PF investiga desvio de 1 milhão no gabinete de deputado do Amapá alvo de outra ação por 'rachadinha'

PF investiga desvio de 1 milhão no gabinete de deputado do Amapá alvo de outra ação por 'rachadinha'
Ação deste sábado (27), batizada de "En Passant" cumpre 15 mandados de busca e apreensão e dá continuidade à operação "Terça Parte", que investigou Dr. Alberto Negrão (PP). PF apura suposto desvio de cota parlamentar na Assembleia Legislativa do Amapá

A Polícia Federal (PF) cumpriu neste sábado (27) 15 mandados de busca e apreensão em Macapá na operação "En Passant", que investiga um esquema criminoso que teria desviado quase R$ 1 milhão da verba de gabinete do deputado Alberto Negrão (PP) na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap)

Os mandados foram cumpridos em residências e empresas dos investigados. A "En Passant" é desdobramento da operação "Terça Parte", deflagrada em 14 de maio, que apurou um esquema criminoso que envolvia compra de votos, nomeação de funcionários fantasmas e "rachadinha".

Cumprimento de mandado de busca e apreensão em residência em Macapá

Polícia Federal/Divulgação

A "Terça Parte" resultou na decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de afastar cautelarmente o parlamentar investigado. Porém, a decisão foi submetida ao plenário da casa, que votou por manter Alberto Negrão no mandato.

Em razão da operação "En Passant", o Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) também impôs o afastamento do deputado do mandato.

O g1 tenta contato com a defesa do deputado e também com a Assembleia Legislativa do Amapá, mas não houve resposta das solicitações até a última atualização desta reportagem.

Deputado estadual Dr. Alberto Negrão

Divulgação

Segundo a investigação da PF, o esquema de desvio das verbas para custear despesas parlamentares ocorria deste 2019. Sendo R$ 30 mil por mês e R$ 360 mil por ano, por meio da emissão de notas fiscais frias para que o parlamentar fosse ressarcido por serviços não realizados.

As empresas usadas para realização da fraude, de acordo com a PF, eram de ramos como locação de veículo e embarcação, escritório de contabilidade e advocacia e serviço de comunicação social (mídia).

Uma funcionária do gabinete parlamentar, que já havia sido afastada pelo TRE por suspeita de participação na "rachadinha", foi apontada pela PF como uma das principais articuladoras do esquema de desvio dos recursos públicos.

Cumprimento de mandado de busca e apreensão em residência

Polícia Federal/Divulgação

Uma das empresas que emitia as notas fiscais frias, segundo a PF, pertence ao marido da funcionária afastada pelo TRE.

Os investigados poderão responder pelos crimes de associação criminosa, peculato, falsidade ideológica e duplicata simulada. Se somadas em caso de condenação, as penas podem chegar a 22 anos de prisão e pagamento de multa.

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