Twitter veta anúncios que contrariam o que diz a ciência sobre as mudanças climáticas

Twitter veta anúncios que contrariam o que diz a ciência sobre as mudanças climáticas
Segundo a empresa, a negação das mudanças climáticas não deve ser monetizada e publicidade desonesta não deve prejudicar discussões sobre esse tema. Ártico é uma das regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas

Getty Images via BBC

O Twitter anunciou nesta sexta-feira (22) o Dia da Terra, que não permitirá anúncios que neguem a realidade das mudanças climáticas.

O anúncio ocorre em um momento em que a rede social tenta se defender de uma compra indesejada pelo bilionário Elon Musk, que acredita que os usuários devem ser capazes de expressar o que querem na plataforma.

"Anúncios enganosos no Twitter que contradizem o consenso científico sobre mudanças climáticas estão proibidos, em linha com nossa política sobre conteúdo impróprio", disse Casey Junod, executivo de sustentabilidade global da empresa, por meio de seu blog oficial.

"Acreditamos que a negação das mudanças climáticas não deve ser monetizada no Twitter, e essa publicidade desonesta não deve prejudicar discussões importantes sobre a crise climática", acrescentou.

Twitter

Matt Rourke/AP Photo

No ano passado, o Twitter introduziu um recurso temático que ajuda os usuários a encontrar conversas sobre mudanças climáticas e implementou centros de informações "confiáveis e oficiais" em uma lista de temas importantes, incluindo a ciência por trás das mudanças climáticas.

"Reconhecemos que informações enganosas sobre o clima podem minar os esforços para proteger o planeta", afirmou Junod. "Agora, mais do que nunca, uma ação climática significativa, por parte de todos nós, é crucial."

Por mais tentador que seja ter acesso à fortuna de Musk, o Twitter não quer ficar sob a direção do magnata, conhecido por dizer o que pensa sem pesar muito as consequências.

A plataforma tomou medidas para evitar que Musk assuma o controle de todas as ações do Twitter, pois as preocupações com a direção que ele poderia dar à administração da empresa superam a recompensa oferecida.

No início de abril, Musk fez uma oferta não solicitada de US$ 43 bilhões para comprar a rede social, sob o argumento de que queria dar aos usuários maior liberdade de expressão.

Musk defende que o conteúdo não seja moderado, uma questão sensível em especial nos perfis de personalidades famosas como o ex-presidente americano Donald Trump, que foi banido da plataforma após o ataque ao Capitólio por seus apoiadores, que recusavam os resultados da eleição presidencial de 2020.

Mas a campanha de Musk também despertou preocupações entre especialistas em tecnologia e liberdade de expressão. Eles ressaltam as declarações imprevisíveis de Musk e seu histórico de críticas, que contradizem seus objetivos declarados.