Presidente da República dá posse a novo diretor-geral de Itaipu

Aspectos financeiros do tratado de criação da Itaipu Binancional serão revistos em 2023 - Caio Coronel/Divulgação Itaipu

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, lembrou que Itaipu Binacional é fruto de uma engenharia diplomática singular e ressaltou a importância de a cerimônia de posse ter sido no Itamaraty. "A diplomacia tem estado presente no funcionamento e na administração de Itaipu. E estará novamente em evidência em 2023, quando os aspectos financeiros do tratado serão revisitados, decorridos 50 anos da sua entrada em vigor”, disse o ministro.


Segundo Albuquerque, a revisão ocorrerá em contexto positivo, graças aos esforços feitos ao longo de meio século, para garantir a quitação das dívidas relativas à construção do empreendimento, dentro do prazo originalmente planejado pelos seus idealizadores. “Brasil e Paraguai se beneficiarão, pela primeira vez, da geração de energia de Itaipu sem o pagamento de custos, que já representaram mais da metade do preço da energia dessa empresa", acrescentou o ministro.

O chanceler Carlos França enfatizou que, com Itaipu, o Brasil e o Paraguai tornaram-se parceiros incontornáveis e preferenciais. “A usina representou um dos principais investimentos em nossa soberania e segurança energética, ainda mais nos anos 1970, em que o rápido crescimento da economia nacional via-se ameaçado pela elevação súbita dos preços do petróleo. Entre os anos 1990 e 2000, Itaipu chegou a prover cerca de um quarto de toda a energia elétrica consumida no Brasil e representa, ainda hoje, cerca de 10% da nossa matriz de consumo."

Bolsonaro ressaltou que, além de gerar obras na região, como a Ponte da Integração, que deve ser entregue ainda neste ano, Itaipu pode gerar novo impulso de desenvolvimento nas áreas de fronteira, inclusive na Argentina, e possibilitar, futuramente, conexão com o Chile e a Bolívia.

Biografia

O almirante Anatalício Risden Júnior é bacharel em ciências navais, com especialização em intendência para oficiais. Tem pós-graduação em administração financeira pela Escola de Pós-graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), mestrado em ciências navais e doutorado em altos estudos de política e estratégia marítimas.

De março de 2008 a abril de 2015, Risden foi diretor de Coordenação do Orçamento da Marinha e responsável pelo diálogo institucional entre a força naval e os demais órgãos do orçamento federal, como os ministérios da Defesa, da Fazenda e do Planejamento. Nesse período, conduziu as tratativas que resultaram no modelo financeiro que viabilizou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).

De 2015 a 2019, atuou como consultor da FGV. Em 2018, compôs a equipe econômica de transição do governo Bolsonaro e, em fevereiro de 2019, assumiu o cargo de diretor financeiro executivo da Itaipu Binacional.