STF forma maioria contra prazo para Lira analisar pedidos de impeachment de Bolsonaro

STF forma maioria contra prazo para Lira analisar pedidos de impeachment de Bolsonaro
Julgamento acontece em plenário virtual. Relatora, Cármen Lúcia frisou que não há norma legal que defina prazo para análise; há 144 pedidos de impeachment pendentes na Câmara. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados

14/09/2021 REUTERS/Adriano Machado

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos nesta sexta-feira (20) contra o estabelecimento de prazo para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), analise pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

O julgamento acontece em plenário virtual, no qual os ministros inserem os votos no sistema eletrônico do tribunal. A votação começou no último dia 13 e termina à meia-noite desta sexta.

A ação foi apresentada no ano passado pelo deputado estadual Rui Falcão (PT-SP) e por Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e atual pré-candidato do PT a governador, e já havia sido negada pela relatora, ministra Cármen Lúcia. Agora, cabe ao plenário decidir se mantém ou derruba a decisão.

O pedido apresentado ao STF faz referência especificamente a um pedido de impeachment protocolado por entidades da sociedade civil em maio de 2020. Atualmente, segundo a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, há 144 pedidos de impeachment pendentes de análise.

Ministra Cármen Lúcia

Rosinei Coutinho/STF

Voto da relatora

No julgamento virtual, Cármen Lúcia votou novamente pela rejeição do pedido, reafirmando que não existe norma legal que defina prazo para análise.

"No ordenamento jurídico vigente, inexiste norma assecuratória da pretensão de processamento automático ou com prazo estabelecido sobre processamento de pedido de impeachment por denúncia de crimes de responsabilidade atribuídos ao presidente da República", escreveu a ministra no voto.

O voto de Cármen Lúcia foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski , Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin.

O sistema do tribunal não detalha os votos dos ministros, somente informa se eles seguiram a relatora ou divergiram dela.

Análises anteriores

O STF já negou pedidos semelhantes. O próprio Arthur Lira tem reiterado à Corte que que não é automática a análise de pedidos de impeachment do presidente da República e que não há prazo em lei para essa avaliação.

Conforme Arthur Lira, o exame deve levar em conta as conjunturas doméstica e internacional.