Após recorde de alerta de desmate em janeiro, Mourão diz que governo tem 'pouca gente' na Amazônia

Após recorde de alerta de desmate em janeiro, Mourão diz que governo tem 'pouca gente' na Amazônia
Sistema de monitoramento do Inpe compilou dados até o dia 21 de janeiro de 2022, com 360km² de área com alertas. Número foi o maior para janeiro desde 2015. Mourão falou com jornalistas na entrada do Palácio do Planalto

Guilherme Mazui/g1

Após o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontar recorde nos alertas de desmatamento na Amazônia para o mês de janeiro, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira (8) que o governo tem “pouca gente” para atuar em uma região tão grande como a floresta.

De acordo com medições do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), ainda sem dados completos do mês passado, os alertas de desmatamento identificaram uma área de 360km², maior número registrado para janeiro desde o começo da série histórica em 2015.

Mourão, que preside no governo federal o Conselho Nacional da Amazônia Legal, reconheceu que o desmatamento em janeiro “foi ruim” e disse que avalia os motivos para a alta nos alertas.

"Estamos avaliando. Para melhorar tem que... A Amazônia é imensa, nós temos pouca gente para operar em campo. O Ministério da Justiça e o Ministério do Meio Ambiente estão operando. houve um avanço aí da turma. Estou avaliando o por quê", disse Mourão.

Desmatamento na Amazônia cresce quase 57% no governo Bolsonaro, diz Ipam

O presidente Jair Bolsonaro é cobrado desde 2019 por ambientalistas, empresários e líderes estrangeiros em razão do crescimento do desmatamento na Amazônia. O governo tentou no final de 2021, durante Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, COP26, melhorar sua imagem na área ao anunciar a meta de zerar o desmatamento ilegal em 2028. A meta anterior estipulava 2030.

Mourão aponta com frequência a necessidade de recompor o efetivo de órgãos responsáveis pela fiscalização, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Para tentar reforçar o combate aos crimes ambientais na região, por três vezes ao longo do mandato Bolsonaro acionou as Forças Armadas. No entanto, desde o segundo semestre de 2021 os militares dão apenas apoio logístico aos órgãos de fiscalização vinculados aos ministérios da Justiça e do Meio Ambiente.

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