanhol El País disse que não é incomum que um ex-presidente seja julgado criminalmente no Brasil, “o que é inédito é que ele será levado a julgamento por um golpe”. 

Um dos principais periódicos da França – o Le Figaro – destacou que a condenação “minaria as ambições de retornar ao poder” de Bolsonaro.  

“A decisão é histórica em um país ainda assombrado pela memória da ditadura militar (1964-1985), recentemente revivida pelo fenomenal filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vencedor do Oscar de melhor filme internacional”, escreveu o Le Figaro.

 

6 min read


Logo Agência Brasil

A imagem era de um tanque que invadia a rua e ficava próximo de atropelar as pessoas. Mas era só uma das tensões do inconsciente. Depois de mais um dos pesadelos, que teve nesta semana, a professora universitária Marta Nehring, de 61 anos, filha do ativista Norberto Nehring torturado e morto pela ditadura em 1970, teve um momento de alívio e esperança. Ela acordou mais tranquila.


Brasília (DF), 26/03/2025 - Marta Nehring. Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça protocolam pedido de Anistia Coletiva em Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil

 Professora universitária Marta Nehring faz parte do grupo filhos e netos por Memória, Verdade e Justiça protocolam pedido de Anistia Coletiva em Brasília Foto: José Cruz/Agência Brasil

Ela e outras familiares de vítimas da ditadura no Brasil entregaram, nesta quarta (26), à Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) um “pedido de anistia coletiva” para filhos, netos, sobrinhos e enteados de perseguidos políticos do regime de exceção que foi de 1964 a 1985.

Notícias relacionadas:

As mulheres do “Coletivo Filhos(as) e Netos(as) por Memória, Verdade e Justiça” buscam um pedido oficial de desculpas do Estado brasileiro e o reconhecimento de que o período dos governos dos militares gerou vítimas ao longo de gerações. A anistia coletiva parte de um compromisso constitucional de reparação integral às vítimas de graves violações de direitos humanos.

No caso de Marta, que perdeu o pai aos seis anos de idade, ela ouviu a história falsa de que Norberto teria se suicidado em um hotel no dia 24 de abril de 1970.  Norberto, na verdade, foi assassinado aos 29 anos de idade, conforme foi concluído depois de investigações.

“O corpo dele foi enterrado com um nome falso no cemitério de Vila Formosa (em São Paulo) . Foi montada uma farsa de suicídio”. Foi somente na década de 1990 que a família conseguiu a retificação do atestado de óbito.

Na memória de Marta, as lembranças de um percurso atribulado na infância, as perseguições e invasões policiais, inclusive durante o período de exílio com a mãe (a socióloga Maria Pacheco Morais), que ficou viúva aos 27 anos de idade. Foi na França, somente depois de três meses da morte de Norberto, que a família foi avisada da morte e houve a chamada para reconhecer o corpo.

Educação

A presidente da comissão de anistia do MDHC, a procuradora federal Ana Maria de Oliveira, considerou o pedido bastante apropriado para fazer justiça à história. “Este é um momento significativo e que nós precisamos trabalhar para que mais coletivos venham a propor as suas anistias”, disse. 


Brasília (DF), 26/03/2025 - Ana Maria Lima de Oliveira Presidente da Comissão de Anistia, durante evento que o coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça protocolam pedido de Anistia Coletiva em Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Ana Maria Lima de Oliveira, Presidente da Comissão de Anistia, durante evento que o coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça protocolam pedido de Anistia Coletiva em Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Ela acrescentou que representantes da comissão pedirão que o Ministério da Educação fortaleça os currículos escolares para formar os professores que possam contar a história da ditadura para esta geração e as futuras. A presidente da comissão entende que houve sensibilização do país com o filme Ainda estou aqui, de Walter Salles, que conta a história do casal Eunice e Rubens Paiva.

 

Além do momento do filme, ela entende que os julgamentos no Supremo Tribunal Federal (de crimes de tentativa de golpe de Estado e outras violações, como as que ocorreram em 8 de janeiro de 2023) ajudam a compreender o risco à democracia que o País enfrentou.

Demandas

O defensor público federal Bruno Arruda explica que a demanda por reparação por parte de familiares das vítimas da ditadura consiste de um especial simbolismo. Ele diz que os movimentos têm protagonismo nos relatos do que ocorreu com cada família.

“Envolve uma questão de memória muito pessoal terapêutica. Entre as demandas dos grupos, há a requisição das clínicas do testemunho”. Essas clínicas são voltadas para atender familiares de vítimas em uma estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de oferecer atendimento psicoterapêutico especializado para essas pessoas.

Entre as integrantes do coletivo, a professora Camila Tolosa Bianchi, filha do líder sindical Aderbal Bianchi (que morreu no ano passado) e da também professora Marta Raimundo dos Santos (falecida em 2019) tem a luta pela memória e visibilidade do que a família passou em prisões. Camila exemplifica que a mãe foi presa e duramente torturada.

“Na tortura que ela sofreu, usaram a minha irmã Cíntia, que era bebê de seis meses de vida. Eu recém-nascida em 74, quase fui para a adoção porque minha mãe foi presa”. A família viveu exilada na Argentina na clandestinidade por 10 anos. O pai dela, Aderbal, teve a prisão decretada em maio de 1964.

 

Simbolismo

Mesmo no exílio, a família foi perseguida pela Operação Condor, que era uma espécie de acordo das ditaduras sul-americanas de perseguir dissidentes políticos ainda que vivessem no estrangeiro. “Nós entendemos que o Estado brasileiro nos deve um pedido de perdão. Sabemos que esse pedido de perdão é simbólico, mas ele é fundamental”, acrescentou.

 

O grupo ainda estuda as medidas de reparação. “Nós imaginamos que nenhuma escola brasileira deve levar o nome de um estuprador, de um assassino, de um torturador”. Outro pedido é que o judiciário priorize o julgamento dos processos que são conexos aos crimes cometidos pela ditadura no Brasil. 

“Pedimos também que o Brasil abra os arquivos da Operação Condor e que faça, junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, um pedido de perdão com todos os estados signatários dessa operação que foi sanguinária”. Os algozes dos pais de Camila Bianchi nunca foram identificados. 

“Ele nunca mais foi o mesmo” No caso da psicóloga e professora Kênia Soares, de 52 anos, ela viu a família inteira ser perseguida depois que a prima participou de um plano de sequestro com motivações políticas durante a ditadura.


Brasília (DF), 26/03/2025 - Kenia Soares Maia. Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça protocolam pedido de Anistia Coletiva em Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Kenia Soares Maia, filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça protocolam pedido de Anistia Coletiva em Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O pai, Vital Cardoso, que não tinha qualquer relação com a ação, foi preso e torturado por dois meses, no ano de 1970. Depois de libertado, ele nunca mais foi o mesmo, tamanho o trauma.   

“Depois da prisão, nunca mais conseguiu se reorganizar na vida. Abandonou o curso universitário e as artes, campo que era vocacionado”. O pai morreu como gerente de uma ótica localizada no subúrbio do Rio de Janeiro, aos 42 anos, de infarto. “Meu pai não morreu na prisão. Mas eu posso afirmar que esses porões dessa tortura prejudicaram gravemente a saúde dele no auge da sua juventude”. 

Hoje, Kênia, que faz parte do coletivo, entende que esse trauma precisa ser melhor acolhido por políticas públicas no Brasil. Por isso, ela busca adesões pela recriação da “Clínica de Testemunhos” em todo o país para atender as gerações que sentem, até hoje, as dores de tantas violações, conforme explica. Se não tratadas, as dores não são superadas, e ressurgem como se fossem no presente, como se fossem na própria pele. 

 

 

Copyright © Real Radeio Tv Brasil - 2009 a 2025 - All rights reserved 2009 - 2025 - | MoreNews by AF themes.