Com número de casos 8 vezes maior em outubro, cidade do Acre vive surto de malária

Com número de casos 8 vezes maior em outubro, cidade do Acre vive surto de malária
Cidade de Mâncio Lima registrou um salto de 8 casos da doença em setembro para 65 em outubro. Maioria dos casos ocorre em três comunidades da zona rural. Com número de casos 8 vezes maior em outubro em relação a setembro, cidade do AC vive surto de malária

Arquivo/Saúde de Mâncio Lima

A cidade a Mâncio Lima, no interior do Acre, vive um surto de malária após registrar um salto exorbitante dos números de casos da doença entre os meses de setembro e outubro deste ano. O aumento foi 8 vezes maior de um mês para o outro.

Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde, que registrou 8 casos em setembro e saltou para 65 em outubro, que foi disparado o mês do ano com maior registro.

Até então, fevereiro tinha sido o mês deste ano com nos maiores números, quando chegou a 16 casos do tipo falciparum. Conforme os dados da secretaria, dos últimos quatro anos, desde 2018 (96) não eram registrados números tão altos em outubro, sendo este o segundo maior desse período.

A secretária de saúde do município, Joice Gonçalves, disse que a maioria dos casos foi registrada em três comunidades da zona rural e enviou equipes para fazer a coleta dos exames.

“A gente estava sem problemas com a malária e de repente tivemos um acréscimo muito rápido de notificações de um ramal. Então, fomos fazer a investigação, que era no Ramal do Tonico, e verificamos que as pessoas que estavam trabalhando lá estavam adoecendo”, explicou.

Depois disso, foram detectados mais dois ramais e ela acredita que os casos começaram a explodir depois da vinda de pessoas de comunidades onde há o registro de casos em Cruzeiro do Sul.

“Fizemos arrastão de coleta. É um surto mesmo porque quem tinha oito e passamos para 65, são muitos casos”, acrescentou.

Joice informou ainda que equipes do município estão atuando, fazendo entrega de mosqueteiros, borrifação nas casas e também estão fazendo testagem em massa nos locais de maiores casos. O município conta com apoio da Saúde do estado para desenvolver as ações, segundo informou.

“A gente está fazendo tudo que é possível para controlar e também estamos fazendo divulgação dentro do município para que as pessoas que tiveram contato com alguém destas comunidades, que fiquem atentos aos sintomas e procurem a unidade de saúde”, concluiu.

Acre registra queda de mais de 30% nos casos de malária e internações pela doença caem 43%

Saúde faz testagem em massa em comunidades

Arquivo/Saúde de Mâncio Lima

Redução dos casos no Acre

Em setembro deste ano, um boletim da Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre) mostrou que o estado teve um redução dos casos da doença e mostrou uma queda de 31% comparando o período de janeiro a setembro do ano passado e deste ano.

Além disso, o número de internações pela malária também caiu 43% em todo o estado. De acordo com o boletim, no ano passado foram 8.184 casos, enquanto este ano os registros caíram 5.623.

Já com relação às internações, foram 74 ano passado e 42 este ano. As cidades que concentram a maior parte dos casos são Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, que registra 3.224; 706 e 1.060, respectivamente, sendo considerada uma região de alto risco pela doença, porque concentra 89% dos casos.

O que é malária e quais seus sintomas?

O Ministério da Saúde define a malária como uma "doença infecciosa febril aguda", causada por "protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles".

Qualquer pessoa pode contrair a malária. Quem apresenta várias infecções da doença pode atingir uma imunidade parcial, com poucos ou quase nenhum sintoma. Até hoje, a imunidade total não foi observada. Não há vacina aprovada contra a doença.

No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região amazônica - Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. As outras regiões do país têm poucas notificações, mas a doença não pode ser negligenciada devido à alta letalidade.

Os sintomas são:

febre alta;

calafrios;

tremores;

sudorese;

dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.

De acordo com o ministério, muitas pessoas também sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite, principalmente antes da fase aguda.

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