Quem era Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, chefe do Estado Islâmico morto em operação na Síria

Quem era Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, chefe do Estado Islâmico morto em operação na Síria
Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi foi morto em operação das forças especiais americanas durante a madrugada. Ataque deixou 13 mortos, incluindo 7 civis (3 mulheres e 4 crianças). Imagem de anúncio de recompensa do governo americano para informações do líder do EI conhecido como Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi em foto sem data

Reprodução/Twitter/Departamento de Justiça dos EUA

Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, chefe do Estado Islâmico (EI), foi morto nesta quinta-feira (3) em uma operação das forças especiais americanas na Síria, informou o governo americano.

O ataque deixou 13 mortos, incluindo 7 civis (3 mulheres e 4 crianças), segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Esta foi a maior operação dos Estados Unidos no país desde a morte do então chefe do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, em 2019 – antecessor de al-Qurayshi.

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Al-Qurayshi substituiu al-Baghdadi imediatamente após a confirmação de sua morte, em 2019 – e foi apontado pelo grupo como uma "figura proeminente na jihad [guerra santa]", sem fornecer detalhes.

Além do nome, nada mais foi divulgado pelo grupo terrorista.

Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi era apenas um dos nomes usados pela organização terrorista para se referir ao novo chefe.

Outros codinomes foram escolhidos para tentar desviar do serviço de inteligência americano, como Hajji Abdallah, Abdul Amir, Abul Umar e al-Mawla.

Segundo o Departamento de Justiça do governo americano, al-Qurayshi nasceu em Mossul, no Iraque, em 1976. Ele teria atuado diretamente em sequestros, assassinatos, e no tráfico de seres humanos.

Uma reportagem do jornal "The Washington Post", de 2021, revelou que al-Qurayshi chegou a ser informante dos EUA no fim da primeira década dos anos 2000 – quando esteve preso.

Ele teria ajudado a identificar líderes do EI no Iraque entre 2007 e 2008. O "Post" reportou que ele entregou "informações vitais" como nome, telefones e retratos-falados dos terroristas.

Al-Qurayshi teria parado de cooperar, afirmou o jornal, quando não recebeu uma contrapartida do governo americano pela informação dada.

Ex-membro da al-Qaeda

A página do Departamento de Justiça dos EUA afirma que al-Qurayshi foi por muitos anos membro da organização terrorista al-Qaeda no Iraque.

Segundo o governo americano, ele manteve uma posição estável dentro do movimento até se separar do grupo e ocupar uma alta posição no EI.

Embora o EI tenha surgido como um braço da al-Qaeda e vise objetivos bastante parecidos com o da organização criada por Osama bin Laden, os dois grupos passaram de aliados a rivais em 2014.

Ataque dos EUA

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"Ontem à noite, sob minha direção, as forças militares dos EUA no noroeste da Síria realizaram com sucesso uma operação de contraterrorismo para proteger o povo americano e nossos aliados e tornar o mundo um lugar mais seguro", afirmou Joe Biden em um comunicado divulgado pela Casa Branca.

"Graças à habilidade e bravura de nossas Forças Armadas, tiramos do campo de batalha Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi – o líder do ISIS [Estado Islâmico, na sigla em inglês]", continuou o presidente americano.

Mais cedo, o Pentágono já havia afirmado que forças especiais "executaram uma missão antiterrorista durante a noite no noroeste da Síria" e que "a missão foi um sucesso". "Não houve vítimas entre as forças americanas".

Biden também destacou o fato de nenhum soldado ter morrido na operação. "Todos os americanos voltaram em segurança da operação. Que Deus proteja nossas tropas".

O presidente americano disse que al-Qurayshi morreu ao detonar uma bomba que levava junto com ele. A explosão também matou membros da família do extremista, incluindo mulheres e crianças.