Festival Amazônia Mapping divulga programação com ocupação do centro histórico de Belém e shows online

Festival Amazônia Mapping divulga programação com ocupação do centro histórico de Belém e shows online
Festival de arte e tecnologia, FAM traz programação presencial e online com mais de 40 artistas. São oficinas, projeções, moda, poesia, além de shows inéditos de música e imagem, tudo gratuito. FAM ocupa fachadas do centro histórico de Belém com projeções de arte visual

Divulgação/FAM

A maior floresta tropical do mundo é híbrida. Indígena, preta, urbana, ribeirinha, ancestral e tecnológica. As múltiplas vozes que ecoam neste território compõem o Festival Amazônia Mapping 2021 (FAM), que acaba de divulgar a programação completa da edição deste ano, que começa no sábado (4), ocupando o Forte do Castelo, centro histórico de Belém. A quinta edição do projeto traz programação presencial e virtual, com a participação de mais de 40 artistas de múltiplas linguagens. O evento promove, de 16 a 19 de dezembro, toda a parte on-line da edição: oficinas, projeções e shows que aliam música e imagem. Tudo gratuito.

Combinando artes visuais, tecnologia e realidades mistas, o FAM coloca a Amazônia na rota dos grandes festivais de mapping do mundo. Na sua trajetória de quatro edições - anos 2013, 2016, 2017 e 2020 - o Festival movimentou o Pará com arte e tecnologia nos espaços urbanos de Belém e Santarém, e já alcançou um público de mais de 20 mil pessoas, promoveu dezenas de oficinas e cursos gratuitos com artistas visuais de destaque internacional, além de shows com atrações da Amazônia, Brasil e Peru, fomentando também encontros inéditos.

Em 2020, o Festival realizou uma edição 100% online e foi o grande vencedor da categoria "Inovação: Música e Tecnologia", importante prêmio da Semana Internacional de Música de São Paulo (SIM SP), a maior feira do mercado da música da América Latina. Este ano o festival tem o patrocínio da Oi via Lei de Incentivo à Cultura Semear, Governo do Estado do Pará e Fundação Cultural do Pará, apoio do Oi Futuro e Amplify, através da British Council, Summerset House Studios, Mutek e ArtLab. Realização da produtora 11:11 ARTE.

Remapeando Olhares

A abertura da programação traz a mostra “Remapeando Olhares”, no local de fundação da capital paraense, o Forte do Castelo. O espaço reserva traços da arqueologia indígena pré-colonização, que contrasta com equipamentos bélicos de quando o forte foi fundado, em 1616, e remonta aos capítulos iniciais da trajetória de Belém.

Uma das técnicas visuais mais inovadoras da atualidade, o videomapping é a projeção audiovisual comumente aplicada a estruturas, como edifícios e monumentos, em que as imagens “se dobram” com a arquitetura onde são exibidas, ganham volume. “A ideia é que o centro histórico receba as intervenções com projeção na busca de dialogar arte, arquitetura, história e espaço público. É um convite ao despertar a um espaço que diz respeito a nossa própria identidade cultural, como paraenses e amazônidas, e revisitá-lo de uma maneira surpreendente, que possibilite outras leituras do mesmo espaço”, diz a artista visual Roberta Carvalho, idealizadora e curadora do festival.

Neste local emblemático, que também foi palco da estreia do FAM em 2013, o festival projeta obras dos artistas indígenas Yaka Sales Hunikuin, Márcia Kambeba, e do coletivo Casa Comum, que reúne artistas os amazônicos Alcimar Vieira Reis, André Sateré Mawé, Elizete Tikuna, Emerson Uyra, Jaqueline Santos, Jayne Kira, Rafa Militão, Rafael Bqueer, Roberta Carvalho, Wellington Dias, os premiados cineastas Takumã Kuikuro do Xingú e Rafael Ramos, de Manaus, o artista sonoro Daniel Castanheira, do Rio de Janeiro, e a produtora criativa Verlene Mesquita, de Manaus. Do Pará, PV Dias participa da mostra, que conta ainda com Leandro Mendes Vigas (SC) e Carol Santana (RJ).

“Depois de uma edição totalmente online durante a pandemia, essa volta pras ruas, a volta a esse lugar tão simbólico para cidade, é uma oportunidade de trazer novas camadas e debater este espaço sob uma perspectiva decolonial, com a presença de artistas indígenas, questões ambientais que atravessam a região amazônica. O universo dessas obras é muito forte esteticamente e trazem temas importantes e provocadores”, destaca Roberta Carvalho. “Vamos projetar em todo o paredão externo do Forte. Vamos debater questões da nossa história e do agora. A arte é essa ferramenta”, completa.

Oficinas

Nos dias 16 e 17 de dezembro, o FAM promove uma série de oficinas gratuitas. “Criação Visual: Video mapping e Live Experience” será ministrada pela VJ Grazi (DF), online. Também virtual, a oficina “Animação digital e tipografias urbanas para vídeo projeção” traz o Coletivo Coletores (SP), de intervenção urbana, que tem como proposta pensar a cidade como meio e suporte para suas ações a partir de conceitos como: arte e jogo, arquitetura do precário, design social, arte interativa e arte digital. A dupla Roberta Carvalho (PA) e Lucas Mariano (PA) ministram a oficina "Projeções urbanas - a cidade como tela", de forma presencial, em parceria com o Cine Clube da TF, projeto desenvolvido na Terra Firme, que fortalece a produção audiovisual na periferia de Belém.

Ilha FAM: espaço virtual convida à interação entre arte e tecnologia

Divulgação

Programação virtual

Nos dias 18 e 19 de dezembro, o Festival aterrissa na ilha 3D, um ambiente virtual criado especialmente para o FAM. O público desembarca no coração de uma Amazônia imaginária, entre a floresta e a cidade. Com gráficos realistas, o projeto da ilha Amazônia Mapping foi construído através de uma programação gamer, e proporciona uma experiência de streaming ao público.

Haverá projetaço de obras selecionadas no primeiro edital aberto do FAM, que reúne trinta artistas de todo o Brasil. O FAM também exibe “Belém Fashion 405”, um video-mapping-desfile de moda e sustentabilidade desenvolvido pela designer de moda paraense Jacke Tupi. O Festival traz também shows de música e imagem: um dos maiores nomes da guitarrada contemporânea, Félix Robatto, se apresenta em parceria com a VJ Grazzi; e a dupla de artistas indígenas Djuena Tikuna, cantora, e o cineasta Takumã Kuikuro também mostram espetáculo inédito ao público onde imagens e sons se conectam em um espetáculo inédito.

Outra novidade é que esta edição do Festival integra o Amplifly, uma parceria com o Britsh Council, instituição pública cultural do Reino Unido. O Amplifly busca promover conexões e networking que destacam a prática artística e questões sociais, ao mesmo tempo que oferece oportunidades de exposições que transcendem o eixo geográfico norte-sul. Dentro desta parceria, realizam apresentações de música e imagem as duplas Edy Fung (Hong Kong/UK) e Astronauta Mecânico (MA); e Ana Quiroga (UK) e Bianca Turner (SP). O grupo também convida o público à imersão em seus processos criativos, em bate-papo online.

Serviço

Festival Amazônia Mapping 2021. Abertura presencial dia 4 de dezembro, no Forte do Castelo, às 19h. Oficinas, apresentações artísticas e imersão em processos criativos online: dias 16, 17, 18 e 19 de dezembro. Informações e inscrições para oficinas no site do Festival.