Por que a menopausa está diretamente ligada ao declínio da saúde cardiovascular

Por que a menopausa está diretamente ligada ao declínio da saúde cardiovascular
A Sociedade Europeia de Cardiologia divulgou estudo sobre o impacto das alterações hormonais durante o climatério Na semana passada, a Sociedade Europeia de Cardiologia fez um alerta que interessa a todas as mulheres: as alterações hormonais que ocorrem no climatério, isto é, a fase que compreende a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, estão diretamente relacionadas ao declínio da saúde cardiovascular feminina. A pesquisa, publicada na revista científica “European Journal of Preventive Cardiology”, que pertence à entidade, indica que os níveis do mau colesterol sobem durante a menopausa e 10% dessa oscilação para cima estão atrelados à queda na produção o estrogênio, o hormônio protetor feminino, e ao aumento do FSH (hormônio folículo-estimulante). As mulheres costumam entrar na menopausa entre os 48 e 52 anos e estudos anteriores já haviam assinalado a elevação do risco para doença cardiovascular.

Menopausa: as alterações hormonais que ocorrem no climatério estão diretamente relacionadas ao declínio da saúde cardiovascular feminina

Vic_B para Pixabay

“Não se pode evitar a menopausa, mas é possível diminuir os fatores de riscos através de atividade física e alimentação saudável”, afirmou Eija Laakkonen, PhD em gerontologia e professora da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia. “As mulheres devem prestar atenção na qualidade das gorduras que constam de sua dieta e fazer exercício para manter sua aptidão cardiorrespiratória. A reposição hormonal é uma opção a ser discutida com o médico”, acrescentou.

A pesquisa contou com 218 participantes que se encontravam na perimenopausa e não faziam uso de reposição hormonal. Além do estrogênio e FSH, foram medidos os níveis de 180 metabólitos, entre lipídios, lipoproteínas e aminoácidos – termo que se aplica aos produtos do metabolismo de uma molécula. Essas mulheres se submeteram a exames de sangue a cada três ou seis meses e foram monitoradas até a pós-menopausa. Ao longo do estudo, 35 delas passaram a fazer reposição.

A doutora Laakkonen explicou que houve uma mudança significativa de 85 metabólitos, com impacto no LDL, o chamado mau colesterol, e nos triglicerídeos. Uma segunda análise exploratória revelou que a reposição hormonal diminuía o LDL e aumentava o HDL, o bom colesterol. “Nossa investigação indicou que iniciar a terapia de reposição hormonal no período de transição para a menopausa oferece uma maior proteção cardiovascular, mas não podemos tirar conclusões definitivas dado o pequeno número de participantes. As mulheres devem discutir o assunto com os profissionais de saúde a que têm acesso”, concluiu.