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A prévia da inflação oficial de março, apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 0,64%. O resultado foi pressionado principalmente pelo preço do grupo alimentos e bebidas. No acumulado de 12 meses, o índice soma 5,26%, acima da meta do governo, que tolera no máximo 4,5%.  

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) . Apesar da alta em março, o resultado mostra desaceleração ante fevereiro, quando o IPCA-15 marcou 1,23%. Em março do ano passado, o índice apontava 0,36%.

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Os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE registraram aumento médio de preços em março. O de alimentos e bebidas teve alta de 1,09%, o que representa o maior impacto no IPCA-15: elevação de 0,24 ponto percentual (p.p.). Em fevereiro essa variação tinha sido de 0,61%.

Especificamente a alimentação no domicílio subiu de 0,63% em fevereiro para 1,25% em março. Já a alimentação fora de casa acelerou de 0,56% para 0,66%.

Veja os subitens alimentícios que mais pressionaram o IPCA-15 em março:

  • ovo de galinha: 19,44% | impacto: 0,05 p.p.
  • café moído: 8,53% | impacto: 0,05 p.p.
  • tomate: 12,57% | impacto: 0,03 p.p.
  • refeição: 0,62% | impacto: 0,02 p.p.
  • mamão: 15,19% | impacto: 0,02 p.p.

A inflação dos alimentos é uma das principais preocupações atuais do governo, que tomou medidas para conter aumentos, como a redução de imposto de importação de itens como o café. 

Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) nesta semana, a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Simone Tebet, disse esperar recuo dos preços nos próximos 60 dias.

Transportes

O segundo grupo que mais pressionou a prévia da inflação foi o de transportes, que pulou de 0,44% em fevereiro para 0,92% em março. Isso representa impacto de 0,19 p.p. Alimentos e transportes representaram juntos cerca de dois terços da alta do IPCA-15.

A principal elevação veio dos combustíveis (1,88%), com alta nos preços do óleo diesel (2,77%), do etanol (2,17%), da gasolina (1,83%) e do gás veicular (0,08%).

Como a gasolina é o produto com mais peso na cesta de consumo dos brasileiros, a variação de 1,83% representou também o subitem (produto) com maior impacto individual em todo IPCA-15 (0,10 p.p.).

Habitação e educação, que tinham subido mais de 4% em fevereiro, desaceleraram em março para 0,37% e 0,07%, respectivamente. No mês anterior, os resultados foram inflados pelo fim do desconto na conta de luz, proporcionado pelo Bônus Itaipu e reajuste de mensalidades.

Veja todos o comportamento de todos os grupos pesquisados:

  • Índice Geral: 0,64%
  • Alimentação e bebidas: 1,09%
  • Habitação: 0,37%
  • Artigos de residência: 0,03%
  • Vestuário: 0,28%
  • Transportes: 0,92%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,35%
  • Despesas pessoais: 0,81%
  • Educação: 0,07%
  • Comunicação: 0,32%

Acumulados

O IBGE divulgou também o IPCA-E, que consiste no acumulado do índice em três meses, que ficou em 1,99%, acima da taxa de 1,46% registrada em igual período de 2024.

O acumulado de 12 meses do IPCA-15 (5,26%) é o maior desde março de 2023, quando alcançava 5,36%. É a primeira vez em 17 meses que a marca supera 5%.

IPCA-15 x IPCA

O IPCA-15 tem basicamente a mesma metodologia do IPCA, a chamada inflação oficial, que serve de base para a política de meta de inflação do governo: 3% em 12 meses, com margem de tolerância de 1,5 p.p. para mais ou para menos.

A diferença está no período de coleta de preços e na abrangência geográfica. Na prévia, a pesquisa e feita e divulgada antes mesmo de acabar o mês de referência. Em relação à divulgação atual, o período de coleta foi de 13 de fevereiro a 17 de março.

Ambos os índices levam em consideração uma cesta de produtos e serviços para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. O IPCA-15 coleta preços em 11 localidades do país (as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.); e o IPCA, 16 localidades (inclui Vitória, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju). O IPCA cheio de março será divulgado em 11 de abril.

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O volume de imóveis nas cidades do país está crescendo mais que a própria população. A constatação é de um estudo publicado, nessa quarta-feira (26), pela WRI Brasil. A pesquisa inédita traz dados sobre a evolução da forma urbana de todo o país entre os anos de 1993 e 2020.

Segundo o gerente de desenvolvimento Urbano da WRI, Henrique Evers, o estudo permite ir além da identificação do crescimento das áreas urbanas, alcançando também o entendimento de como cada cidade cresceu a partir do cruzamento de dados demográficos, de uso do solo e de mapeamento do volume das formas urbanas.

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“A gente a partir desses dados conseguiu categorizar alguns tipos de cidade. Cidades que apresentaram, nesses 30 anos, um crescimento horizontal mais intenso, que a gente chama de cidades em processo de espraiamento intenso. Cidades que ainda tiveram um processo de espraiamento horizontal, mas um pouco mais melhorado. Cidades que estão estáveis e cidades com uma verticalização”, explica.

O estudo considera pequenas cidades as que concentram menos de 500 mil habitantes (143, ou 77% do total), médias aquelas que contabilizam entre 500 mil e 1 milhão de habitantes (totalizando 20 concentrações, 11% do total) e grandes as que contam com mais de 1 milhão de habitantes (22 concentrações, 12% do total).

A partir dessas categorias, os pesquisadores concluíram que as grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre são as que mais cresceram na forma vertical, ocupando menos espaço e concentrando pessoas e oferta de serviços. “Cidades mais compactas facilitam o acesso da população às oportunidades urbanas e podem oferecer padrões de mobilidade mais eficientes, reduzindo o consumo de energia e a emissão de poluentes”, afirma Evers.

Por outro lado, também foram as metrópoles que mais cresceram em volume construído e em ritmo diferente do crescimento demográfico. “As grandes cidades estão num processo de estagnação populacional, em alguns casos até redução. Porém, isso não impediu que as cidades continuassem crescendo na sua forma construída, principalmente verticalmente”, diz o pesquisador.

Especulação imobiliária


Setor da construção civil é um dos maiores produtores de resíduos

Setor da construção civil – Reprodução/ TV Brasil

Além da acomodação otimizada da população, o estudo aponta que o avanço no volume de construções em descompasso com o avanço demográfico também pode ser justificado pela financeirização do espaço urbano, levando à construção de edificações que permanecem vazias para especulação imobiliária.

“O nosso intuito com esse trabalho é oferecer esses dados, essa série temporal de quase 30 anos, para permitir que novos estudos procurem olhar mais para a relação de causalidade e possam estabelecer quais foram, talvez, os direcionadores principais desse fenômeno”, afirma o pesquisador Guilherme Iablonovski, cientista de dados na Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Os dados indicaram ainda que nas cidades médias e pequenas o comportamento foi diferente com crescimento predominantemente de forma horizontal. São cidades como Campo Grande, Cuiabá, Natal, Manaus, Palmas e Teresina onde a urbanização ocorreu de forma mais dispersa.

De acordo com os pesquisadores, com a compreensão da forma como os centros urbanos brasileiros crescem é possível pensar políticas urbanas que otimizem a ocupação das cidades permitindo um acesso adequado à terra, oportunidades, serviços públicos e moradia, consumindo o mínimo de recursos necessários, causando menos impacto ambiental e climático.

“Existe uma relação direta sobre a dinâmica de expansão urbana e as questões climáticas, tanto na agenda de mitigação, de reduzir as emissões dos gases do efeito estufa, quanto na agenda de adaptação para cidades mais eficientes”, conclui Evers.

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As versões preliminares do gabarito da prova objetiva da primeira etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) de 2025 estão disponíveis na página do participante no Sistema Revalida no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

A instituição responsável pela aplicação das provas também publicou o padrão de resposta da prova discursiva, aplicada no último domingo (23).

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Para visualizar os gabaritos, os candidatos devem acessar obrigatoriamente a conta Gov.br, com Cadastro de Pessoa Física (CPF) e senha cadastrados.

A prova teórica tem 100 questões de múltipla escolha. Os participantes que discordarem das respostas preliminares divulgadas no gabarito têm até 1º de abril para interpor recursos.

O Inep divulgará os resultados definitivos da prova objetiva e os provisórios da discursiva em 9 de maio. O resultado final da 1ª etapa será publicado no dia 3 de junho.

A participação na segunda etapa, com as provas práticas, depende da aprovação na primeira.

Edição de 2025

A primeira etapa do Revalida 2025/1 contou com a participação de 93,63% dos 17.778 inscritos no exame, no domingo (23),

O Inep aplicou as provas em 11 capitais: Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Revalida

O Revalida avalia profissionais formados em medicina fora do Brasil que querem exercer a profissão em território nacional. O objetivo do exame é garantir a qualidade do atendimento médico prestado no Brasil, tanto por estrangeiros como por brasileiros que estudaram medicina no exterior.

Desde 2011, o Inep aplica o exame que autoriza aos aprovados obter o diploma revalidado no Brasil. A revalidação é de responsabilidade das universidades públicas do Brasil que aderiram ao exame.

Anualmente, as provas são divididas em duas etapas (teórica e prática), que abordam, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, e medicina da família e comunidade (saúde coletiva).

A segunda e última etapa, a da prova prática, avaliará as habilidades clínicas em cenários de prática profissional, como atendimento de atenção primária, ambulatorial, internação hospitalar, pronto-socorro para casos de urgência e emergência, além da medicina comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina, nas normas e na legislação profissional.

Para mais informações sobre o Revalida, o Inep tem o site.

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O Banco Central (BC) reduziu a estimativa de crescimento do país de 2,1% para 1,9% em 2025. Dado sobre a projeção do Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) consta do relatório de política monetária do primeiro trimestre, divulgado pela autoridade monetária nesta quinta-feira (27). Segundo o BC, a projeção de inflação para o ano cai para 5,01%, ainda fora do intervalo da meta.

“O PIB cresceu fortemente em 2024, 3,4%, mas desacelerou mais que o esperado no quarto trimestre, ao crescer 0,2%. A desaceleração foi mais nítida nos setores mais sensíveis ao ciclo econômico, no consumo das famílias e na formação bruta de capital fixo. Nesse contexto, a projeção para o crescimento do PIB em 2025 foi revisada para baixo, de 2,1% para 1,9%, com maior redução na expectativa dos componentes mais cíclicos”, diz o relatório.

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Na avaliação do BC, a economia aquecida favorece a alta da inflação, dificultando a convergência para a meta. A inflação acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou de 4,87% em novembro para 5,06% em fevereiro.

A meta definida pelo Comitê de política Monetária (Copom) do BC é de 3%, podendo varia 1,5% para mais ou menos. O documento diz que as projeções de inflação se mantiveram acima da meta, tornando a “convergência para a meta desafiadora”.

“Nas projeções do cenário de referência, a inflação continua acima do limite do intervalo de tolerância ao longo de 2025, começando a cair a partir do quarto trimestre, mas ainda permanecendo acima da meta. Nesse cenário, a inflação acumulada em quatro trimestres fica na faixa de 5,5%-5,6% nos três primeiros trimestres de 2025, cai para 5,1% no final do ano, 3,7% em 2026 e 3,1% no último período considerado, referente ao terceiro trimestre de 2027”, afirma o BC.

O documento diz ainda que a projeção de inflação para 2025 aumentou 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao relatório anterior, especialmente nas projeções relacionadas aos preços livres. Em relação aos preços administrados, a projeção é de redução.

“Os efeitos dos aumentos das expectativas de inflação e da inércia decorrente das surpresas inflacionárias e da revisão das projeções de curto prazo pressionaram as projeções para cima, enquanto a subida da taxa de juros real, a apreciação cambial e a queda do preço do petróleo contribuíram para baixo”, diz o relatório.

O documento aponta ainda que o cenário externo permanece desafiador e segue exigindo cautela por parte de países emergentes.

Na avaliação da autoridade monetária, a conjuntura e a política econômica nos Estados Unidos, em particular a incerteza acerca da sua política comercial, colocam mais dúvidas sobre os ritmos de desaceleração da atividade econômica e da desinflação, com impactos na postura do Banco Central norte-americano, o Fed, e no ritmo de crescimento dos demais países.

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Se estivesse vivo, Renato Russo, músico que, para muitos, é considerado o maior poeta do rock brasileiro, completaria nesta quinta-feira (27) 65 anos. 

Sua morte precoce em 1996, aos 36 anos, encerrou um legado artístico que certamente seria ainda maior, caso ele não tivesse sido mais uma, entre as tantas vítimas da aids naqueles anos.

Notícias relacionadas:

Aproveitando a data de hoje, tão importante para os fãs do artista quanto para a cena musical brasileira, a Agência Brasil conversou com algumas pessoas que conviveram com Renato Russo, na expectativa de imaginar como ele estaria e o que estaria fazendo aos 65 anos, caso estivesse vivo.

“Meu irmão já teria largado a música”

Uma pista sobre como estaria Renato Russo, caso estivesse presente neste aniversário, é dada pela própria irmã do músico, Carmen Teresa.

“Na minha opinião, acho que ele já teria largado a música há muito tempo. Acho que ele estaria fazendo outra coisa”, disse à Agência Brasil a irmã de Renato Russo.

“[Renato] já vinha se sentindo cansado desse sistema mercadológico todo; da pressão dos contratos; dos shows, das turnês e do palco, onde ele sentia um certo desconforto de estar porque tinha medo, apesar de, depois, quando começava o show, ele realmente se sentir bem”.


Brasília (DF), 26/03/2025 - Espaço Cultural Renato Russo.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Músico dá nome a centro cultural em Brasília – Joédson Alves/Agência Brasil

Novos Horizontes

Amigo de longa data de Renato Manfredini Júnior, nome que consta da certidão de nascimento de Renato Russo, Marcelo Beré, integrante do premiado Circo Teatro Udi Grudi, diz acreditar que, do ponto de vista profissional, o poeta roqueiro teria ampliado seus horizontes para outras áreas, caso ainda estivesse vivo. Em especial, para a literatura e o cinema.

“Renato escrevia compulsiva e compulsoriamente, uma vez que o terapeuta dele o instruiu a escrever pelo menos uma página por dia em seu diário. Ele, no entanto, escrevia bem mais do que isso, e dizia que tinha a intenção de fazer um livro.”

Em tom de brincadeira, Beré chega a dizer que “certamente o Renato estaria entre os candidatos à Academia Brasileira de Letras ou algo do tipo”, caso tivesse dado continuidade à ideia de se tornar escritor. “Não tenho dúvida de que ele estaria fazendo algo relacionado à escrita”, disse.

“Nas últimas oportunidades em que conversamos, ele falava também sobre sua vontade de escrever para o cinema, o que é muito curioso, já que algumas de suas músicas acabaram virando filme”, lembrou.

Festivais de cinema

Assim como Beré, Eduardo Paraná, o primeiro guitarrista da Legião Urbana, imagina que Renato poderia estar hoje envolvido com literatura e cinema. Eduardo Paraná,  que atualmente adota o nome artístico de Kadu Lambach, acha que, aos 65 anos, o amigo estaria bem recluso em sua casa e em seu universo, lendo e interpretando esse mundo em que a gente vive. 

“Estaria ligado em algumas tecnologias. Ele ia ficar ali bem quietinho, participando escondido das redes sociais. Certamente, interpretando o mundo e traduzindo ele em músicas e em cinema”, diz o parceiro musical de Renato Russo.

Autor do livro Música Urbana: O Início de uma Legião, com o jornalista André Molina, Kadu Lambach diz que o vínculo de Renato com o cinema era antigo.

“Ele sempre estava ligado nos festivais de cinema da cidade”, lembra o músico, ao citar festivais como os promovidos em Brasília pela Caixa Econômica Federal, pela Cultura Inglesa, onde Renato chegou a dar aula, e por embaixadas como as da Índia, da Alemanha, da Espanha e da antiga União Soviética.

Cineasta de mãos cheias


Rio de Janeiro (RJ), 26/07/2023 - Prédio onde viveu Renato Russo se torna Patrimônio Cultural Carioca. Imóvel na Rua Nascimento Silva, em Ipanema, foi capa do primeiro álbum solo do cantor e recebeu placa azul do Circuito da Música. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

Prédio onde viveu Renato Russo é Patrimônio Cultural Carioca. Imóvel na Rua Nascimento Silva, em Ipanema, foi capa do primeiro álbum solo do cantor e recebeu placa azul do Circuito da Música – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Segundo Lambach, Renato fazia isso porque se incomodava em ver as pessoas da turma, muitas delas mais novas do que ele, sem ter o que fazer, em uma cidade que, na época, de fato, não tinha muitas alternativas culturais.

“Realmente acredito que, caso o Renato ainda estivesse vivo, certamente estaria vinculado e focado no cinema. A meu ver, ele teria se tornado um cineasta de mão cheia. Um roteirista maravilhoso Não tenho dúvida sobre isso. Usaria da sétima arte para transformar muitas histórias em filmes maravilhosos.”

O músico também não duvida de que Renato Russo estaria, de alguma forma, atuando na área jornalística. “Talvez escrevendo artigos, ensaios de teatro e de cinema, e, talvez, na escrita literária. Provavelmente até mais do que na música”, concluiu.

Antifascista

Marcelo Beré diz ter certeza de que Renato teria um posicionamento muito claro com relação ao atual cenário político brasileiro. “Ele era um cara extremamente antifascista, até o último fio de cabelo e até a última célula de seu corpo. Era radicalmente contra qualquer tipo de autoritarismo e extremamente libertário, com princípios democráticos muito claros”, disse Beré à Agência Brasil.

“Com toda certeza, ele estaria do lado das pessoas que querem ver o [ex-presidente] Bolsonaro preso; que querem democracia no país; que querem ver as coisas esclarecidas. E jamais apoiaria anistia para golpistas”, acrescentou.

A afirmação do artista circense tem por base diversas situações pelas quais passou junto com Renato. Algumas situações envolviam conflitos com os chamados skinheads, grupos de carecas nacionalistas de extrema direita, simpatizantes do fascismo, que, na época, disputavam espaços com os punks da capital federal.

“Certa vez, quando estava a caminho da minha casa, Renato foi agredido por um grupo de skinheads fascistas na 504 Sul [quadra localizada no Plano Piloto, em Brasília]. O bando partiu para cima dele e de alguns amigos. Renato chegou lá em casa pálido, chorando e muito emocionado, revoltado com a violência desses grupos”, lembrou Beré.

Extremamente humanista

Outra pessoa que se considera privilegiada por ter convivido com Renato Russo é Militão Ricardo, professor universitário, jornalista e integrante de bandas brasilienses durante os anos 80.

“Não imagino que, se ainda estivesse vivo, o Renato fosse se deixar encantar por jargões e histórias de correntes ideológicas e populistas que vemos no atual cenário político do país, tanto da direita quanto da esquerda. Ele tinha uma visão extremamente humanista e não se deixava levar por coisas rasas”, diz o professor de Produção Multimídia do UniSenac, no Rio Grande do Sul.

Militão conheceu Renato em 1981, durante a Expoarte, evento artístico organizado pelos alunos da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília (UnB). “A partir dali, começamos a nos encontrar principalmente em shows e bares. A gente gostava muito de conversar, porque, a exemplo dele, eu também fazia jornalismo e era muito interessado em história do rock”, lembra Militão.

Foram muitas trocas e empréstimos de livros e discos entre os dois amigos. “Conversávamos muito sobre a indústria fonográfica. Ele já tinha uma visão [aprofundada] do que era a indústria do disco, da importância que TV, rádio, jornais e a imprensa tinham”, recorda o professor universitário.

“Era muito legal conversar com ele porque era um cara muito culto e inteligente, com muito estudo. Lembro de vê-lo, em uma festa na UnB, conversando em inglês, com um cara, sobre filosofia grega. Saí até de perto, porque eu não conseguia acompanhar, apesar de até falar inglês”, lembra Militão.


Renato Russo

Ensaio da banda Legião Urbana, em Brasília – Ricardo Junqueira/Direitos reservados

Pensamento crítico

Tendo por base não só o lado social, mas também o convívio familiar e a personalidade de Renato, Militão diz acreditar que, se estivesse vivo, Renato apresentaria “visões que surpreenderiam muita gente” no contexto atual.

“Ele tinha um pensamento muito crítico, enxergando defeitos e virtudes não de dois, mas de todos os lados. Não era um cara dicotômico. Para ele, isso não era suficiente para explicar o mundo. Seu lastro intelectual não lhe permitia ficar no superficial das coisas. Por isso, acho que se estivesse vivo hoje, aos 65 anos, com a maturidade que a idade teria trazido,  seria um cara mais sereno, oferecendo visões e colocações muito agudas.”


O Centro Cultural Renato Russo é um dos pontos da Rota do Rock.

O Centro Cultural Renato Russo é um dos pontos da Rota do Rock – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Irmã corrobora amigos

Em termos gerais, as projeções apresentadas pelos amigos de Renato Russo à Agência Brasil – sobre novos desafios que Renato estaria encarando do ponto de vista profissional, caso estivesse vivo – são as mesmas imaginadas pela irmã do artista.

“Acho que seria a época de ele fazer cinema, que era uma coisa que ele adorava. Renato era um cinéfilo. Um amante do cinema. Entendia muitíssimo dessa arte. E, quando chegasse aos 75 ou 80 anos – talvez até um pouco antes –, ele iria para escrita. Seria um escritor”, confirma Carmem Teresa.

<< Saiba mais: 25 anos sem Renato Russo, o poeta do rock brasileiro

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Se estivesse vivo, Renato Russo, músico que, para muitos, é considerado o maior poeta do rock brasileiro, completaria nesta quinta-feira (27) 65 anos. 

Sua morte precoce em 1996, aos 36 anos, encerrou um legado artístico que certamente seria ainda maior, caso ele não tivesse sido mais uma, entre as tantas vítimas da aids naqueles anos.

Notícias relacionadas:

Aproveitando a data de hoje, tão importante para os fãs do artista quanto para a cena musical brasileira, a Agência Brasil conversou com algumas pessoas que conviveram com Renato Russo, na expectativa de imaginar como ele estaria e o que estaria fazendo aos 65 anos, caso estivesse vivo.

“Meu irmão já teria largado a música”

Uma pista sobre como estaria Renato Russo, caso estivesse presente neste aniversário, é dada pela própria irmã do músico, Carmen Teresa.

“Na minha opinião, acho que ele já teria largado a música há muito tempo. Acho que ele estaria fazendo outra coisa”, disse à Agência Brasil a irmã de Renato Russo.

“[Renato] já vinha se sentindo cansado desse sistema mercadológico todo; da pressão dos contratos; dos shows, das turnês e do palco, onde ele sentia um certo desconforto de estar porque tinha medo, apesar de, depois, quando começava o show, ele realmente se sentir bem”.


Brasília (DF), 26/03/2025 - Espaço Cultural Renato Russo.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Músico dá nome a centro cultural em Brasília – Joédson Alves/Agência Brasil

Novos Horizontes

Amigo de longa data de Renato Manfredini Júnior, nome que consta da certidão de nascimento de Renato Russo, Marcelo Beré, integrante do premiado Circo Teatro Udi Grudi, diz acreditar que, do ponto de vista profissional, o poeta roqueiro teria ampliado seus horizontes para outras áreas, caso ainda estivesse vivo. Em especial, para a literatura e o cinema.

“Renato escrevia compulsiva e compulsoriamente, uma vez que o terapeuta dele o instruiu a escrever pelo menos uma página por dia em seu diário. Ele, no entanto, escrevia bem mais do que isso, e dizia que tinha a intenção de fazer um livro.”

Em tom de brincadeira, Beré chega a dizer que “certamente o Renato estaria entre os candidatos à Academia Brasileira de Letras ou algo do tipo”, caso tivesse dado continuidade à ideia de se tornar escritor. “Não tenho dúvida de que ele estaria fazendo algo relacionado à escrita”, disse.

“Nas últimas oportunidades em que conversamos, ele falava também sobre sua vontade de escrever para o cinema, o que é muito curioso, já que algumas de suas músicas acabaram virando filme”, lembrou.

Festivais de cinema

Assim como Beré, Eduardo Paraná, o primeiro guitarrista da Legião Urbana, imagina que Renato poderia estar hoje envolvido com literatura e cinema. Eduardo Paraná,  que atualmente adota o nome artístico de Kadu Lambach, acha que, aos 65 anos, o amigo estaria bem recluso em sua casa e em seu universo, lendo e interpretando esse mundo em que a gente vive. 

“Estaria ligado em algumas tecnologias. Ele ia ficar ali bem quietinho, participando escondido das redes sociais. Certamente, interpretando o mundo e traduzindo ele em músicas e em cinema”, diz o parceiro musical de Renato Russo.

Autor do livro Música Urbana: O Início de uma Legião, com o jornalista André Molina, Kadu Lambach diz que o vínculo de Renato com o cinema era antigo.

“Ele sempre estava ligado nos festivais de cinema da cidade”, lembra o músico, ao citar festivais como os promovidos em Brasília pela Caixa Econômica Federal, pela Cultura Inglesa, onde Renato chegou a dar aula, e por embaixadas como as da Índia, da Alemanha, da Espanha e da antiga União Soviética.

Cineasta de mãos cheias


Rio de Janeiro (RJ), 26/07/2023 - Prédio onde viveu Renato Russo se torna Patrimônio Cultural Carioca. Imóvel na Rua Nascimento Silva, em Ipanema, foi capa do primeiro álbum solo do cantor e recebeu placa azul do Circuito da Música. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

Prédio onde viveu Renato Russo é Patrimônio Cultural Carioca. Imóvel na Rua Nascimento Silva, em Ipanema, foi capa do primeiro álbum solo do cantor e recebeu placa azul do Circuito da Música – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Segundo Lambach, Renato fazia isso porque se incomodava em ver as pessoas da turma, muitas delas mais novas do que ele, sem ter o que fazer, em uma cidade que, na época, de fato, não tinha muitas alternativas culturais.

“Realmente acredito que, caso o Renato ainda estivesse vivo, certamente estaria vinculado e focado no cinema. A meu ver, ele teria se tornado um cineasta de mão cheia. Um roteirista maravilhoso Não tenho dúvida sobre isso. Usaria da sétima arte para transformar muitas histórias em filmes maravilhosos.”

O músico também não duvida de que Renato Russo estaria, de alguma forma, atuando na área jornalística. “Talvez escrevendo artigos, ensaios de teatro e de cinema, e, talvez, na escrita literária. Provavelmente até mais do que na música”, concluiu.

Antifascista

Marcelo Beré diz ter certeza de que Renato teria um posicionamento muito claro com relação ao atual cenário político brasileiro. “Ele era um cara extremamente antifascista, até o último fio de cabelo e até a última célula de seu corpo. Era radicalmente contra qualquer tipo de autoritarismo e extremamente libertário, com princípios democráticos muito claros”, disse Beré à Agência Brasil.

“Com toda certeza, ele estaria do lado das pessoas que querem ver o [ex-presidente] Bolsonaro preso; que querem democracia no país; que querem ver as coisas esclarecidas. E jamais apoiaria anistia para golpistas”, acrescentou.

A afirmação do artista circense tem por base diversas situações pelas quais passou junto com Renato. Algumas situações envolviam conflitos com os chamados skinheads, grupos de carecas nacionalistas de extrema direita, simpatizantes do fascismo, que, na época, disputavam espaços com os punks da capital federal.

“Certa vez, quando estava a caminho da minha casa, Renato foi agredido por um grupo de skinheads fascistas na 504 Sul [quadra localizada no Plano Piloto, em Brasília]. O bando partiu para cima dele e de alguns amigos. Renato chegou lá em casa pálido, chorando e muito emocionado, revoltado com a violência desses grupos”, lembrou Beré.

Extremamente humanista

Outra pessoa que se considera privilegiada por ter convivido com Renato Russo é Militão Ricardo, professor universitário, jornalista e integrante de bandas brasilienses durante os anos 80.

“Não imagino que, se ainda estivesse vivo, o Renato fosse se deixar encantar por jargões e histórias de correntes ideológicas e populistas que vemos no atual cenário político do país, tanto da direita quanto da esquerda. Ele tinha uma visão extremamente humanista e não se deixava levar por coisas rasas”, diz o professor de Produção Multimídia do UniSenac, no Rio Grande do Sul.

Militão conheceu Renato em 1981, durante a Expoarte, evento artístico organizado pelos alunos da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília (UnB). “A partir dali, começamos a nos encontrar principalmente em shows e bares. A gente gostava muito de conversar, porque, a exemplo dele, eu também fazia jornalismo e era muito interessado em história do rock”, lembra Militão.

Foram muitas trocas e empréstimos de livros e discos entre os dois amigos. “Conversávamos muito sobre a indústria fonográfica. Ele já tinha uma visão [aprofundada] do que era a indústria do disco, da importância que TV, rádio, jornais e a imprensa tinham”, recorda o professor universitário.

“Era muito legal conversar com ele porque era um cara muito culto e inteligente, com muito estudo. Lembro de vê-lo, em uma festa na UnB, conversando em inglês, com um cara, sobre filosofia grega. Saí até de perto, porque eu não conseguia acompanhar, apesar de até falar inglês”, lembra Militão.


Renato Russo

Ensaio da banda Legião Urbana, em Brasília – Ricardo Junqueira/Direitos reservados

Pensamento crítico

Tendo por base não só o lado social, mas também o convívio familiar e a personalidade de Renato, Militão diz acreditar que, se estivesse vivo, Renato apresentaria “visões que surpreenderiam muita gente” no contexto atual.

“Ele tinha um pensamento muito crítico, enxergando defeitos e virtudes não de dois, mas de todos os lados. Não era um cara dicotômico. Para ele, isso não era suficiente para explicar o mundo. Seu lastro intelectual não lhe permitia ficar no superficial das coisas. Por isso, acho que se estivesse vivo hoje, aos 65 anos, com a maturidade que a idade teria trazido,  seria um cara mais sereno, oferecendo visões e colocações muito agudas.”


O Centro Cultural Renato Russo é um dos pontos da Rota do Rock.

O Centro Cultural Renato Russo é um dos pontos da Rota do Rock – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Irmã corrobora amigos

Em termos gerais, as projeções apresentadas pelos amigos de Renato Russo à Agência Brasil – sobre novos desafios que Renato estaria encarando do ponto de vista profissional, caso estivesse vivo – são as mesmas imaginadas pela irmã do artista.

“Acho que seria a época de ele fazer cinema, que era uma coisa que ele adorava. Renato era um cinéfilo. Um amante do cinema. Entendia muitíssimo dessa arte. E, quando chegasse aos 75 ou 80 anos – talvez até um pouco antes –, ele iria para escrita. Seria um escritor”, confirma Carmem Teresa.

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Os policiais militares Rodrigo Correia de Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano vão a júri popular, acusados de provocar a morte da modelo Kathlen Romeu, em 8 de junho de 2021, no Lins de Vasconcelos, bairro da zona norte do Rio.

Os réus foram pronunciados, com base no artigo 413 do Código de Processo Penal, para serem submetidos ao Tribunal do Júri pelo crime de homicídio. A data ainda não foi definida e os réus aguardam o julgamento em liberdade.

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De acordo com a juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal, em sua decisão, os documentos acostados nos autos comprovam a materialidade do crime e o indício da autoria.

“A materialidade está comprovada pelo laudo de necropsia, bem como pelos esquemas de lesões. A autoria, igualmente, restou suficientemente indiciada nos autos, notadamente pela prova técnica produzida na investigação. Nesse sentido, embora a prova oral não tenha se mostrado apta a indicar que o disparo que atingiu a vítima partiu dos acusados, o laudo de reprodução simulada surge suficiente para indiciar a autoria, ao menos para os fins desta decisão.”

>>>Justiça ouve testemunhas da morte de jovem grávida no Rio de Janeiro

Sobre o caso

No dia 8 de junho de 2021, a modelo e design de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos, morreu após ser atingida, no tórax, por um tiro de fuzil. Kathlen estava grávida de 14 semanas e, ao ser atingida, e estava indo visitar a avó materna, que morava na comunidade do Complexo do Lins.

Segundo a acusação do Ministério Público do Rio, os tiros teriam partido dos policiais militares Rodrigo Correia de Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano, que de serviço de patrulhamento teriam entrado na comunidade atirando na direção de um grupo de criminosos.

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Um estudo inédito da Fundação do Câncer divulgado nesta quinta-feira (27) projeta um aumento expressivo de casos de câncer colorretal no Brasil para os próximos anos. Segundo o levantamento, o número de novos casos deve ter um crescimento estimado de 21% entre 2030 e 2040.

>>> Confira a íntegra do estudo

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De acordo com a fundação, o aumento pode ser atribuído ao envelhecimento da população brasileira, à baixa adesão a hábitos saudáveis e, sobretudo, à falta de programas de rastreamento eficazes.

Também chamado de câncer de cólon e reto ou câncer de intestino grosso, o câncer colorretal figura entre os cinco principais tipos de câncer que acometem homens e mulheres em todo o mundo.

A fundação alerta que, atualmente, não existe um protocolo específico no Brasil para rastreamento do câncer colorretal. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, a indicação é que o exame de colonoscopia seja feito a cada dez anos, a partir dos 50 anos de idade, para pacientes assintomáticos.

De acordo com o estudo, a maioria dos casos de câncer colorretal no país será observada entre pessoas com mais de 50 anos, grupo considerado de maior risco. A estimativa é que mais de 88% dos casos em 2040 estarão concentrados nessa faixa etária.

Entenda

O levantamento mostra uma projeção da evolução da doença entre homens e mulheres para 2030-2035-2040, feita com base nos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), nos números de óbitos registrados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e nas projeções populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para os anos de 2030, 2035 e 2040.

As estimativas de casos novos no Brasil indicam um aumento de cerca de 21% entre 2030 e 2040 (de 58.830 para 71.050 casos, respectivamente). As regiões Centro-Oeste (32,7%) e Norte (31,13%) devem registrar os maiores incrementos da doença e o Sudeste, o menor (18%).

Apesar do menor percentual de crescimento em relação à média brasileira, o Sudeste apresenta números absolutos maiores que outras regiões. A projeção é de um crescimento de 32.410 casos em 2030 para 38.210 em 2040.

A incidência da doença, segundo o estudo, é equivalente entre os sexos feminino e masculino, com exceção das regiões Centro-Oeste e Sul, onde os homens apresentam valores levemente superiores aos das mulheres.

Para que essas tendências não se concretizem, a fundação reforça a importância de adaptar estratégias de prevenção e de diagnóstico às realidades locais do país, por meio de ações regionalizadas, permitindo a ampliação de programas de rastreamento, fundamentais para a detecção precoce e, consequentemente, redução da mortalidade.

De acordo com a entidade, a detecção precoce por meio de exames como colonoscopia e pesquisa de sangue oculto nas fezes é fundamental para reduzir a mortalidade causada pela doença.

“No entanto, o rastreamento populacional organizado ainda é um desafio no Brasil, especialmente considerando as dificuldades enfrentadas por países de baixa e média renda”, avaliou a fundação, citando pontos como infraestrutura inadequada dos sistemas de saúde, dificuldade de acesso aos exames e adesão reduzida da população devido à falta de conscientização e ao medo do diagnóstico.

Além da regionalização de políticas públicas e da alocação de recursos de acordo com as necessidades específicas de cada região, a entidade considera fundamental reduzir desigualdades no acesso ao diagnóstico e ao tratamento do câncer colorretal.

Outra estratégia consiste em ações que impactam nos fatores sociais de prevenção à doença, como mudanças no estilo de vida, por meio de práticas saudáveis na alimentação, na atividade física e na redução de fatores de risco, incluindo tabagismo e consumo de carne processada.

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As seis dezenas do concurso 2.845 da Mega-Sena serão sorteadas a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 32 milhões.

Por se tratar de um concurso com final cinco, o prêmio recebe um adicional das arrecadações dos cinco concursos anteriores, conforme regra da modalidade.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

>>Apostas para a Dupla de Páscoa

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

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A partir deste ano, o teste citopatológico para a detecção do HPV, popularmente conhecido como papanicolau, deve ser gradualmente substituído, no Sistema Único de Saúde, pelo exame molecular de DNA-HPV. Com isso, o tempo de intervalo entre as coletas, quando não houver diagnóstico do vírus, passará a ser de cinco anos. Já a faixa-etária para o exame de rastreio, quando não houver sintomas ou suspeita de infecção, permanece a mesma: de 25 a 49 anos.

A mudança faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero, apresentadas nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). O conjunto de orientações já foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde e pela Comissão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (Conitec). Resta apenas a avaliação final da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde para entrar em vigor.

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O papilomavírus humano, ou HPV, é o causador de mais de 99% dos casos de câncer decolo do útero, que é o terceiro mais incidente entre as mulheres brasileiras, com cerca de 17 mil novos casos por ano. Com altas coberturas de vacinação e de exames de rastreio organizado, especialistas acreditam que a doença pode ser erradicada em cerca de 20 anos.

O teste molecular é recomendado como exame primário para detectar o HPV pela Organização Mundial da Saúde desde 2021, porque é mais eficaz para a redução de casos e óbitos, em decorrência da sua maior sensibilidade. Ele também permite identificar o subtipo do vírus, caso o resultado seja positivo, o que oferece uma grande vantagem, já que apenas algumas variantes têm risco de provocar lesões que podem evoluir para câncer.

O pesquisador da Divisão de Detecção Precoce do Inca Itamar Bento explica que essas vantagens permitem um espaçamento maior entre as coletas. 

“O teste DNA-HPV tem um valor preditivo negativo muito forte, ou seja, se a pessoa tiver resultado negativo, a gente pode de fato confiar nesse resultado. E, conhecendo a história natural da doença, a evolução das lesões, é uma margem segura aguardar cinco anos para fazer um novo teste.”

Além disso, a implementação do novo teste deverá ser combinada com a realização de rastreio organizado, quando o sistema de saúde busca ativamente as pessoas, em vez de esperar que elas procurem as unidades de saúde. “É necessário que a população alvo seja identificada e convocada ativamente e individualmente. E é preciso garantir que ela terá acesso à confirmação diagnóstica e ao tratamento das lesões havendo essa necessidade”, complementa o pesquisador do Inca.

De acordo com dados do Sistema de Informação do Câncer, entre 2021 e 2023, apenas três estados tiveram cobertura de realização de papanicolau próxima de 50% do público-alvo. Todos os outros tiveram uma porcentagem abaixo desse patamar, e alguns não têm dados completos para análise. Além disso, há estados, como Acre, Maranhão e Mato Grosso, onde a maior parte dos resultados foi entregue após 30 dias, o que dificulta a realização de exames confirmatórios para que a paciente inicie o tratamento em até 60 dias, como determina a legislação.

Por isso, o rastreamento organizado também prevê uma linha de conduta organizada, como explica Itamar Bento: “A pessoa faz um teste de DNA-HPV, e, se não foi detectado, ela só vai repetir o exame após 5 anos. Se foi detectado um tipo oncogênico, como o 16 e o 18, que são responsáveis por 70% das lesões precursoras de câncer, ela vai ser encaminhada diretamente à colposcopia. Se a colposcopia identificar uma doença cervical, vai seguir para condutas específicas.”

As novas diretrizes também trazem outras duas inovações: a autocoleta do material para teste em populações de difícil acesso ou resistentes ao exame feito por profissional de saúde; e orientações para o atendimento de pessoas trangênero, não binárias e intersexuais.

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O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou em 2024 um crescimento de 189% nas hospitalizações de idosos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza, em relação a 2023. Para chamar a atenção da população para os riscos da gripe em pessoas com mais de 60 anos, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em parceria com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), realiza nesta quarta-feira (26) o encontro Além da Gripe – Um debate sensível à gravidade dos riscos e impactos provocados pelo vírus da influenza.

O objetivo do encontro é fazer um alerta sobre a sazonalidade da gripe, principalmente por conta dos baixos índices vacinais e dos riscos que este cenário pode causar para a população idosa. Segundo as entidades organizadoras, a sazonalidade está associada ao começo do outono e à mudança do clima em vários lugares do país, época em que as baixas temperaturas podem contribuir para que o vírus acabe circulando com mais intensidade, o que aumenta a necessidade de proteção e o risco de hospitalização.

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De acordo com as entidades, a partir dos 40 anos, o risco de ataque cardíaco aumenta em dez vezes e o de AVC oito vezes nos primeiros três dias após uma infecção por influenza e idosos permanecem com risco elevado para AVC até dois meses depois de se contaminar pelo vírus, o que reflete nas admissões em UTI, que cresceram 187% e em 157% mais óbitos.

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Além de elevar a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a reforma do Imposto de Renda (IR) deve isentar a participação nos lucros ou resultados (PLR), defenderam representantes de centrais sindicais e de movimentos sociais.

Eles se reuniram na noite desta terça-feira (25) com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, no Palácio do Planalto.

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No encontro, Haddad explicou a proposta de reforma do Imposto de Renda enviada na semana passada ao Congresso Nacional. O ministro também pediu apoio das centrais ao projeto de lei.

Atualmente, a PLR de até R$ 7.640 é isenta de Imposto de Renda. Acima desse valor, incide a tabela progressiva de 7,5% a 27,5%. Pela proposta dos sindicatos, o Imposto de Renda deixaria de incidir sobre qualquer valor.

As centrais sindicais fizeram outros pedidos. As entidades querem incluir nas deduções do Imposto de Renda despesas com certificação e qualificação profissional em tecnologia da informação.

Segundo as entidades, o setor é importante para o desenvolvimento do país e tem a previsão de empregar 800 mil pessoas nos próximos anos.

Haddad não concedeu entrevista à imprensa após o encontro. A Secretaria-Geral da Presidência da República publicou informações sobre a reunião e quais entidades participaram do encontro.

O ministro Márcio Macêdo e representantes dos movimentos sociais destacaram a importância do diálogo e da reforma do Imposto de Renda para o combate às desigualdades sociais no país, conforme material divulgado.  

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Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pagarão mais nas futuras operações de crédito consignado. Por 12 votos a 1, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou nesta terça-feira (25) o novo limite de juros de 1,85% ao mês para essas operações.

O novo teto é 0,05 ponto percentual maior que o limite atual, de 1,8% ao mês, nível que vigorava desde o início de janeiro. O teto dos juros para o cartão de crédito consignado foi mantido em 2,46% ao mês.

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Propostas pelo governo, as medidas entram em vigor cinco dias após a instrução normativa ser publicada no Diário Oficial da União, o que ocorrerá nos próximos dias. Os bancos haviam pedido a elevação do teto para 1,99% ao mês. O governo proporia um teto de 1,88% ao mês, mas desistiu da ideia para apoiar a proposta da Confederação Nacional do Comércio (CNC), de teto de 1,85%.

A justificativa para o aumento foram as altas recentes na Taxa Selic, que define os juros básicos da economia. Desde janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou os juros básicos de 12,25% para 14,25% ao ano. Por causa dos juros maiores, diversos bancos pararam de conceder crédito consignado, alegando inviabilidade das operações com o teto atual.

Apenas o representante dos bancos votou contra a medida, alegando descompasso entre os juros do consignado e a realidade do mercado financeiro. As instituições financeiras pediam teto de 1,99% ao ano para permitir a retomada plena das concessões. Uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 2021 determina a viabilidade econômica da concessão de crédito consignado ao INSS.

Com o novo teto, os bancos oficiais poderão continuar ou voltar a emprestar pela modalidade. Segundo os dados mais recentes do Banco Central (BC), referentes à última semana de fevereiro, o Banco da Amazônia cobrava 1,84% ao mês, percentual acima do teto e, portanto, sem emprestar; já a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, 1,8% ao mês.

Quando a taxa média está acima do teto atual de 1,8% ao mês, essas taxas, na prática, significam que as instituições suspenderam a oferta desse tipo de crédito. O levantamento do BC considerava apenas a alta da Taxa Selic em janeiro, sem considerar a elevação em março.

Impasse

Em agosto de 2023, quando o Banco Central começou a cortar a Selic, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, havia dito para a pasta acompanhar o movimento e propor reduções no teto do consignado à medida que os juros baixarem. Durante o ciclo de baixa dos juros básicos, o CNPS reduzia o teto do crédito consignado aos segurados do INSS.

Com novo início de ciclo de alta da Selic em setembro do ano passado, o aumento do teto dos juros do consignado não acompanhou a evolução da taxa básica. O limite ficou inalterado de junho do ano passado a janeiro deste ano. Com a situação, instituições como Banco do Brasil, Itaú, Santander, Pan, BMG, Mercantil e Banrisul chegaram a suspender a oferta do consignado do INSS nos correspondentes bancários no fim de 2024.

BRASÍLIA – A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Simone Tebet, disse, nesta terça-feira (25), em Brasília, que emendas parlamentares são ferramentas para o exercício da democracia, mas que, dependendo da forma como elas são conduzidas, podem inviabilizar políticas públicas consideradas essenciais para o país.

Ela afirmou que se deve levar em conta o fato de que é o Executivo o poder com maior capacidade de enxergar o país em sua totalidade. “Os parlamentares também têm uma visão de país, mas, em geral, ela é muito específica do local por onde foram eleitos”, argumentou Tebet durante o programa Bom dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Democracia

“As emendas são uma forma de se fazer democracia, dividindo atribuições com parlamentares. Mas elas precisam de limites no conteúdo e na forma”, afirmou a ministra em meio a críticas sobre os altos valores de recursos destinados a emendas parlamentares por meio do Orçamento secreto.

Segundo Simone Tebet, as emendas, atualmente, têm mais transparência. “Mas ainda não chegamos no nível de transparência que precisamos, no entendimento do STF [Supremo Tribunal Federal] e da população”, acrescentou ao alertar sobre os riscos que grandes volumes de recursos para emendas parlamentares podem implicar para as contas públicas.

Acrescentou que “ainda temos um grande problema para o futuro do Brasil a ser pensado com relação às emendas parlamentares. Sou e sempre fui a favor de emendas parlamentares, mas elas [as emendas] não podem ser feitas de uma ordem que vá impedir, no futuro, que políticas essenciais para o Brasil sejam feitas de forma planejada e organizada”, disse ela ao defender que quem tem a visão do todo do país é o Poder Executivo federal.

Simone Tebet explicou que quase metade do Orçamento livre fica nas mãos do Congresso Nacional, na forma de emendas, e que apenas os outros 50%, destinados a investimentos públicos, ficam com o governo federal. “As contas, assim, não fecham. Não será possível atender todas as necessidades dessa forma”, alertou a ministra.

Avanços

Acrescentou que houve recentemente avanços com relação às emendas que passaram a ter mais transparência e rastreabilidade. “Mas o valor, o montante [isso] é muito pesado. Não é assim em lugar nenhum do mundo”, argumentou.

“Temos mais ou menos R$ 200 bilhões livres, descontadas as despesas obrigatórias, para investimentos no Brasil. Mas temos ainda uns descontos relacionados a pisos da educação e da saúde, a serem retirados disso. Baixa então para algo em torno de R$ 140 bilhões”, acentuou.

“Quando vemos que R$ 60 bilhões desse valor serão para emendas parlamentares, vemos que é exatamente o valor para o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Então, o que sobra para investir no Brasil [soma] R$ 60 bilhões. Exatamente o valor que o Congresso está levando em emendas esse ano”, acrescentou ao defender que o assunto seja debatido com “toda honestidade e serenidade, sem polarização nem politização”, finalizou.

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Metade dos brasileiros (51%) foi vítima de alguma fraude no ano passado. Desses, 54,2% tiveram prejuízo financeiro. Os dados fazem parte do Relatório de Identidade e Fraude 2025, divulgado nesta terça-feira (25) pela Serasa Experian ─ empresa de tecnologia de dados que atua também na análise de crédito, autenticação e prevenção à fraude.

O principal tipo de golpe aplicado foi uso indevido de cartões de crédito (47,9%), seguido por pagamento de boletos falsos ou transações fraudulentas via Pix (32,8%) e phishing, emails ou mensagens fraudulentas que induzem ao roubo de dados (21,6%).

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Foram entrevistadas 877 pessoas entre 18 e 65 anos, nas cinco regiões do país. A margem de erro é de 3,4% para mais ou para menos.

O levantamento apontou que, dentro do universo de brasileiros que perderam dinheiro com fraude, a maior parte teve prejuízo entre R$ 100 e R$ 1 mil.

Prejuízos dos entrevistados com golpes em 2024:

  • Até R$ 100: 17%
  • Mais de R$ 100 a R$ 500: 35,5%
  • Mais de R$ 500 a R$ 1 mil: 12,9%
  • Mais de R$ 1 mil a R$ 5 mil: 19,5%
  • Mais de R$ 5 mil a R$ 20 mil: 3,7%
  • Mais de R$ 20 mil: 3,7%
  • Não responderam: 7,9%

Entre os homens, 52,5% informaram ter sofrido fraude. Entre as mulheres, o índice se reduz para 49,3%.

O estudo confirma que, quanto maior a idade, maior a proporção de vítimas de golpes. Na faixa etária de 18 a 29 anos, 40,8% dos entrevistados mencionaram terem sido vítimas. De 30 a 49 anos, o percentual sobe para 51,9%. No grupo de pessoas com mais de 50 anos, 57,8% foram alvos dos criminosos.

Tecnologia

A pesquisa da Serasa Experian identificou que a tecnologia é usada tanto para oferecer mais segurança em transações quanto para deixar as fraudes mais sofisticadas.

Por um lado, o uso da biometria facial como método de autenticação cresceu de 59% para 67% na passagem de 2023 para 2024. Entre os entrevistados, 71,8% afirmam se sentir mais protegidos ao utilizá-la.

Por outro lado, os pesquisadores identificaram o uso de inteligência artificial (IA) generativa “para a criação de perfis falsos altamente realistas, projetados para burlar verificações de identidade com dados sintéticos, além de tornar os ataques de phishing mais sofisticados, com links e mensagens fraudulentas que imitam comunicações legítimas”.

Uma ferramenta dos criminosos são as chamadas deepfakes ─ imagens criadas com o uso de tecnologias de IA que permitem a sobreposição de rostos e vozes em vídeos, com o intuito de criar imagens falsas de pessoas em vídeos.

Para o diretor de Autenticação e Prevenção da Serasa Experian, Caio Rocha, é importante que as empresas aprimorem constantemente tecnologias de prevenção à fraude, “combinando diferentes tecnologias para reforçar a segurança e fortalecer a confiança nos serviços digitais em toda a jornada do consumidor”.

Há pouco mais de um mês, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançaram a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais. A iniciativa pretende atuar tanto na prevenção quanto na repressão de golpes e crimes online.

Uso de documentos

De acordo com o levantamento da Serasa Experian, o extravio de dados é uma das formas de se iniciar fraudes. Em 2024, 16,3% dos entrevistados informaram terem os documentos roubados ou perdidos.

A pesquisa identificou ainda que 19% dos entrevistados admitiram já ter compartilhado os dados pessoais com terceiros, “expondo-se a riscos ainda maiores”.

As razões para o compartilhamento de dados mais citadas foram compras online (73,7%), abertura de contas bancárias (20,4%) e obtenção de empréstimos (15,2%).

O estudo constatou que, apesar de ser o meio em que mais fraudes são cometidas, o cartão de crédito é o método de pagamento considerado mais seguro pelos entrevistados, superando a marca de 2023.

Meio de pagamento em que os consumidores mais confiam:

 

Fonte: Serasa Experian
Meio de pagamento Confiança em 2023 Confiança em 2024
Cartão de crédito 46,3% 59,5%
Pix 32% 22,2%
Boleto bancário 6,7% 5,5%
Carteiras digitais 5,6% 4,9%
Cartão de débito 3,9% 3,1%
Nenhum 5,5% 4,8%

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A Petrobras identificou a presença de hidrocarbonetos no pré-sal da Bacia de Campos, em poço exploratório no bloco Norte de Brava. O poço está localizado a 105 quilômetros da costa do estado do Rio de Janeiro, em profundidade d’água de 575 metros.

Os hidrocarbonetos estão presentes em vários produtos, principalmente nos derivados de petróleo. Com os hidrocarbonetos podemos criar vários itens de interesse, como combustíveis líquidos e gasosos, plásticos, tintas, resinas, asfalto, entre outros.

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A perfuração do poço foi concluída e o intervalo portador de hidrocarboneto foi constatado por meio de perfis elétricos, indícios de gás e amostragem de fluido, que serão posteriormente caracterizadas por meio de análises laboratoriais. Esses dados permitirão avaliar o potencial e direcionar as próximas atividades exploratórias na área.

O bloco Norte de Brava constitui um importante ativo para a exploração do potencial do pré-sal, em particular na Bacia de Campos. O bloco foi adquirido em dezembro de 2022, no 1º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção, licitação realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Petrobras é a operadora do bloco e detém 100% de participação.

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A Polícia Federal (PF) concluiu nesta segunda-feira (24) Operação Pérola, que resultou na repatriação de um bebê que fora levado para Portugal no final de 2023, pouco após o nascimento, vítima de tráfico humano.

A investigação, conduzida pela Delegacia da PF em Campinas (SP), começou após o órgão ser acionado pela Promotoria de Justiça em Valinhos, no interior paulista. 

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Em ação conjunta com a Polícia Judiciária de Portugal, o bebê foi encontrado na região de Porto.

Segundo nota, a criança foi localizada e encaminhada à Assistência Social de Portugal, que a destinou a uma família acolhedora no país, “tendo lá permanecido até se confirmar que efetivamente não se tratava de criança portuguesa, pois os registros haviam sido falsificados quanto à sua nacionalidade e naturalidade”.

Após a confirmação da identidade e com intervenção do Ministério Público Federal em Campinas, policiais federais brasileiras foram até Portugal para trazer a criança, que já tem um ano e quatro meses, de volta ao Brasil.

De acordo com a PF, a criança está sob os cuidados de uma instituição brasileira, e as famílias acolhedoras em Portugal e no Brasil estão em contato para compartilhar informações.

“O vínculo criado durante esse período será respeitado, e as famílias continuarão em comunicação, mantendo um elo que visa o melhor interesse da criança”.

O processo para repatriação seguiu o Protocolo de Palermo, de 2004, que combate o tráfico internacional de pessoas.

“O retorno deste bebê ao Brasil simboliza não apenas o sucesso da cooperação entre os órgãos envolvidos, mas também a esperança renovada de um futuro seguro e protegido, com a crença de um recomeço de uma nova história com acolhimento e reconstrução”, complementa a nota da PF.

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou, nesta segunda-feira (24), que os municípios que fazem parte da chamada Grande São Paulo vão mover ação conjunta contra a renovação da concessão de distribuição de energia elétrica à Enel. O processo está em avaliação no setor e, se concluído, levaria à renovação da concessão do serviço à Enel por mais 30 anos.

“A Agência Nacional de Energia Elétrica [Aneel] está procurando fazer uma manobra desonesta de antecipar o contrato, que vence em 2028, de uma empresa que não respeita as pessoas, que toda hora dá problema para os 24 municípios que eles atendem aqui no Estado de São Paulo”, afirmou Ricardo Nunes, que informou ser a medida consensual entre as prefeituras.

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A declaração foi dada durante reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana, na qual foram discutidos também temas como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66, que deve alterar regras de limites de pagamento de precatórios pelas cidades, a questão dos serviços de mototáxi, a mudança de nome da Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal e a integração dos sistemas de monitoramento por vídeo.

Concessionária

A Agência Brasil procurou contado com a concessionária Enel, que, em nota, anunciou investimento de R$ 10,4 bilhões de 2025 a 2027 para melhoria, reforço, digitalização e expansão do sistema de distribuição de energia na região.

“A Enel reitera que tem forte compromisso com seus clientes e com a área de concessão em São Paulo, que abrange 24 municípios, incluindo a capital. Com foco na melhoria dos serviços prestados aos clientes, a distribuidora vem ampliando de forma constante e significativa os investimentos ao longo dos anos. De 2025 a 2027, a distribuidora vai investir R$ 10,4 bilhões, montante recorde para a região, principalmente, em função do avanço dos eventos climáticos. O investimento será destinado à melhoria, reforço, digitalização e expansão do sistema de distribuição, afirma a concessionária.

A empresa diz ainda que cumpre todos os compromissos estabelecidos no contrato de concessão e que vai contratar mais eletricistas, aumentar as manutenções preventivas e podas de galhos de árvores em contato com a rede elétrica, além de mobilizar antecipadamente equipes em campo de acordo com as previsões meteorológicas, entre outras ações. O texto acrescenta que, nos dois primeiros meses deste ano, a companhia reduziu em 40% o tempo médio de atendimento, registrando o melhor indicador para o período dos últimos sete anos.

Aneel

Em nota, a Aneel diz que as condições que preveem a renovação antecipada das concessões constituem-se de política pública – portanto, de competência do Poder Concedente – e estão previstas no Decreto nº 12.068, de 20 de junho de 2024. “Assim, coube à Aneel avaliar o cumprimento das condições previstas no decreto, para avaliação da renovação ou não pelo Ministério de Minas e Energia.” Segundo a agência, não foi aprovado contrato de concessão para a Enel-SP, mas sim modelo de contrato que deverá ser adotado caso o pedido de renovação da concessão seja acatado pelo ministério.

“Cabe ressaltar também que há termo de intimação contra a Enel São Paulo, cuja manifestação da distribuidora está em análise. Enquanto esse processo estiver aberto, não poderá haver renovação da concessão”, acrescenta a nota da Aneel.

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A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (24) o ex-policial militar Ronny Pessanha de Oliveira, do Batalhão de Operações Policiais Especializadas (Bope) – tropa de elite da corporação. Segundo a corporação, trata-se de uma ofensiva estratégica para conter e atacar o avanço territorial da facção criminosa Comando Vermelho (CV), na zona oeste da capital. 

A ação teve como principal objetivo desarticular a estrutura financeira, logística e operacional da organização criminosa, além de prender traficantes que atuam na região. Principal alvo da Operação Contenção, o ex-policial militar conhecido como Caveira foi preso em casa, na comunidade da Muzema, em Jacarepaguá. Ele foi expulso da corporação em 2023. A operação cumpriu 22 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária.

Ele é apontado como peça-chave na logística e no treinamento armado de criminosos, com atuação direta em aliança com lideranças do Complexo da Penha, onde se concentra a cúpula do Comando Vermelho. 

Ronny Pessanha também é investigado por lavagem de dinheiro, por meio de uma empresa de vigilância patrimonial utilizada como fachada para movimentações financeiras ilícitas.

Além do envolvimento no tráfico, Caveira é acusado de controlar de forma violenta diversos empreendimentos imobiliários nas comunidades citadas, com uso de armamento pesado para expulsar moradores e tomar posse de imóveis que integravam a estrutura criminosa.

O secretário de Polícia Civil Felipe Curi comentou a prisão do ex-Bope. 

“Na Muzema [Peçanha] passou a expulsar moradores de suas casas e a colocar outras pessoas morando nas residências. Ele é suspeito, inclusive, de ter participado da morte de duas pessoas em condomínios da comunidade”.

Ação contínua

De acordo com a corporação, a ação será contínua, integrando todos os departamentos da Polícia Civil para enfrentamento permanente do crime organizado. 

Esta é apenas a primeira fase, e novas ações estratégicas serão realizadas de forma sistemática para impedir a expansão da facção e garantir maior segurança à população da zona oeste, informou a polícia.

A ação contou ainda com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Militar, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal.

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Um pedido de vista do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira (24) o julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, mulher acusada de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e de pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua A Justiça, localizada em frente à sede do Supremo, na Praça dos Três Poderes.

O caso é julgado pela Primeira Turma da Corte, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Fux.

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O julgamento virtual começou na sexta-feira (21), quando Moraes votou para condenar Débora a 14 anos de prisão em regime fechado por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Em seguida, Dino seguiu o relator. O placar está 2 votos a 0. O julgamento não tem data para ser retomado.

Ao se manifestar pela condenação de Débora, Alexandre de Moraes afirmou que ela “confessadamente adentrou à Praça dos Três Poderes e vandalizou a escultura A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, mesmo com todo cenário de depredação que se encontrava o espaço público”.

A frase “Perdeu, mané” foi dita pelo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, em novembro de 2022, após ser importunado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro durante um evento em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Defesa

Em nota enviada à Agência Brasil, os advogados Hélio Júnior e Tanieli Telles afirmaram que receberam o voto de Alexandre de Moraes com “profunda consternação”. 

Segundo a defesa, o voto pela condenação a 14 anos de prisão é um “marco vergonhoso na história do Judiciário brasileiro”.

Os advogados também afirmaram que Débora nunca teve envolvimento com crimes e classificaram o julgamento como “político”.

“Condenar Débora Rodrigues por associação armada apenas por ter passado batom em uma estátua não é apenas um erro jurídico – é pura perversidade. Em nenhum momento ficou demonstrado que Débora tenha praticado atos violentos, participado de uma organização criminosa ou cometido qualquer conduta que pudesse justificar uma pena tão severa”, disse a defesa.

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