PF apura favorecimento de empresa em licitação para obra de centro Covid no interior do Amapá

PF apura favorecimento de empresa em licitação para obra de centro Covid no interior do Amapá
Mandados foram cumpridos contra o secretário de Saúde de Serra do Navio e empresário responsável pelo serviço. Operação Matizar - Agentes da PF durante cumprimento de diligências

Polícia Federal/Divulgação

Uma operação da Polícia Federal (PF) em três municípios do Amapá investiga indícios de fraude em licitação e peculato (desvio de dinheiro público) na contratação de empresa para obra de um centro de referência ao tratamento da Covid-19 em Serra do Navio, no Centro-Oeste do estado, a 215 quilômetros da capital Macapá.

A investigação da operação Matizar identificou após denúncias que houve direcionamento para a empresa vencedora da disputa.

A licitação no valor de cerca de R$ 100 mil previa reforma e adequação do prédio para atendimento à doença, porém foi constatado que houve apenas pintura na estrutura, ação que segundo a PF não justificaria o valor licitado.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três locais:

Na casa do secretário municipal de saúde de Serra do Navio, que mora na cidade vizinha de Pedra Branca do Amapari, distante cerca de 30 quilômetros;

Na residência do proprietário da empresa vencedora da licitação, em Vitória do Jari, no sul do estado;

Na sede da empresa vencedora da licitação, também em Vitória do Jari.

Os nomes dos alvos não foram informados pela PF. O g1 tenta contato com a prefeitura e a Secretaria de Saúde de Serra do Navio.

Operação Matizar - Agente da PF na estrada de acesso à Vitória do Jari

Polícia Federal/Divulgação

Licitação direcionada

A partir da denúncia feita à PF, foi detalhado como aconteceu a suposta fraude. A partir da licitação na modalidade convite, onde a prefeitura convoca as empresas alvos do serviço, porém, segundo a investigação apenas três construtoras foram chamadas.

Ainda foi levantado que duas delas tinham como responsável a mesma pessoa, elevando ainda mais a suspeita de fraude.

"Mais adiante, a PF verificou que duas das três propostas apresentadas eram idênticas, num claro movimento para que uma terceira empresa saísse vencedora na disputa que envolveu cerca de R$ 100 mil", explicou a corporação.

O nome da operação Matizar faz referência a combinar, uma das possíveis irregularidades na licitação. As penas, em caso de indiciamento e condenação, podem chegar a 20 anos.

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