Uruguaios vislumbram o horizonte sem a Covid-19
País alcança 60% de vacinados e planeja empreender turismo de vacinas a partir de setembro. Sala de aula da Escola Nº 38, em Montevidéu, em foto de 1º de março de 2021Cortesia ANEPCom 60% da população vacinada com a segunda dose, os uruguaios já podem vislumbrar em setembro o horizonte sem a ameaça da Covid-19. O governo planeja abrir em dois meses suas fronteiras a não residentes, assim como empreender o turismo de vacinas.LEIA TAMBÉMUruguai reforça requisitos de entrada no país pelo medo de uma alta de infecçõesVacinação lenta não zera pandemia: veja o que dados de Chile, Uruguai, EUA e Israel ensinam para o BrasilCom avanço da vacinação, Uruguai retoma festas e espetáculosA ideia é imunizar primeiro 80% dos uruguaios para depois vacinar os estrangeiros. Para receber a primeira dose de Pfizer, Sinovac ou AstraZeneca, os turistas precisariam ficar no mínimo 21 dias no país, de acordo com os planos do governo.A rede hoteleira, sobretudo em Punta del Este, aposta suas fichas no turismo vacinal, que já é aplicado com êxito em Miami, para recuperar os prejuízos impostos pela pandemia do novo coronavírus. Atualmente, os brasileiros estão proibidos de entrar no Uruguai, a menos que sejam residentes no país. Ainda assim, sem vacina, são submetidos a uma quarentena que varia de 7 a 14 dias.Conforme antevê o ministro do Turismo, Germán Cardoso, em 60 dias a meta de vacinação dos uruguaios estará cumprida e ainda haverá sobra de imunizantes. Em alguns estados do Uruguai, como Flores, 68% já foram inoculados -- índice superior ao do Chile, o país mais bem-sucedido do continente. No Brasil, a taxa de vacinados com duas doses ainda é de 17,2%.O país de 3,5 milhões vem registrando um declínio acentuado em número de casos e mortes e, há uma semana, retornou à zona amarela do índice de Harvard, com 7,02 infectados para cada 100 mil habitantes.A pandemia não impôs toque de recolher ou bloqueios rígidos no Uruguai, mas provocou picos de incertezas. Em março passado, o país figurava entre os de maior índice de mortes per capita no mundo, com hospitais lotados e falta de oxigênio e de pessoal. Dois meses depois, os resultados de uma ágil e bem planejada campanha de vacinação começaram a ser percebidos e podem ser comemorados.O governo superou a ameaça de colapso em sua rede hospitalar e possibilitou que os uruguaios revivessem a rotina pré-pandemia com a retomada integral do ensino presencial e parcial de atividades culturais. O retorno aos antigos parâmetros da realidade tornou-se possível com a aplicação de uma fórmula já conhecida: a imunização em massa.Veja os vídeos mais assistidos do G1