A Arrozeira Pelotas lançou o primeiro lote de arroz rastreado do Brasil, utilizando o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa que utiliza blockchain para garantir a integridade e auditabilidade dos dados. O arroz da marca Brilhante, rastreado com essa tecnologia, chegou inicialmente aos mercados do Distrito Federal no final de agosto e, em seguida, será distribuído para outros estados, como Rio Grande do Sul, Acre, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Pará.
O Sibraar permite que o consumidor acesse informações detalhadas sobre a origem da matéria-prima e o processo pelo qual o produto passa, desde o cultivo até o momento em que chega ao supermercado. Essas informações estão disponíveis por meio de um QR Code impresso nas embalagens, que, ao ser escaneado, direciona para uma página de rastro com dados sobre o produtor, localização, cultivares utilizadas, e detalhes do processo de industrialização, entre outros.
A iniciativa responde às demandas previstas na Lei do Autocontrole, que estabelece a necessidade de monitoramento e registro auditável das informações ligadas aos processos produtivos, visando garantir a qualidade, segurança e conformidade legal dos produtos agropecuários. Nathalia Xavier, supervisora de qualidade na Arrozeira Pelotas, destaca que o projeto teve apoio integral da diretoria e gerência da empresa, alinhando-se às regulamentações vigentes e adotando mecanismos de autocontrole e certificações.
"Nosso objetivo é disponibilizar aos consumidores informações relevantes sobre o produto, demonstrando transparência no controle do nosso processo de produção", explica Nathalia Xavier.
A rastreabilidade via blockchain, oferecida pelo Sibraar, não apenas garante a integridade dos dados, mas também agrega valor aos produtos, criando um diferencial competitivo para a indústria. Alexandre de Castro, pesquisador responsável pela tecnologia, ressalta a importância de fomentar uma cultura de rastreabilidade no Brasil, similar ao que ocorre na Europa, onde consumidores exigem informações detalhadas sobre a origem dos produtos que compram.
"O consumidor cada vez mais consciente começa a exigir que as indústrias e redes de varejo disponibilizem ferramentas de rastreabilidade para auxiliar na escolha no momento da compra", comenta Anderson Alves, supervisor da área de negócios da Embrapa Agricultura Digital.
A Embrapa tem firmado parcerias estratégicas com diversas associações de produtores, como a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), para expandir o uso da rastreabilidade em diferentes cadeias produtivas. A diretora-executiva da Abiarroz, Andressa Silva, destaca que o Sibraar incorpora o programa de autocontrole existente na indústria e promove a rastreabilidade do produtor ao consumidor, numa cadeia protegida por blockchain.
Além de garantir a conformidade com as regulações de qualidade e segurança, a rastreabilidade também melhora a gestão da cadeia de suprimentos, protege contra fraudes, aumenta a confiança do consumidor e valoriza os produtos que adotam essas práticas sustentáveis.
O lançamento oficial da tecnologia de rastreabilidade do arroz foi realizado durante a 47ª Expointer, em Esteio, Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (29), no espaço da Embrapa junto ao estande do governo federal.
Fonte: Canal Rural