China impõe sanções a Taiwan após visita de Nancy Pelosi

China impõe sanções a Taiwan após visita de Nancy Pelosi
China suspendeu importações de como frutas e peixes e paralisou as exportações de areia natural para Taiwan. A alfândega chinesa ainda suspendeu as importações de 35 exportadores taiwaneses de biscoitos e doces. A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, à esquerda, fala durante reunião com o vice-presidente do Legislativo, Tsai Chi-chang, em Taipei, Taiwan

Escritório Presidencial de Taiwan via AP Photo

O governo da China anunciou sanções a partir desta quarta-feira (3) a Taiwan, que recebeu a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, em uma viagem condenada por Pequim.

A China suspendeu importações de itens como frutas e produtos de pesca da ilha autônoma. Também paralisou as exportações de areia natural para Taiwan.

A alfândega chinesa ainda suspendeu as importações de 35 exportadores taiwaneses de biscoitos e doces.

Executivos das quatro empresas taiwanesas - produtora de energia solar Speedtech Energy Co., Hyweb Technology Co., produtora de equipamentos médicos Skyla e empresa de gerenciamento de frota de veículos de cadeia fria SkyEyes - serão proibidos de entrar na China continental.

O governo chinês informou ainda que outras medidas poderão ser adotadas, se necessário.

Cliente compra frutas em uma barraca em Taipei, Taiwan

Chiang Ying-ying / Arquivo / AP Photo

Entre janeiro e junho de 2022, as importações chinesas de Taiwan atingiram US$ 122,5 bilhões, um aumento de 7,3% em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários chineses. Os principais produtos importados incluíram circuitos integrados e componentes eletrônicos.

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Ann Wang / Reuters

Nancy Pelosi foi ao Legislativo de Taiwan e também se reuniu com a presidente da ilha, Tsai Ing-wen.

Nancy Pelosi, durante encontro com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen

Escritório Presidencial de Taiwan / AFP Photo

Na manhã desta quarta, o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, classificou a visita de Nancy Pelosi à região como "provocação política aberta que põe em risco a soberania do país asiático”.

"Isso prova novamente que alguns políticos dos EUA se tornaram os 'encrenqueiros' das relações China-EUA e os EUA se tornaram o 'sabotador' número 1 da paz e estabilidade do Estreito de Taiwan", disse Wang em comunicado.

O diplomata chinês instou Washington a não obstruir a grande reunificação, desenvolvimento e revitalização da China. Ele acusou Washington de "manipular o jogo da geopolítica".

Wang também enfatizou que Taiwan é uma parte inseparável da China.

O Comitê Permanente da Assembleia Nacional Popular, o legislativo chinês, foi outro órgão do governo chinês a protestar contra a visita de Pelosi à região. "A questão de Taiwan diz respeito à soberania e integridade territorial da China e não há espaço para a China se comprometer ou fazer concessões", disse um porta-voz do organismo.

O embaixador chinês nos EUA, Qin Gang, classificou a visita de Pelosi a Taiwan como "imprudente e provocativa". Ele fez os comentários durante uma entrevista concedida à rede de televisão dos EUA CNN. "A visita da parlamentar envia um sinal muito errado para as forças separatistas da 'independência de Taiwan', disse.

"É uma violação grave do princípio de uma só China e das disposições dos três comunicados conjuntos sino-americanos. É um duro golpe para a base política das relações China-EUA e infringe seriamente a soberania e a integridade territorial da China. É um movimento imprudente e provocativo", afirmou Qin Gang.