Museu Cidade de Manaus tem reabertura prevista com ala dedicada ao pintor e artista plástico Moacir Andrade

Museu Cidade de Manaus tem reabertura prevista com ala dedicada ao pintor e artista plástico Moacir Andrade
O novo espaço é composto de uma antessala e sala principal, onde será instalado o ateliê do artista, que foi doado pela família. Museu Cidade de Manaus tem reabertura prevista com ala dedicada ao pintor e artista plástico Moacir Andrade.

Divulgação

Com quase dois anos fechado por causa da pandemia, o Museu da Cidade de Manaus (Muma) tem a reabertura prevista para o final da primeira quinzena deste mês de dezembro.

Apesar do dia exato não ter sido anunciado, foi confirmado que o museu terá uma nova ala dedicada ao pintor Moacir Couto de Andrade, um artista multitalentos, escritor, professor que formou gerações de pintores e levou a arte amazonense para galerias e colecionadores do Brasil e do mundo.

O novo espaço é composto de uma antessala e sala principal, onde será instalado o ateliê do artista, que foi doado pela família, para que a população e visitantes conheçam parte do acervo particular e o processo criativo de Moacir Andrade.

A filha do artista, Gracimoema Andrade, ressaltou que a ideia de doar para o museu público municipal é uma forma de compartilhar o amor às artes que seu pai produziu com tanta paixão e energia.

"O acervo que meu pai deixou é o resumo de uma vida inteira de trabalho, de amor pela arte, de um apaixonado pela vida, pelas pessoas, pelo que fazia. Ele gostava de ensinar em praças públicas, era apaixonado pelo Amazonas, por tudo que ele fazia com muito amor", relatou a filha.

O espaço de memória vai contar a história do artista por diferentes ângulos ressaltou o diretor do Museu da Cidade de Manaus, Leonardo Novellino.

“Estamos felizes com esse presente que Manaus está recebendo desse profícuo artista, que produziu bastante e com qualidade, no seu estilo pictórico, sendo fiel a imagem e não idealizando o nosso paisagismo amazônico, ao contrário, reproduziu o que temos de tão lindo e maravilhoso. E especificamente esse lugar será um espaço de memória enquanto cidadão, pai e grande artista”.

Lenda Amazônica

Nascido em 17 de março de 1927, em Manaus, na Santa Casa de Misericórdia, Moacir Andrade passou sua primeira infância com os pais no interior do Estado.

A majestosa floresta, os paradisíacos cenários amazônicos e suas gentes devem ter marcado profundamente sua memória afetiva, que teve como marca em sua obra pictórica na longa carreira.

No livro biográfico "Moacir Andrade - Uma Lenda Amazônica", publicado em 2010, o autor José Roberto Girão de Alencar, reproduz um artigo do intelectual Eurico Andrade Alves, publicado no jornal Correio da Feira, no município de mesmo nome, em Portugal, narrando a biografia e feitos à altura e grandeza de um artista que fez a diferença em seu tempo, com sua vida e obra.

O pintor e escritor morreu aos 89 anos, em 27 de julho de 2016, deixando um legado que foi muito além dos milhares de quadros e dezenas de livros, formou gerações de artistas e levou o nome do Amazonas e da Amazônia para muitos países.

As suas obras, retratando a vida do ribeirinho e a Amazônia, são reconhecidas internacionalmente, somando mais de 10 mil telas pintadas e dezenas de livros escritos, dentre eles “Manaus, Ruas, Fachadas e Varandas”, que resgata o patrimônio histórico da cidade.

Artista com presença marcante na vida cultural do Amazonas, Moacir foi um destacado membro do Clube da Madrugada, ajudando no processo de renovação das expressões artísticas locais. Organizou exposições, cursos de pintura para os jovens interessados em aprender a pintar.

Essas atividades foram realizadas em espaços públicos, para que a população tivesse acesso. Como escritor, deixou importante contribuição para a literatura regional, com livros de ensaio sobre a cultura amazônica, poesia, memória e artes plásticas.

Sua ligação com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) foi longeva, e Moacir tem sua trajetória pautada na evolução da Instituição. Em 1935, o artista ingressou aos oito anos de idade na Escola de Aprendizes e Artífices. Na década de 70, tornou-se professor de desenho na então Escola Técnica Federal do Amazonas (Etfam), onde dedicou-se por mais de 20 anos de vida acadêmica.

Após se aposentar, Moacir de Andrade sempre esteve presente nas atividades desenvolvidas pelo Ifam, principalmente no Campus Manaus Centro (CMC), chamada carinhosamente por ele de “querida escola”, para a qual o artista plástico doou diversas obras, sendo homenageado em vida com o Museu Moacir Andrade.

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