INSTAGRAM lança recurso para pais monitorarem atividade de adolescentes na rede social

Ferramenta de controle parental começou a ser liberada nos EUA e deve chegar a outros países nos próximos meses. Anúncio é feito seis meses após ex-funcionária do Facebook acusar empresa de saber que rede social de fotos é 'tóxica' para adolescentes.

INSTAGRAM lança recurso para pais monitorarem atividade de adolescentes na rede social

ESTADOS UNIDOS - O Instagram criou um recurso para pais supervisionarem a atividade de filhos adolescentes na rede social. A Central da Família, como a funcionalidade foi chamada, começou a ser liberada nos Estados Unidos nesta quarta-feira (16) e deve chegar a outros países nos próximos meses.

O anúncio acontece seis meses após Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook, afirmar que a empresa sabia que o Instagram é "tóxico" para os adolescentes.

Com a mudança, o Instagram permitirá que pais e tutores vejam quanto tempo os seus adolescentes passam no aplicativo. A rede social também terá opção para os adultos definirem limites de tempo para os jovens no app.

Os pais ainda poderão ser notificados quando seus filhos relatarem que denunciaram algo no app e receber atualizações sobre quem os jovens seguem e por quem estão sendo seguidos.

No momento, a supervisão só pode ser ativada nos celulares dos adolescentes. A partir de junho, pais ou responsáveis também poderão habilitar o recurso em seus próprios smartphones e computadores, mas o pedido ainda deverá ser aprovado pelos jovens.

Segundo o Instagram, a ferramenta terá novidades nos próximos meses. Entre elas, opções para pais definirem horários em que os jovens usarão o aplicativo e supervisionarem a conta de mais de um adolescente.

Criada em conjunto com especialistas, pais, tutores e adolescentes, a ferramenta também oferecerá uma área com dicas para pais sobre como falar com filhos sobre o uso das redes sociais e tutoriais que ensinam adultos como usar os novos recursos.

A novidade foi anunciada por Adam Mosseri, chefe do Instagram. "Este é apenas um passo em um caminho muito mais longo para ajudar os adolescentes a se manterem seguros nas redes sociais e online de forma mais ampla", disse o executivo.

"Sabemos que os pais estão ocupados e há muito o que fazer no dia a dia, por isso queremos garantir que essas ferramentas sejam o mais fáceis de usar possível", continuou.

Mosseri já havia adiantado os planos sobre a nova ferramenta em dezembro de 2021, quando depôs ao Senado americano. Naquela ocasião, ele respondeu aos questionamentos de parlamentares sobre as acusações de Frances Haugen.

A ex-funcionária do Facebook vazou diversos documentos para a imprensa dos EUA. Um deles era uma estudo feito pela empresa em 2019 e revelava que o Instagram refletia uma imagem pessoal negativa para um terço das jovens com menos de 20 anos.

Outro, de 2020, mostrava que 32% dos adolescentes consideravam que o uso da rede social tinha piorado a imagem que tinham de seus corpos, com os quais não se sentiam mais satisfeitos.