'Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos', diz Bolsonaro em post sobre caso Dom e Bruno
Postagem foi feita quase 17 horas após PF anunciar que suspeito confessou crime e indicou localização de restos mortais. Bolsonaro já classificou indigenista e jornalista como 'aventureiros'. O presidente Jair Bolsonaro se manifestou nesta quinta-feira (16), em uma rede social, a respeito das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips, que estavam desaparecidos no Amazonas desde o último dia 5."Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos", diz a mensagem no perfil oficial de Bolsonaro.A postagem foi feita em resposta a uma nota de pesar divulgada nesta quinta pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Bruno Pereira era servidor de carreira do órgão, vinculado ao governo federal.A frase foi publicada quase 17 horas após a Polícia Federal anunciar, em coletiva, que havia localizado os supostos restos mortais de Bruno e Dom, a partir de informações prestadas por um dos suspeitos de envolvimento no crime.Antes de manifestar sentimentos aos familiares de Dom e Bruno, nesta quinta, Bolsonaro publicou outros dois posts na mesma rede social: um sobre o filme "Top Gun - Maverick" e outro sobre uma proposta de reduzir impostos sobre videogames.Caso Bruno e Dom: restos mortais devem chegar a Brasília até o começo da noite desta quinta-feira (16)Em nota, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos afirmou que "manifesta pesar pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, que estavam desaparecidos desde domingo (5), na região do Vale do Javari, no Amazonas".O ministério também "enaltece o trabalho realizado pela Polícia Federal e pelas Forças Armadas, que rapidamente elucidaram o caso".Declarações anterioresA manifestação desta quinta foi a primeira de Bolsonaro sobre o caso depois que a PF comunicou a confissão do crime. Antes, o presidente defendeu, em entrevistas, as operações de busca realizadas pelo governo federal e declarou que Dom e Bruno fizeram uma "aventura" na região amazônica."Desde o primeiro dia, quando foi dado o sinal de alerta, a Marinha entrou em campo e no dia seguinte as Forças Armadas, a Polícia Federal... Tem quase 300 pessoas nessa procura. Dois aviões e helicópteros, barcos, agora é uma área fora da Funai, tem protocolo a ser seguido. Naquela região, geralmente você anda escoltado, foram para uma aventura, a gente lamenta pelo pior", disse o presidente durante visita aos Estados Unidos na última semana.Na segunda-feira (13), Bolsonaro disse que os "indícios' levavam "a crer que fizeram alguma maldade" com Dom e Bruno."Pelo prazo, pelo tempo, já temos hoje oito dias, indo para o nono dia que isso tudo aconteceu, vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Eu peço a Deus que isso aconteça, que os encontremos com vida, mas os informes, os indícios levam para o contrário no momento”, afirmou.Bruno Pereira e Dom Phillips: duas vidas dedicadas à defesa da naturezaRestos mortais serão periciadosA Polícia Federal informou na noite de quarta (15) que Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", confessou ter assassinado o indigenista e o jornalista. A PF encontrou restos mortais em um local indicado por Amarildo – ele e o irmão estão presos. O material será encaminhado para perícia em Brasília a fim de confirmar a identificação das vítimas.Bruno e Phillips foram vistos pela última vez na comunidade São Rafael, a cerca de duas horas de lancha da sede de Atalaia do Norte e próxima à Terra Indígena Vale do Javari. A reserva é palco de conflitos relacionados ao tráfico de drogas, roubo de madeira e garimpo ilegal.Segundo uma fonte da PF, Pereira e Phillips foram mortos a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados. A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal na região.O avião com os restos mortais encontrados no local das buscas deve chegar a Brasília na noite desta quinta.A perícia deve começar a ser feita na sexta-feira e deve ficar pronta na próxima semana. Pela avaliação dos investigadores, será possível realizar um teste de DNA para a identificação dos restos mortais.