União Europeia aplicará novas sanções a Belarus e companhias aéreas por crise na fronteira

União Europeia aplicará novas sanções a Belarus e companhias aéreas por crise na fronteira
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia estão reunidos em Bruxelas para chegar a um acordo sobre novas medidas de pressão sobre Belarus. Imigrantes enfrentam condições adversas na fronteira da Belarus com a Polônia

A União Europeia intensificará as sanções contra Belarus, que, nesta segunda-feira (15) classificou como absurdas as acusações ocidentais de que está provocando uma crise imigratória que deixou até 4.000 pessoas presas em florestas congeladas na sua fronteira com a Polônia.

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia estão reunidos em Bruxelas para chegar a um acordo sobre novas medidas de pressão sobre Belarus, onde o veterano líder Alexander Lukashenko reprimiu os manifestantes que contestaram como fraudulenta uma votação presidencial na qual ele alegou vitória.

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Helicóptero militar da Polônia vigia grupo de migrantes que tenta entrar no país por meio da fronteira com Belarus nesta segunda (8)

Leonid Shcheglov/BelTA via AP

Violações aos direitos humanos

A União Europeia, formada por 27 países, impôs sanções ao governo da Belarus por violação dos direitos humanos. Menos de um ano após as eleições de agosto de 2020, imigrantes do Iraque, Afeganistão, Congo e Camarões começaram a aparecer nas fronteiras terrestres de Belarus com a União Europeia, tentando cruzar para os Estados membros Lituânia, Letônia e Polônia.

"O que vemos em Minsk, esse sistema desumano de usar refugiados como ferramentas para exercer pressão sobre a União Europeia não melhorou, mas piorou nos últimos dias", disse o ministro alemão do bloco, Haiko Maas, ao chegar para conversar com seus pares.

“Vamos endurecer as sanções para os indivíduos que estão envolvidos neste tráfico humano e teremos que falar sobre o fato de que sanções econômicas severas são inevitáveis ??... Teremos que enfrentar as companhias aéreas também”.

Os imigrantes do Oriente Médio e da África nunca haviam usado essa rota de imigração para o bloco europeu.

Migrantes do Oriente Médio, incluindo crianças, permanecem nesta segunda (8) em Belarus enquanto tentam entrar na Polônia pela fronteira

Leonid Shcheglov/BelTA via AP

Tentativas de travessia irregular

Os guardas de fronteira poloneses relataram 5.100 tentativas de travessia irregular de Belarus até agora em novembro, em comparação com 120 em todo o ano de 2020. Os números comparativos também aumentaram nos dois estados bálticos.

“Hoje vamos aprovar um novo pacote de sanções”, disse o principal diplomata da UE, Josep Borrell, acrescentando que elas terão como alvo as companhias aéreas e agências de viagens envolvidas nesta “iniciativa ilegal de imigrantes”.

O Ministério das Relações Exteriores de Belarus considerou "absurdas" as acusações de que Minsk arquitetou a crise de imigrantes em suas fronteiras com a União Europeia, de acordo com a agência de notícias estatal russa RIA.

Lukashenko disse que Belarus está tentando convencer os imigrantes a voltar para casa. "Mas ninguém quer voltar", afirmou ele, de acordo com a agência de notícias estatal bielorrussa Belta. Minsk vai retaliar quaisquer novas sanções da UE, segundo ele.

Maas pediu ao aliado mais poderoso de Lukashenko, o presidente russo Vladimir Putin, que pressione Minsk a parar de arriscar a vida das pessoas em um cabo de guerra com a UE.

Pelo menos oito pessoas morreram ao longo da fronteira terrestre de 200 quilômetros entre Polônia e Belarus, incluindo de frio e exaustão.

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