Atentado nas Olimpíadas de Atlanta completa 25 anos: relembre as vezes que os jogos foram alvos de ataques
Em 1996, uma explosão deixou 2 mortos e 110 feridos nos jogos dos Estados Unidos; 6 edições antes, em 1972, atletas israelenses foram feitos reféns e depois mortos por terroristas palestinos em Munique. Atentado a bomba no Centenial Park durante as Olimpíadas de Atlanta, nos EUA, em 27 de julho de 1996Ivo Gonzalez/Agência GloboEm todos os 125 anos da era moderna dos Jogos Olímpicos, nada foi capaz de cancelar uma edição das disputas, que sobreviveram a duas guerras mundiais e diversas tentativas de boicotes.Nem mesmo a atual pandemia da Covid-19, que provocou o adiamento da Tóquio 2020, conseguiu acabar com o espírito olímpico, que tenta se manter ativo até mesmo nos piores momentos, como o ataque nas Olimpíadas de Atlanta, nos Estados Unidos, que completa, nesta terça-feira (27), 25 anos. O atentado foi o segundo – e último – a ocorrer durante o evento esportivo. Uma explosão deixou 2 mortos e 110 feridos em 27 de julho 1996. Ele ocorreu a exatamente 6 edições do ataque contra a delegação israelense nos jogos de Munique, na Alemanha, em 1972.Em 11 de setembro de 1972, terroristas palestinos invadiram a Vila Olímpica e sequestraram os atletas de Israel. A ação terminou com 11 competidores mortos. Este foi o primeiro e mais mortal ataque do tipo durante a realização dos jogos olímpicos.Nesta reportagem você irá relembrar como se desenrolaram estes acontecimentos que marcam o luto nas disputas e preocupam organizadores até hoje.LEIA TAMBÉM:Tudo sobre as Olimpíadas de Tóquio no geComo o sexismo se reflete nos uniformes das atletasTonga: país do 'besuntado' das Olimpíadas é uma monarquia no Pacífico com forte tradição cristãExplosão em Atlanta (1996)Atentado a bomba no Centenial Park durante as Olimpíadas de Atlanta, nos EUA, em 27 de julho de 1996Ivo Gonzalez/Agência GloboMesmo com um forte investimento na segurança das Olimpíadas de Atlanta, os organizadores não foram capazes de impedir a explosão de uma bomba caseira no Centennial Olympic Park.O "Parque Olímpico do Centenário" era um espaço aberto para turistas e que abrigava uma feira de negócios e entretenimento, em celebração aos 100 anos dos jogos de verão.Uma mulher morreu na hora, em decorrência da explosão. A segunda vítima, um cinegrafista turco, morreu após sofrer um ataque cardíaco ao correr para registrar as imagens do local.Veja nesta reportagem do Fantástico da época os dias seguintes à explosão:Olimpíada de Atlanta (1996)Ao todo, 110 pessoas ficaram feridas no ataque e o parque olímpico foi fechado por alguns dias para investigações do FBI, a polícia federal americana. Os jogos não foram interrompidos, mas foi decretado luto oficial com bandeiras a meio mastro e um minuto de silêncio antes das competições.As autoridades dos EUA investigavam como possível suspeito, inicialmente, o segurança Richard Jewell – quem primeiro viu o artefato e correu para afastar os visitantes. Hoje ele é apontado como herói por ter conseguido poupar muitas vidas.O verdadeiro culpado, Eric Rudolph, um extremista de direita, foi descoberto apenas anos depois. Ele foi preso após realizar mais três atentados do tipo e na prisão confessou ter plantado a bomba durante os jogos olímpicos.Atentado em Munique (1972)O ataque à delegação israelense em Munique – então Alemanha Ocidental – é considerado o maior atentado terrorista já cometido dentro de um evento esportivo, e mudou para sempre a forma com que os jogos seriam realizados.Quinze dias após o início dos jogos, oito membros da organização terrorista palestina conhecida como Setembro Negro invadiram o prédio da delegação de Israel e fizeram 11 atletas reféns. Eles exigiam a libertação de 250 presos palestinos, mas o governo israelense se recusou a atender à reivindicação.Terroristas é visto na varanda da Vila Olímpica nas Olimpíadas de Munique, em 11 de setembro de 1972Reprodução/TV GloboApós um dia de negociações, três helicópteros decolaram da Vila Olímpica em direção ao aeroporto de Fuerstenfeldbruck, onde estava um avião que levaria os palestinos e os reféns para a Tunísia. Após a aterrissagem, atiradores de elite do exército alemão começaram um tiroteio contra os sequestradores, que revidaram – uma explosão foi ouvida em um dos helicópteros e todos os atletas reféns morreram.Veja uma reportagem do Jornal Nacional na época do atentado:Olimpíada de Munique (1972)As competições foram suspensas por um dia, por conta do atentado, e depois foram retomadas. O ataque representou uma mudança nos protocolos olímpicos que passou a exigir mais segurança para os atletas.A partir da edição seguinte, nas Olimpíadas de Montreal 1976, no Canadá, a Vila Olímpica passou a ter acesso restrito a atletas e delegação, antes, jornalistas, por exemplo, podiam frequentar o espaço.Segurança em TóquioMesmo com a proibição de torcedores nesta edição das Olimpíadas de Tóquio, a organização dos jogos mantém protocolos duros de segurança.No início de julho, a Guarda Costeira japonesa realizou uma simulação de ataque terrorista para treinar a resposta do país a este tipo de situação.Pessoas passam em frente aos anéis olímpicos em Tóquio, no Japão, no domingo (25)Eugene Hoshiko/AP PhotoNa ocasião, o porta-voz da autoridade marítima, Sasaki Wataru, disse em entrevista à emissora estatal NHK que os riscos eram os mesmos, com ou sem torcedores.Além disto, a edição deste ano tem protocolos rígidos de deslocamento, por conta da Covid-19, para que atletas e membros das delegações não "furem" a bolha olímpica.