Boric anuncia gabinete de governo com maioria feminina no Chile
Novo governo do político esquerdista terá 14 ministras e 10 ministros em um perfil moderado. Neta de Allende ocupará a chefia da Defesa chilena, veja lista de ministros. O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, comemora sua vitória no segundo turno da eleição presidencial chilena, com apoiadores, na capital Santiago, em 19 de dezembro de 2021Luis Hidalgo/APAO presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, anunciou nesta sexta-feira (21) seu gabinete de governo com uma a presença majoritária de mulheres na chefia, ao todo são 14 ministras e 10 ministros.“Temos certeza que a riqueza do Chile está, justamente, na diversidade de sua gente", disse Boric em um pronunciamento.O presidente de 35 anos qualificou sua formação ministerial como "diversa", com pessoas de origens e formações distintas."Esse gabinete tem a missão de lançar as bases para as grandes reformas que nos propusemos realizar em nosso programa", afirmou o presidente eleito.Na Defesa, Boric anunciou Maya Fernanda Allende, neta do ex-presidente socialista Salvador Allende, deposto e morto durante o golpe de estado liderado pelo general Augusto Pinochet.Mais mulheres no poderDos 24 cargos possíveis na chefia do governo, Boric anunciou nomes femininos em mais da metade deles, além de Maya Fernanda Allende, há ainda:Izkia Siches, no Ministério do Interior e Segurança Pública – a médica chefiou a campanha do socialista e presidiu o Colégio Médico do Chile durante o enfrentamento da pandemia da Covid-19Marcela Hernando, no Ministério de Mineração – ex-prefeita e parlamentar do Partido Radical na região de AntofagastaAntonia Urrejola, no Ministério das Relações Exteriores – ex-presidente da Comissão Interamericana de Direitos HumanosCamila Vallejo Dowling, na Secretaria Geral de Governo – Deputada do Partido Comunista desde 2014, participou das manifestações estudantis de 2006 e ganhou reconhecimento da Anistia Internacional pelo seu trabalho em relação à defesa dos direitos humanosJeanette Vega, no Ministério de Desenvolvimento Social e da Família – médica sanitarista, foi subsecretária de saúde pública, diretora do Fundo Nacional de Saúde e do Instituto Nacional de Saúde PúblicaJulieta Brodsky, no Ministério das Culturas – antropóloga formada pela Universidade de GranadaAntonia Orellana, no Ministério da Mulher – jornalista formada pela Universidade do Chile e membro do partido de BoricAlexandra Benado, no Ministério dos Esportes – ex-jogadora de futebol, professora de educação física, ativista e filha de militante assassinada durante a ditaduraMarisa Rojas, no Ministério do Meio Ambiente Javiera Toro, no Ministério de Bens Nacionais – advogada da Universidade do ChileMaría Begoña Yarza, no Ministério da Saúde – médica-cirurgiã formada pela Universidade do ChileJeanette Jara, no Ministério do Trabalho e Previdência Social – advogada, foi subsecretária da Previdência durante o segundo governo da ex-presidente Michelle BacheletMarcela Ríos, no Ministério da Justiça – socióloga, construiu parte de sua carreira dentro do Programa das Nações Unidas para o DesenvolvimentoModeração na economiaUm dos destaques está no atual chefe do Banco Central do Chile, Mario Marcel, assumindo o comando do Ministério da Fazenda, uma escolha que parece ter sido bem recebida pelos mercados.Marcel, um especialista moderado ligado ao Partido Socialista, embora sem militância, terá entre seus desafios promover uma reforma tributária prometida por Boric."Assumimos com enorme carinho e energia o desafio de consolidar a recuperação da nossa economia sem reproduzir suas desigualdades estruturais", disse o jovem líder. "Estamos falando de um crescimento sustentável acompanhado de uma justa redistribuição de riqueza."Ainda farão parte do governo de Boric:Giorgio Jackson, na Secretaria-Geral da Presidência – membro do partido, Revolución Democrática (RD), que teve origem nas manifestações estudantis de 2012Nicolás Grau, no Ministério da Economia – engenheiro de comércio e economista da Universidade do ChileMarco Antonio Ávila, no Ministério da Educação – foi coordenador nacional de ensino médio na pasta durante o segundo governo de BachelletJuan Carlos García, no Ministério de Obras Públicas – arquiteto pela Universidade de ValparaísoCarlos Montes, no Ministério da Habitação – foi presidente do Senado em 2018Esteban Valenzuela, no Ministério da AgriculturaJuan Carlos Muñoz, no Ministério dos Transportes e TelecomunicaçõesClaudio Huepe, no Ministério de EnergiaFlavio Salazar, no Ministério da Ciência e Tecnologia