Quando se trata de investigar as verdadeiras causas da volta de muitas doenças antes erradicadas no Brasil, surge um fenômeno complexo que envolve vários fatores cujas causas passam pela redução da cobertura vacinal, fluxo migratório, globalização, desigualdade social, ocupação de áreas selvagens, entre outros.
Uma das principais causas é a queda na taxa de vacinação. Nos últimos anos, o Brasil tem registrado uma redução significativa na cobertura vacinal de diversas doenças. Entre os motivos estão a disseminação de desinformação sobre vacinas, especialmente nas redes sociais, e o relaxamento na busca por imunizações devido à sensação de que essas doenças não eram mais uma ameaça.
Um dos exemplos pode ser o sarampo, uma doença viral que havia sido considerada erradicada no Brasil em 2016. No entanto, a redução da cobertura vacinal nos últimos dois anos levou ao retorno de surtos significativos de sarampo, com milhares de casos registrados em várias regiões do país.
Fluxo migratório e globalização
O aumento do fluxo de pessoas entre países facilita a reintrodução de doenças. Pessoas não vacinadas ou que vivem em áreas sem acesso a cuidados de saúde, trouxeram e podem continuar a trazer doenças de volta ao Brasil.
A migração de pessoas de países como Venezuela, Haiti e outras nações para o Brasil trouxe alguns desafios relacionados à saúde pública, especialmente no que diz respeito a doenças infecciosas. Muitos imigrantes vêm de regiões onde as condições de saúde são precárias, o que levou à reintrodução ou ao aumento da incidência de certas doenças no Brasil.
Algumas das principais doenças trazidas por imigrantes são:
1. Sarampo - O sarampo foi uma das principais doenças reintroduzidas no Brasil por meio de imigrantes, principalmente vindos da Venezuela, país que tem enfrentado uma grave crise econômica e social, o que resultou na queda da cobertura vacinal, resultando em muitos surtos de sarampo.
A partir de 2018, houve um aumento significativo de casos de sarampo no Brasil, particularmente em regiões fronteiriças como o estado de Roraima. A migração em massa de venezuelanos contribuiu para a reintrodução do vírus em áreas onde ele havia sido erradicado.
2. Tuberculose - A tuberculose é uma doença comum em áreas de baixa condição socioeconômica e com acesso limitado a cuidados de saúde. Imigrantes provenientes do Haiti e da Venezuela têm uma alta prevalência de tuberculose, e muitos chegam ao Brasil sem acesso prévio ao tratamento adequado.
A tuberculose já era um problema no Brasil, mas a chegada de imigrantes, especialmente em áreas onde há aglomerações em abrigos ou condições precárias de moradia, tem agravado a situação. A falta de tratamento adequado nos países de origem pode contribuir para o aumento de casos de tuberculose resistente a medicamentos.
3. Hanseníase (Lepra) - A hanseníase, que ainda é uma doença endêmica no Brasil, também pode ser observada entre migrantes do Haiti, onde as condições de saúde pública são insuficientes para controlar a disseminação da doença. Embora o Brasil tenha políticas avançadas de combate à hanseníase (lepra), a chegada de imigrantes sem tratamento pode aumentar os desafios de controle.
O Brasil é um dos países com maior incidência de hanseníase no mundo, e a entrada de migrantes de áreas com alta prevalência da doença, como o Haiti, aumentou o número de casos, especialmente em áreas onde o sistema de saúde já está sobrecarregado.
4. Malária - A malária é endêmica em várias regiões da Venezuela e, com o aumento da migração para o Brasil, especialmente na Amazônia e em estados fronteiriços, houve um aumento na preocupação com a disseminação da malária.
O estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, tem registrado aumento nos casos de malária, particularmente em comunidades indígenas e em abrigos de migrantes. A falta de controle da doença nos países vizinhos contribui para a sua propagação no Brasil.
A malária é transmitida pelo mosquito Anopheles. Afeta algumas regiões da Amazônia, sendo reintroduzida em áreas onde o desmatamento está aumentando o contato entre humanos e vetores.
5. HIV/AIDS - Embora o Brasil tenha um sistema robusto de tratamento de HIV/AIDS, a migração de pessoas de países como o Haiti e a Venezuela pode contribuir para o aumento de casos de HIV/AIDS, uma vez que muitos desses migrantes vêm de regiões com acesso limitado a tratamento antirretroviral ou com campanhas de prevenção inadequadas.
Muitos migrantes chegam ao Brasil sem diagnóstico ou tratamento para o HIV, o que pode aumentar a transmissão da doença, especialmente em condições de vida precárias, como em abrigos temporários.
6. Doenças parasitárias
As condições sanitárias e de higiene nos países de origem, como o Haiti, aumentam a prevalência de doenças parasitárias, como esquistossomose, giardíase e helmintíase. A chegada de imigrantes sem tratamento adequado pode introduzir ou aumentar a prevalência dessas doenças no Brasil.
A febre amarela é um exemplo. A doença voltou a causar surtos em regiões urbanas devido à expansão de áreas urbanizadas e migração para áreas de mata, assim como a tuberculose e hanseníase (lepra) entre populações migrantes e grupos vulneráveis.
Desigualdade socioeconômica e falta de acesso à saúde
A pobreza, a falta de saneamento básico e o difícil acesso a serviços de saúde de qualidade são fatores que contribuem para a volta de doenças. As populações mais pobres são mais vulneráveis a doenças infecciosas devido às condições de vida insalubres.
A dengue, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, voltou a ser uma grande preocupação no Brasil, com grandes epidemias em regiões urbanas, devido à falta de controle adequado do vetor, saneamento precário e armazenamento inadequado de água.
(Texto produzido com auxílio de Inteligência Artificial)