Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Roraima

Jornalista abre café estúdio com filho em RR para homenagear pais que morreram: 'realizar o sonho'


Dona Francisca Cavalcante Inácio, de 71 anos, faleceu de Covid em maio de 2020. Após a morte do pai, seu Firmino Inácio, de 83, Marleide Cavalcante decidiu abrir o espaço em Boa Vista com o filho, Luís Gustavo. Uma das paredes da cafeteria, traz frases que dona Francisca costumava dizer

Suzanne Oliveira/g1 RR

Abrir uma cafeteria. Esse era o desejo da dona Francisca, 71, mãe da jornalista Marleide Cavalcante, antes de morrer por Covid em maio de 2020. Depois de também perder o pai, seu Firmino, 83, nesse ano, a comunicadora e o filho, o universitário Luís Gustavo, 19, decidiram homenagear os idosos com um espaço que celebra a paixão da família pelo café.

A ideia, segundo Luís, é bastante antiga. Ainda na infância, ele recorda da vontade que os avós tinham de abrir o próprio negócio.

“Desde que eu era pequeno, meus avós falavam de montar um restaurante ou um café. Com a morte dela [avó], ficamos muito tristes e, há muito tempo que a gente queria e conversava várias vezes sobre montar [a cafeteria], mas não deu certo. Então, para matar essa saudade, a gente decidiu realizar o sonho dela”, explicou o jovem.

Estudante de psicologia, Luís Gustavo gerencia, juntamente da mãe, o empreendimento

Suzanne Oliveira/g1 RR

A relação com os avós era bastante próxima, segundo o universitário. Ele é filho único de Marleide, e o neto mais velho dos idosos. A família, sempre tinha o costume de se reunir às quintas-feiras para conversar e, claro, tomar um bom cafézinho.

“Praticamente, toda a semana íamos almoçar e conversar com eles. Nas quintas-feiras, era o dia da gente tomar um café e conversar. Era o dia da família toda estar reunida, meus tios, meus avos, todo mundo. Já era uma tradição na família”, disse o jovem, que além de cursar Psicologia, também estuda barismo - especialização em cafés de alta qualidade e criação de novos cardápios.

Estudante herdou dos avós a paixão pela bebida

Luiz de Matos/Rede Amazônica

Para Marleide, o diferencial proposto pelo espaço é trazer, de uma forma aprimorada para o gourmet, as receitas que eram de sua mãe.

"A gente traduziu o livrinho de receitas dela para o público com esse toque. Os momentos eram isso, a gente se reunia às 16h e ia até à noite, mas não ficava só no café, o bate-papo continuava", relembrou acrescentando que nas reuniões era servido desde bolo até massas.

O local, é personalizado e traz referências de artistas que dona Francisca admirava. Já na entrada, por exemplo, há um quadro que retrata a cantora e compositora de jazz norte-americana, Nina Simone, falecida em abril de 2003 e de quem a idosa era fã.

Há também, objetos como sofás que eram do avô de Gustavo, que foram reformados e levados a cafeteria, para deixar o espaço mais parecido com ele.

Espaço tem obras como um quadro que retrata a imagem da artista americana, Nina Simone

Suzanne Oliveira/g1 RR

Conforme a jornalista, além do filho, a irmã dela também ajuda a traduzir as memórias que eles possuem em relação às receitas da dona Francisca

No café, há ainda, um estúdio aberto ao público, para quem quiser gravar qualquer tipo de conteúdo midiático destinado à Internet. Para usá-lo, basta fazer um agendamento prévio e pagar uma taxa mínima de utilização.

O espaço fica localizado na rua Severino Soares, 1464, no bairro Paraviana, zona Leste de Boa Vista e funciona de terça a domingo, das 15h às 23h.

Releitura de uma pintura de Van Gogh, inspirada em uma foto de seu Firmino e dona Francisca, à direita

Suzanne Oliveira/g1 RR

G1

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!