Justiça do Reino Unido libera hospital para tirar os tubos de apoio de garoto de 12 anos que está em coma

Justiça do Reino Unido libera hospital para tirar os tubos de apoio de garoto de 12 anos que está em coma
Archie foi encontrado inconsciente em sua própria casa em 7 de abril. Seus pais acreditam que ele pode ter participado de um desafio online que deu errado. Os médicos afirmam que Archie está com morte cerebral e dizem que o tratamento contínuo de suporte à vida não é do interesse dele. Archie Battersbee foi encontrado inconsciente em sua casa. Sua mãe disse que ele participava de um desafio da internet

Hollie Dance/PA Wire

A Justiça do Reino Unido abriu o caminho nesta segunda-feira (1º) para que um hospital tire os tubos de apoio de garoto de 12 anos que sofreu danos cerebrais irreversíveis.

Os pais de Archie Battersbee, o paciente em questão, tentaram impedir que o Hospital Real de Londres desligasse o respirador.

O aparelho já deveria ter sido desligado nesta segunda-feira, mas houve um adiamento porque a família fez um apelo à ONU. O governo pediu à Justiça para tomar uma última decisão sobre o caso.

Houve uma audiência de emergência, e o tribunal decidiu que não o aparelho de suporte de vida do garoto deve permanecer ligado até o meio-dia de terça-feira (8h de Brasília).

Mãe de Archie Battersbee, no centro, dá entrevista coletiva em 25 de julho de 2022

Dominic Lipinski/AP

“Continuar a receber tratamento de manutenção da vida é contrário aos seus interesses (de Archie) e, portanto, uma permanência (do aparelho ligado), mesmo que por um curto período de tempo é contra seus interesses”, disse o juiz Andrew Macfarlane.

Archie foi encontrado inconsciente em sua própria casa em 7 de abril. Seus pais acreditam que ele pode ter participado de um desafio online que deu errado. Os médicos afirmam que Archie está com morte cerebral e dizem que o tratamento contínuo de suporte à vida não é do interesse dele.

Diversas instâncias da Justiça britânica concordaram.

A audiência desta segunda-feira ocorreu a pedido do Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que queria mais tempo para examinar o caso.

Mãe: juízes não deveriam ter a palavra final

A mãe de Archie, Hollie Dance, disse que médicos e juízes não deveriam ter a palavra final sobre o tratamento de Archie.

“Archie é meu filho, não deve ser a decisão de mais ninguém além da nossa”, disse ela à BBC.

Um grupo de religiosos, o Christian Concern, auxiliou a família de Archie nesse caso.

Plano prosseguirá

É comum que a Justiça tome decisões em casos em que pais e médicos discordam sobre o tratamento de uma criança. Nesses casos, os direitos da criança têm primazia sobre o direito dos pais de decidir o que é melhor para seus filhos.

Alistair Chesser, diretor médico do Barts Health NHS Trust, que administra o hospital, disse que “o plano de retirar o tratamento prosseguirá, a menos que o tribunal determine o contrário”.

“Nossas mais profundas condolências estão com a família de Archie neste momento difícil”, disse ele.

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