Em entrevista ao g1, Ciro Gomes fala sobre preço da gasolina, militares no governo e relação com o Congresso; veja todos os trechos
Pedetista abriu, nesta segunda-feira (13), série de entrevistas comandadas por Renata Lo Prete, apresentadora do podcast "O Assunto", com pré-candidatos à Presidência da República. Entrevista foi transmitida ao vivo direto do estúdio do g1, em São Paulo. Renata Lo Prete entrevista Ciro Gomes, pré-candidato do PDTComeçou nesta segunda-feira (13) a série de entrevistas do podcast O Assunto com presidenciáveis. Ao vivo, Renata Lo Prete conversou com Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à presidência em 2022. No vídeo acima, você confere a íntegra da entrevista, que também está disponível em áudio (abaixo).O pedetista disse que, se eleito, abrirá mão da reeleição para presidente, defendeu a criação de uma renda mínima como forma de combate à fome, prometeu ajuda federal aos municípios para o ensino básico e falou sobre a presença de militares no governo. Ciro Gomes também fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato pelo PL, acusando-o de “canalha”. Também não poupou Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato pelo PT, dizendo que o ex-presidente “se corrompeu” e que “fica acenando com grande estelionato eleitoral”. Os próximos entrevistados da série serão Simone Tebet (MDB), em 20 de junho, às 15h; e André Janones (Avante), em 11 de julho, novamente às 15h.Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) também foram convidados, mas não confirmaram presença até 3 de junho, prazo estipulado em reunião de 31 de maio com representantes dos partidos na qual foram informadas regras e datas para a realização da série.Veja, abaixo, todos os trechos da entrevista de Ciro Gomes ao g1. Participação nas eleições 2022 Candidato à Presidência pela quarta vez em 2022, Ciro Gomes contou que quer ser eleito para discutir, agora, como sair da “intricada condição social” dos brasileiros que vão chegar à velhice sem cobertura previdenciária.Ele também listou o endividamento das famílias brasileiras e a precarização da saúde mental como alguns dos principais problemas a se combater. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre disputar a Presidência pela quarta vezAlta dos combustíveisEm relação ao preço dos combustíveis, Ciro Gomes chamou de "truque eleitoreiro criminoso" e "canalhice" a proposta do governo federal de reduzir o ICMS dos estados para tentar conter a alta do preço dos combustíveis. “E não é para resolver o problema, é pra atravessar o período eleitoral”, disse.O pedetista também criticou o alto lucro obtido hoje por 60% dos acionistas minoritários da Petrobras e afirmou que a empresa lucra 38%, enquanto no resto do mundo, segundo ele, o lucro de petroleiras fica na faixa de 7%. Entenda no vídeo abaixo. Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre preço dos combustíveisEndividamento das famílias brasileirasAo falar sobre o endividamento dos brasileiros, Ciro fez críticas ao oponente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e afirmou que o petista comete "estelionato eleitoral" quando promete, em discursos, que a vida vai melhorar e voltar a ser como na época em que foi presidente, entre 2003 e 2010. O pré-candidato disse ainda que Lula "está muito longe de entender" que "o Brasil é outro". Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre endividamento familiarCombate à fome e renda mínima Em 2022, oito anos após sair do mapa da fome em 2014, 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil. Para Ciro Gomes, a solução é criar estoques de alimentos para regular o mercado em momentos de flutuação dos preços e, paralelamente, colocar em prática um projeto de renda mínima. Na entrevista, o pré-candidato comparou a produção de alimentos no Brasil com a de outros países. "Isso aqui é um país do fundão da África subsaariana, que não tem comida? Não, nós somos o maior produtor de alimentos do planeta Terra", disse. Veja a declaração no vídeo abaixo. Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre a AmazôniaAutonomia do Banco CentralA autonomia do Banco Central, lei estabelecida durante a pandemia de Covid, em fevereiro de 2021, foi, para Ciro Gomes, “um assalto”. “ E [Arthur Lira] passa, no Congresso Nacional, em plena pandemia, sem discussão de ninguém, numa votação virtual, em que nem a seriedade do voto pode ser apurada, uma autonomia do Banco Central. Isso foi o que aconteceu no nosso país, isso foi um assalto. Eu vou pra lá pra corrigir isso, se não, elejam outro.” Veja a declaração no vídeo abaixo. Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre autonomia do Banco CentralEducação A aposta de Ciro Gomes para melhorar a educação no país é a criação de um fundo para "valorizar" e "estimular" docentes. Ele ainda propõe a federalização da gestão de do ensino básico. "Precisamos preparar o profissional dos novos tempos, ensinando a perguntar. Isso pressupõe professor qualificado e motivado, treinamento massivo para todos os professores. Isso pressupõe programa de retreinamento com estímulos [para professores]", afirmou Ciro, sem detalhar de onde sairiam os recursos para o fundo. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre educaçãoSaúdeO plano de Ciro Gomes para a saúde é criar uma "carreira de estado" para os médicos brasileiros como forma de fortalecer a medicina de família, formando profissionais generalistas e atendendo, segundo Ciro, 80% das demandas de saúde do país. Veja a declaração no vídeo abaixo. Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre investimentos na saúde públicaAmazôniaSobre as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, Ciro Gomes disse que o presidente Jair Bolsonaro colocou culpa nas vítimas ao dizer que ambos "foram para uma aventura". E comentou que, para ele, a Amazônia “é uma terra sem dono”. Na visão do pedetista, “os militares estão muito longe de cumprir mais remotamente o ordenamento espacial da força terrestre brasileira”. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre a AmazôniaA morte de Genivaldo Quando questionado sobre o que teria feito após a tortura e morte de Genivaldo Jesus Santos pela Polícia Rodoviária Federal, Ciro Gomes afirmou que teria “imediatamente afastado das suas funções” o diretor-geral da PRF e também o ministro da Justiça. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre a AmazôniaForças policiaisO pré-candidato afirmou que os policiais militares do Ceará que participaram de motins teriam sido presos e expulsos da corporação se ele fosse governador do estado. Na época, o titular do cargo era Camilo Santana (PT). Ex-governador do Ceará, o pedetista relacionou os motins, o último deles em 2020, a uma realidade de policiais com "pouca aptidão para segurança" no estado. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre forças policiaisMilitares na políticaSe for eleito, Ciro Gomes garantiu que irá proibir que militares da ativa ocupem cargos políticos. "Veja o que está acontecendo: tem 3,8 mil militares da ativa dobrando salário em cargos políticos. No meu governo, [no] primeiro dia [haveria a determinação]: está proibido militar participar de cargo político", afirmou. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre a presença de militares no governoCiênciaCiro Gomes criticou o investimento do governo brasileiro de apenas 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no setor de Ciência e Tecnologia. Ele afirmou que esse valor deveria ser, na verdade, de 3% do PIB. “É um desastre o que está acontecendo. Estão transformando o nosso país em uma ex-nação. Não duvide disso”. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre ciênciaOrçamento SecretoQuestionado sobre como pretende pôr fim ao chamado "orçamento secreto" e lidar com a atual cúpula do Congresso Nacional, o pré-candidato do PDT afirmou que, se eleito, abre mão da reeleição para presidente e irá propor reformas nos seis primeiros meses. “Abro mão da minha reeleição em troca da reforma do país (...) uma reconstitucionalização do Brasil para acabar com essa barafunda institucional em que estamos navegando". Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre o "orçamento secreto" Lula Ciro Gomes fez críticas ao ex-presidente e também pré-candidato do PT nas eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva. O candidato do PDT, que já foi aliado do petista, criticou o patrimônio pessoal de Lula e afirmou que ele se “corrompeu organicamente”. “Não dá para fazer de conta que ele não se corrompeu organicamente. O patrimônio pessoal do Lula não se explica”. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre o ex-presidente LulaTentativa de Golpe O pré-candidato do PDT afirmou que o presidente Jair Bolsonaro pode tentar dar um golpe caso não seja eleito no pleito de 2022. Apesar disso, Ciro tem a opinião de que Bolsonaro não encontrará apoio para alcançar seu objetivo, que ele classificou como um “delírio”. "A condição objetiva interna e externa inviabiliza o delírio que o Bolsonaro tem na cabeça”. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre tentativa de golpe de Bolsonaro após eleiçãoAliançasAo comentar sobre alianças políticas formadas para o pleito de 2022, Ciro Gomes afirmou que o motivo de ter ficado “isolado” foram as suas ideias e os números das pesquisas de opinião. Apesar disso, ele propõe uma ampla aliança entre partidos. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre alianças políticas2º turno “Eu estarei no segundo turno”. Essa foi a resposta do pré-candidato Ciro Gomes sobre o que ele faria caso não conseguisse uma vaga no segundo turno da eleição. O pedetista não revelou se apoiaria qualquer outro candidato na segunda etapa da disputa. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre apoios no 2º turno da eleição presidencialRelação com CongressoPerguntado sobre como seria o seu relacionamento com o Congresso Nacional em um possível governo, Ciro Gomes afirmou que pretende “restaurar a autoridade da presidência da república”. Ele disse estar “cheio de ideias”, não ter medo de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e que não fará “negociata” por reeleição porque abrirá mão dela. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre como seria sua relação com o CongressoListra tríplice Numa possível escolha de um procurador-geral da República, o pedetista afirmou que não iria seguir, necessariamente, a lista tríplice de candidatos oferecida pela categoria. Desde 2003, o único caso de indicação fora da lista é o do procurador Augusto Aras, feita pelo presidente Jair Bolsonaro. Ciro justificou sua decisão: “Eu vou buscar aqueles que, entre os titulados formalmente, tenha aquilo que a Constituição pede”. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre escolha de procurador-geral da RepúblicaSegunda instância Ciro Gomes afirmou que enviará um projeto para que seja cumprida a sentença de um crime após passar por duas instâncias judiciais. Ele discorda do formato atual, no qual o processo tramita em quatro jurisdições. “Eu vou acabar com dois dos quatro graus de jurisdição e vão ficar só dois. Cometeu o crime comum e foi condenado na segunda instância, vai pagar a pena”. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre prisão após condenação em segunda instânciaAtaques ao STF O pré-candidato Ciro Gomes comentou os ataques sofridos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele afirmou que decisão final é do STF, não interessando se isso é bom ou ruim. Também discordou da atitude do ministro Luís Roberto Barroso, que convidou as Forças Armadas para participarem do processo eleitoral de 2022. “Por definição, quem fala por último é o Supremo Tribunal Federal (STF). Ponto final. É bom? É ruim? Não interessa”. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre ataques ao STFForças Armadas no processo eleitoralPerguntado sobre qual o papel das Forças Armadas no processo eleitoral, o pedetista disse que o assunto não tem nada a ver com a instituição. Segundo ele, cabe aos militares apenas garantir a ordem para que “ocorra com tranquilidade”. “Eles são o fator de ordem para que a eleição ocorra com tranquilidade. Eu estou falando [que sou contra] em chamar para dar opinião sobre o processo eleitoral. Isso não tem nada a ver com Forças Armadas”. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre a participação das Forças Armadas na eleiçãoPandemiaAo comentar o número de mortos causados pela Covid no país, Ciro Gomes disse que enviou, no início da pandemia, recomendações para o combate da doença ao presidente. A carta, segundo ele, foi ignorada. “Esse crime [as mortes por Covid] foi cometido pelo senhor Jair Messias Bolsonaro e por todos os canalhas que o cercam”. Veja a declaração no vídeo abaixo.Ciro Gomes (PDT) responde a pergunta sobre pandemia de Covid-19