Votação para presidente da Itália termina em impasse; líderes buscam acordo

Votação para presidente da Itália termina em impasse; líderes buscam acordo
Segunda rodada de votação será realizada na terça-feira (25); primeiro-ministro Mario Draghi continua sendo o candidato favorito. Parlamentares italianos não conseguiram eleger um novo presidente em uma votação secreta inicial nesta segunda-feira (24), e líderes partidários se reuniram nos bastidores para tentar chegar a um consenso sobre um candidato e evitar a instabilidade política.

O primeiro-ministro Mario Draghi continua sendo o candidato favorito, mas as preocupações de que sua promoção a chefe de Estado possa desorganizar seu governo de coalizão e desencadear eleições nacionais antecipadas complicaram suas chances.

Mario Draghi continua sendo o candidato favorito

Yara Nardi/Pool/Reuters

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Uma segunda rodada de votação será realizada na terça-feira (25), depois que a maioria dos 1.008 "grandes eleitores" votaram em branco nesta segunda-feira em uma votação que durou quase cinco horas.

Embora em grande parte cerimonial, o cargo presidencial italiano também é altamente influente, com o chefe de Estado frequentemente chamado para resolver crises políticas na terceira maior economia da zona do euro, onde os governos sobrevivem em média apenas um ano.

Draghi tem deixado claro que gostaria do cargo, mas importantes partidos ainda não o endossaram, temendo que sua decisão possa atrapalhar a luta contra a Covid-19 e prejudicar os esforços para receber bilhões de euros dos fundos da UE de ajuda com a pandemia.

"Estou trabalhando para garantir que nas próximas horas a centro-direita ofereça não apenas uma, mas várias propostas de qualidade", disse o líder de direita da Liga, Matteo Salvini, na noite de segunda-feira, sugerindo que não há consenso pelo nome de Draghi.

Salvini esteve no centro das conversas interpartidárias de segunda-feira, encontrando-se separadamente com o líder do Partido Democrata de centro-esquerda, Enrico Letta, e o ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, que lidera o Movimento 5 Estrelas, a maior força no Parlamento.

Após a reunião com Letta, Salvini e Conte disseram que estavam "trabalhando em algumas opções" e que se reuniriam novamente na terça-feira. O 5 Estrelas disse que houve acordo sobre a necessidade de encontrar um candidato mutuamente aceitável "que una o país".

O vencedor precisa de uma maioria de dois terços em qualquer um dos três primeiros turnos de votação, e depois disso uma maioria simples é suficiente.

Se Draghi se tornar chefe de Estado, um acordo sobre quem deveria substituí-lo como primeiro-ministro seria imediatamente necessário para evitar uma paralisia política prolongada.