ONG registra aumento de 148% nos casos de tortura na Venezuela em 2021

ONG registra aumento de 148% nos casos de tortura na Venezuela em 2021
O número é a segundo mais alto nos 33 anos de existência da organização. O primeira é de mais de 500 supostas vítimas de torturas, registrado em 2019. Agentes do Sebin se posicionam nesta terça-feira (21) debaixo do prédio em Caracas, na Venezuela, em 2020

Manaure Quintero/Reuters

Os casos de tortura na Venezuela aumentaram em 148% durante 2021, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira (11) pela ONG Programa Venezuelano de Educação Ação em Direitos Humanos (Provea).

A organização estima que as vítimas tenham sido 241, segundo a coordenadora de investigação do Provea, Lissette González.

O número é a segundo mais alto nos 33 anos de existência da organização. O primeira é de mais de 500 supostas vítimas de torturas, registrado em 2019.

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O Corpo de Investigações Penais e Criminais (CICPC) foi apontado como o responsável por torturar 155 das 241 supostas vítimas, mas também em "60,9% das denúncias disseram ter sofrido algum tipo de abuso sexual, que em vários casos incluía estupro".

Veja abaixo uma reportagem do Jornal Nacional sobre o relatório de 2019.

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"O aumento das técnicas de abuso baseadas na humilhação e redução física e psicológica das vítimas, mediante as agressões sexuais, gera especial preocupação", afirmou a organização.

A Direção de Contra-Inteligência Militar (DGCIM), com sede no leste de Caracas, é apontada como outro centro onde se cometem torturas.

A organização reiterou que "a alta letalidade ao acionar a força pública continuou em 2021" e que 1.414 pessoas foram assassinadas por policiais e militares em todo o país, 50% menos que em 2020 (3.034).

"Isso evidencia de maneira categórica que a atuação dos agentes do Estado segue contrariando as normas nacionais e internacionais sobre o uso diferenciado e progressivo da força, ignorando a obrigação de não causar privações arbitrárias da vida", afirmou a ONG.

Após os casos registrados, fica demonstrado que o Estado venezuelano "carece de vontade genuína de investigar e sancionar os responsáveis pelos crimes" e violações dos direitos humanos, disse a ONG.

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