Bandeira do Brasil tremulando

GOVERNO DA NICARÁGUA AMEAÇA EXPULSAR EMBAIXADOR BRASILEIRO APÓS INTERFERÊNCIA

Atual governo brasileiro, que tem relações antigas com Ortega, ousou pedir a libertação do bispo Rolando Álvarez, condenado a 16 anos de prisão.

Por Real Radio TV Brasil em 07/08/2024 às 23:29:38

NICARÁGUA - A ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua ameaça expulsar o embaixador brasileiro Breno de Souza Brasil Dias da Costa. O gesto, considerado grave em linguagem diplomática, seria o resultado do recente congelamento das relações, depois que o governo brasileiro pediu a libertação do bispo Rolando Álvarez, condenado a 16 anos de prisão pelo regime. A queixa se deu pela ausência do embaixador na celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista. Uma fonte do Itamaraty relata que o Brasil foi notificado e pediu a Nicarágua que ponderasse, mas que não obteve resposta. Até a publicação desta notícia, Breno de Souza ainda estava em Manágua.

A expulsão do embaixador foi confirmada inicialmente pelo portal Divergentes, da Nicarágua. A reportagem afirma que Manágua deu o prazo de 15 dias para que o embaixador brasileiro deixasse o país, mas que o Brasil evitava comentar para "evitar o escândalo", citando diplomatas que não foram identificados.

O atual governo brasileiro tem relação de longa data com Daniel Ortega, que já defendeu publicamente. Mais recentemente, disse a imprensa internacional que o ditador da Nicarágua não tem atendido as suas ligações desde que tentou interceder pela liberação do bispo.

O Brasil chegou a expressar preocupação no Conselho de Direitos Humanos da ONU com as violações na Nicarágua. No entanto, deixou de assinar a declaração de 55 países – inclusive governos de esquerda de América do Sul como Chile e Colômbia – que condenava os crimes contra humanidade cometidos pela ditadura de Ortega. Idêntico procedimento teve recentemente quando deixou de condenar o governo da Venezuela e sua duvidosa vitória nas urnas na última eleição.

A lista, segundo relatório da ONU, vai de execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, estupros, tortura até privação da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país.

Fonte: Jovem Pan

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